domingo, 9 de março de 2008

Q.W.E.R.T.Y.

Quando Christopher Sholes inventou e patenteou um padrão para teclados de máquinas de escrever, há 140 anos, baseou-se na idéia de afastar as letras mais usadas umas das outras. Assim, as hastes de metal das antigas máquinas não se enganchariam, evitando seu travamento, aumentando a produtividade do datilógrafo e a vida útil do aparelho.

A disposição das letras criadas por Sholes ficou conhecida como QWERTY, que nada mais é do que as seis primeras teclas da primeira linha alfabética.

Sholes vendeu a patente do teclado para uma empresa de máquinas de costura chamada E. Remington and Sons, que em 1873 começaria a vender a primeira máquina de escrever QWERTY.
Primeira máquina de escrever Remington, com teclado Qwerty

Como foi feito para "dificultar" a datilografia, o QWERTY não é o melhor layout em matéria de ergonomia. Sua lógica de disposição das letras exige uso da duas mãos e excessiva movimentação sobre as teclas, trazendo mais esforço ao usuário.

Apesar disso o teclado de Sholes continua padrão de mercado, ainda que o próprio desenvolvimento das máquinas passasse a evitar travamentos. E mais: com as máquinas elétricas as hastes foram trocadas por uma esfera com letras (typeball).

Das máquinas elétricas, o QWERTY passou para as teclas de computador. E aparelhos que unem celulares e computadores portáteis para serem chamados de "espertos" precisam de um tecladinho à la Sholes. Domínio quase absoluto.

Quase, pois já na década de 30 do século passado, um professor de Seatle chamado August Dvorak criou um modelo alternativo, baseado em estudos para reduzir a fatiga causada pelo QWERTY. O teclado Dvorak, como ficou conhecido, nunca pegou, mas vem ganhando adeptos recentemente. Há quem defenda retirar as letras do teclado, manualmente, e recolocá-las seguindo o modelo Dvorak, instalando um programa que permita ao computador adotar esse padrão.

Em 2006 um novo modelo, chamado de COLEMAK, apareceu como alternativa entre os dois padrões acima. O Colemak é mais similar ao QWERTY e também mais ergonômico.

Toda essa cultura inútil foi só para compartilhar uma conclusão: ser o padrão em um mercado não significa ter o melhor produto. Nem o mais barato. Nem o mais moderno.

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