sexta-feira, 28 de novembro de 2008

NYT, hoje.

Para que não esqueçamos
Paul Krugman
Há poucos meses eu me vi em um encontro de economistas e autoridades financeiras, discutindo - o que mais? - a crise. Houve muita auto-análise. Um importante autor de políticas perguntou: "Por que nós não vimos que isso estava para acontecer?"Havia, é claro, apenas uma coisa a dizer em resposta, então eu disse: "O que você quer dizer com 'nós', cara pálida?"
Falando sério, o funcionário do governo tinha razão. Algumas pessoas dizem que a atual crise é sem precedente, mas a verdade é que houve muitos precedentes, alguns deles bem recentes. Mas os precedentes foram ignorados. E a história de como "nós" fracassamos em ver que isso estava para acontecer tem uma clara implicação política - especificamente a de que a reforma do mercado financeiro deve ser feita rapidamente, que não deve esperar até que a crise seja resolvida. Quanto aos precedentes: Por que tantos observadores negaram os sinais óbvios de uma bolha imobiliária, apesar da bolha das empresas pontocom dos anos 90 ainda estar tão fresca em nossa memória?
Por que tantas pessoas insistiam que nosso sistema financeiro era "resistente", como colocou Alan Greenspan, quando em 1998 o colapso de um único fundo hedge, o Long-Term Capital Management, paralisou temporariamente os mercados de crédito em todo o mundo?Por que quase todo mundo acredita na onipotência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), quando seu par, o Banco do Japão, passou uma década tentando e fracassando em reativar uma economia estagnada?Uma resposta para estas perguntas é que ninguém gosta de um estraga-prazeres.
Enquanto a bolha imobiliária estava inflando, os emprestadores estavam ganhando muito dinheiro concedendo hipotecas para qualquer um que entrasse por suas portas, bancos de investimento estavam ganhando ainda mais dinheiro reempacotando essas hipotecas em novos ativos reluzentes; e os grandes administradores de capital que registravam grandes lucros comprando esses papéis com dinheiro emprestado pareciam gênios, e eram remunerados de acordo. Quem queria ouvir alertas de economistas funestos de que a coisa toda era, na prática, um esquema de Ponzi gigante?
Também há outro motivo para o establishment de política econômica ter fracassado em ver a atual crise se aproximando. As crises dos anos 90 e dos primeiros anos desta década deveriam ter sido vistas como presságios agourentos, como alertas de problemas ainda piores a caminho. Mas todos estavam ocupados demais celebrando nossas vitórias sobre essas crises para perceber.Considere, em particular, o que aconteceu após a crise de 1997-1998. Esta crise mostrou que o sistema financeiro moderno, com seus mercados desregulamentados, agentes altamente alavancados e fluxos globais de capital, estava se tornando perigosamente frágil. Mas quando a crise cedeu, a ordem do dia era triunfalismo, não auto-análise.
A revista "Time" famosamente chamou Greenspan, Robert Rubin e Lawrence Summers de "O Comitê para Salvar o Mundo" - os "Três Mosqueteiros" que "impediram o colapso global". Na prática, todos declararam uma festa da vitória para nosso recuo da beira do abismo, ao mesmo tempo se esquecendo de perguntar como fomos parar tão perto da beira do abismo.
De fato, tanto a crise de 1997-1998 quanto o estouro da bolha pontocom provavelmente tiveram efeitos perversos, tornando tanto investidores quanto as autoridades mais complacentes, e não menos. Como nenhuma das crises esteve à altura de nossos piores temores, como nenhuma levou a outra Grande Depressão, os investidores passaram a acreditar que Greenspan tinha o poder mágico de resolver todos os problemas - assim como, é possível suspeitar, o próprio Greenspan, que era contrário a todas as propostas para regulamentação prudente do sistema financeiro.
Agora nós estamos no meio de outra crise, a pior desde os anos 30. Por ora, todos os olhos estão voltados para a resposta imediata para esta crise. Será que os esforços cada vez mais agressivos do Fed para descongelar os mercados de crédito finalmente chegarão a algum lugar? Será que o estímulo fiscal do governo Obama reverterá o quadro de produção e emprego? (A propósito, eu ainda não sei ao certo se a equipe econômica está pensando grande o bastante.)
E por estarmos todos tão preocupados com a atual crise, é difícil nos concentrarmos nas questões a longo prazo - em refrear nosso sistema financeiro fora de controle, para prevenir ou pelo menos limitar a próxima crise. Mas a experiência da última década sugere que deveríamos nos preocupar com a reforma financeira, acima de tudo com a regulamentação do "sistema bancário paralelo" no coração da atual confusão, mais cedo do que tarde.
Pois assim que a economia estiver no caminho da recuperação, pessoas começarão a ganhar dinheiro fácil novamente - e farão lobby contra qualquer um que tente limitar seus lucros. Além disso, o sucesso dos esforços de recuperação parecerá algo predeterminado, apesar de não ter sido, e urgência da ação se perderá.Então eis aqui o meu apelo: apesar da agenda do próximo governo já estar bem cheia, ele não deveria adiar a reforma financeira.
O momento para começar a prevenir a próxima crise é agora.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Em homenagem à vinda de minha filha. Saravá!





Salve Cosme e Damião


A Igreja Católica comemora, no dia 26 de setembro, a homenagem aos gêmeos e médicos São Cosme e São Damião. Muitas pessoas cumprem suas promessas feitas durante o ano para os Santos Gêmeos. Compram balas, doces e bolos, oferecendo para as crianças necessitadas.Através do Sincretismo Religioso, a falange de Yori (crianças na Umbanda) também está associada a Cosme e Damião.


Na Umbanda, a festa de Cosme e Damião é comemorada no dia 27 de setembro.

Cosme e Damião eram gêmeos e irmãos, nascidos na Arábia da época do Imperador Diocleciano. Estudaram Medicina na Síria e se converteram ao Cristianismo. Associavam à Medicina o poder da fé e da oração. No início da sua atividade médica, começaram a curar os animais. Mais tarde, as crianças. Ficaram muito famosos por causas de suas curas e nada cobravam pelos serviços prestados. Viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor.


No entanto, a atividade dos gêmeos médicos começou a chamar a atenção das autoridades. Havia eclodido a terrível perseguição de Diocleciano, por volta do ano 300d.C.O governo imperial prendeu os dois médicos, acusados de inimigos dos deuses pagãos. Passaram por várias torturas, mas não negaram sua condição de cristãos. Foram condenados à morte e decapitados juntos com seus três irmãos: Antemão, Leôncio e Euprépio. Os corpos dos médicos foram transportados para Cira, na Síria, e depositados mais tarde numa igreja, que recebeu o nome dos Santos Gêmeos.

Na Umbanda, encontramos Doun, além de São Cosme e Damião. Quem é Doun? A figura de Doun, dentro dos trabalhos de Umbanda, representa a criança e forma junto com Cosme e Damião, a trindade. E, por este motivo, Doun foi inserido nos trabalhos espirituais da Umbanda.

A festa de São Cosme, Damião e Doun, nos terreiros de Umbanda, é muito bonita.
Há distribuição de balas, doces e guaraná para as crianças. Médiuns umbandistas incorporam as crianças espirituais. No entanto, ainda há muita deturpação com relação às falanges de crianças na Umbanda. Os espíritos que trabalham na falange de Yori adaptam sua forma espiritual à forma astral de crianças - não são os espíritos de crianças que morreram prematuramente.
O dia 27 de setembro serve para darmos uma pausa para a reflexão. Nosso comportamento tem sido como das crianças espirituais da Umbanda? Temos sido alegres, bem humorados e puros de coração? Ou pelo menos exercitamos o aprimoramento de viver sempre com alegria e esperança?

Reflitamos sobre a missão nobre dos médicos gêmeos: São Cosme e Damião.
Nesse dia especial, façamos uma promessa para si mesmo; nosso lado infantil e puro não deve morrer! Deve renascer em bondade, amor por todos os seres e gratidão pela vida.

Oração de São Cosme e São Damião:

"São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes a cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranqüila. Que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino do Céu". São Cosme e Damião, rogai por nós."



PS. Não se esqueçam que fé e superstição não são a mesma coisa!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Do More And More Overdubbing

A postagem do companheiro Feluc foi ótima,  louvando a disposição da família May de encontrar materiais ao redor da casa que pudessem ser usados na construção da guitarra, resultando em um timbre peculiar, quem sabe aquelas notas com sustentação, que tanto realce deram às canções do Queen.

Mas o que eu quero chamar a atenção é o seguinte: imaginem vocês terem entrado para o Queen, tendo um sucesso primeiro local depois internacional, durante anos. Aí o vocalista morre em decorrência de uma doença trágica e você tem de se decidir: "o que eu  vou fazer para superar este momento de crise na minha vida? Sexo, baralho, viagens, dirigir meu carro por Londres como um maluco?"

Pois bem: Brian May resolveu que voltaria a estudar, ele tinha abandonado o curso de Astronomia para tocar na banda e, agora,   rico  e famoso,  e com tantas opções ele persiste e consegue o seu título de PHD  no Imperial College, em Londres:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/6929290.stm

Brian May entregando a sua tese de doutorado  ao Professor Paul Nandra

O que eu quero chamar a atenção é: Brian May podia passar o resto dos seus dias perseguindo garotas dentro de carros esportivos, fazendo cruzeiros em lugares exóticos e coisa que o valha. Ao invés disso interpretou o seu período de estudos como uma obrigação que ele teria que humildemente cumprir, mostrando que mesmo hoje existe gente que compreende a sua posição diante do mundo (ou diante dos astros, como no caso de Brian May).

Esse é um exemplo para o qual nós todos devemos tirar  o chapéu.

Do Overddubing







'Red Special': uma lenda criada por Brian May


Meu post começa na Inglaterra, por volta de 1964, mais precisamente em Hampton, Middlesex.

Fala de um garoto de 17 anos que, movido pela paixão por tocar guitarra, não deixou de ser músico devido a sua situação financeira precária.

Ao contrário, resolve, juntamente com o seu pai, um técnico em eletrônica, construir o seu próprio instrumento.

A primeira dificuldade encontrada foi achar a madeira certa.


De uma chaminé, feita em mogno, e de uma mesa, em carvalho, foi esculpida grande parte de sua nova invenção de seis cordas.
Para que o acabamento ficasse impecável, ele e seu pai decidiram criar suas próprias ferramentas.

Da caixa de costura da mãe, por exemplo, o garoto encontrou o que viriam a ser os trastes do braço de sua guitarra, que ganhou uma camada de polimento em verniz avermelhado. Era o começo de uma história duradoura entre um jovem músico e seu instrumento. O pai, um gênio da eletrônica chamado Harold May. O filho, nada mais nada menos que Brian May (acima, à direita).
A invenção, o exemplar único da lendária Red Special (abaixo), utilizada até hoje pelo artista nos palcos e em gravações.

O sucesso do Queen, somado à pegada e ao timbre diferenciado de Brian May, ajudou a tornar a Red Special um ícone. Com milhares de réplicas produzidas mundo afora, feitas por luthiers profissionais e amadores, a guitarra de May tem corpo semi-sólido, com o braço de 24 trastes (inovação na época) fixado por apenas um parafuso grande e dois pequenos internos, sob o escudo. O próprio guitarrista construiu os primeiros captadores, logo substituídos por três single-coils Burns, os únicos disponíveis separadamente na época. A ponte, por incrível que pareça, nasceu de velhas peças de motocicleta.
Recentemente, a Red Special passou por uma reforma minuciosa, realizada pelo luthier australiano Greg Fryer (acima, à esquerda), que utilizou os mesmos materiais da original. Fryer ainda confeccionou três exemplares idênticos para Brian, que os batizou de John, Paul e George, em referência aos Beatles. A Red Special tornou-se acessível ao público, sendo fabricada por duas empresas: a Guild Guitars, dos EUA, e a Burns Guitars, da inglaterra. Contudo, o último modelo construído foi em 2006. Atualmente, para quem deseja adquirir um exemplar (abaixo) com a assinatura de May, é possível pelo site Brian May Guitars .

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

NYT, hoje

O New Deal nem sempre funcionou
Tyler Cowen
Muitas pessoas estão se voltando para a Grande Depressão e para o New Deal em busca de respostas para os nossos problemas atuais. Mas apesar de podermos aprender lições importantes com esse período, nem sempre são aquelas ensinadas na escola.A história tradicional ensina que o presidente Franklin D. Roosevelt salvou o capitalismo usando uma intervenção extensiva do governo; a verdade é que Roosevelt mudou de rumo a cada ano, experimentando uma série de políticas, algumas boas e outras ruins.
Vale à pena examinar essa miscelânea agora, para avaliar se alguma dessas políticas pode ser útil.Se eu fosse preparar uma "cola sobre o New Deal", começaria com as seguintes lições:Política Monetária é fundamental Conforme Milton Friedman e Anna Jacobson Schwartz argumentaram no clássico livro "A Monetary History of the United States" ["Uma História Monetária dos Estados Unidos"], a principal causa da Grande Depressão foi que o Federal Reserve [banco central dos EUA] deixou que o suprimento de dinheiro caísse em um terço, provocando a deflação.Além disso, permitiu que os bancos falissem, causando uma crise de crédito.
As melhores políticas de Roosevelt foram aquelas destinadas a aumentar o suprimento de dinheiro, colocar o sistema bancário de pé e restaurar a confiança nas instituições financeiras.Um estudo sobre os anos 30 feito por Christina D. Romer, professora da Universidade da Califórnia, Berkeley, ("What Ended the Great Depression?" ["O que acabou com a Grande Depressão"], Jornal de História Econômica, 1992), confirma que a política monetária expansionista foi a chave para a recuperação parcial dos anos 30. Os piores anos da política do New Deal foram 1937 e 1938, logo depois que o Fed aumentou as exigências de reservas para os bancos, inibindo os empréstimos e levando a economia de volta para perigosas pressões deflacionárias.Hoje, a política monetária expansionista não é tão fácil de ser aplicada, uma vez que estamos vendo uma diminuição no crédito e uma contração da "sombra do setor bancário", representada por vários tipos de comércio de derivativos, fundos hedge e outros investimentos.
Então não espere que os benefícios da expansão monetária venham logo, ou até mesmo daqui a seis meses.Ainda assim, o Fed precisa estar pronto para evitar uma espiral descendente e para estimular a economia assim que seja possível.Fazer as pequenas coisas direitoNão são apenas as políticas monetária e fiscal que são importantes. Roosevelt deixou um legado desastroso de subsídios agrícolas e quis cartelizar a indústria, apoiado pela força da lei. Nada disso ajudou a recuperação da economia.
Ele também tomou atitudes para fortalecer os sindicatos e para manter os salários reais mais altos. Isso ajudou os trabalhadores que tinham emprego, mas tornou muito mais difícil para os desempregados voltarem ao trabalho. Como resultado, as taxas de desemprego permaneceram altas durante todo o período do New Deal.
Hoje, o presidente-eleito Barack Obama enfrenta pressões para facilitar a sindicalização, mas essas políticas irão provavelmente piorar a recessão para muitos americanos.Não aumente os impostos de uma vezO legado de programas públicos do New Deal deixou muitas pessoas com a impressão de que era uma época de política fiscal expansionista, mas isso não é exatamente verdade. Os gastos do governo cresceram consideravelmente, mas os impostos aumentaram também.
Sob o comando do presidente Herbert Hoover e depois com Roosevelt, o governo federal aumentou os impostos sobre a renda, sobre produção e consumo, sobre heranças, sobre ganhos corporativos, e manteve os impostos sobre as companhias e sobre o "lucro excessivo".Quando todos esses aumentos de impostos são levados em conta, a política fiscal do New Deal não fez muito para promover a recuperação.Hoje, um corte de impostos para a classe média é uma boa idéia - e o motivo para rejeitar o corte de impostos de Bush para os mais ricos é hoje mais fraco do que poderia parecer há um ano ou dois.
A guerra não é a arma
A Segunda Guerra Mundial não ajudou a economia americana. Os lucros vieram nos estágios iniciais, quando os EUA estavam apenas vendendo bens relacionados com a guerra para a Europa e ainda não haviam entrado no combate. O historiador econômico Robert Higgs, membro sênior do Instituto Independente, mostrou em seu livro de 2006, "Depression, War, and Cold War" ["Depressão, Guerra e Guerra Fria"], o quanto que a guerra promoveu a falta e o racionamento de bens de consumo.Apesar de a produção geral da economia ter aumentado, e o alistamento militar ter diminuído o desemprego, de modo geral, os anos de guerra não são um período próspero. No que diz respeito aos dias de hoje, não deveríamos pensar que fazer guerra seja uma forma de restaurar a saúde econômica.Você não pode transformar o mal em bemAs boas políticas do New Deal, como a construção de uma rede de segurança social básica, fizeram sentido por si só e teriam sido desejáveis também durante a expansão dos anos 20. As políticas ruins deixaram as coisas piores.
Hoje, isso significa que deveríamos restringir medidas extraordinárias ao setor financeiro o máximo possível e evitar a tentação de "fazer algo" para o seu próprio bem.
Resumindo, a política de expansão monetária e as encomendas de guerra vindas da Europa, e não as bem conhecidas políticas do New Deal, tiveram um papel maior para fazer a economia dos EUA sair do buraco da Depressão.
Nossa crise atual também irá acabar um dia, e, assim como nos anos 30, a recuperação provavelmente virá de razões que têm pouco a ver com a maioria das iniciativas políticas.
*Tyler Cowen é professor de economia na Universidade George Mason

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Música com M maiúsculo - capítulo IX

No ano que vem, completar-se-ão vinte anos do lançamento do disco "As Quatro Estações", da Legião Urbana. O álbum não carece de maiores comentários, pois quase tudo já foi dito sobre ele. É o primeiro disco feito após Renato Russo saber que era soropositivo, é o primeiro disco sem Renato Rocha, é uma fábrica de hits pois pelo menos nove das onze faixas tocaram regularmente nas rádios brasileiras, é o disco mais vendido da banda, o mais religioso, o mais progressista até então, etc, etc, etc.

Apenas o que eu queria dizer é que o disco contém uma das faixas mais impressionantes da história do grupo, na minha modesta opinião.
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"Feedback Song For A Dying Friend" é uma pungente homenagem ao cantor Cazuza, que já estava bem adoentado. Letra em Inglês (idioma que Renato dominava), traduzida no encarte por Millôr Fernandes, a música possui uma mescla de guitar-rock com sons árabes que é única na trajetória da banda.
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O grupo flertou mais tarde com cítaras, é verdade, mas não ousou tanto. A coda de "Feedback", vinte anos depois, ainda arrepia...
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A seguir, a letra original e a versão em português.
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FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND
Soothe the young man's sweating forehead
Touch the naked stem held hidden there
Safe in such dark hayssed wired nest
Then his light brown eyes are quick
Once touch is what he thought was grip
Tis not his hands those there but mine
And safe, my hands seek to gain
All knowledge of my master's manly rain
The scented taste that stills my tongue
Is wrong that is set but not undone
His fiery eyes can slash savage skin
And force all seriousness away
He wades in close waters
Deep sleep alters his senses
I must obey my only rival
* He will command our twin revival:
The same
Insane
Sustain
Again (the two of us so close to our own hearts)
I silenced and wrote
This is awe
Of the coincidence
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CANÇÃO RETORNO PARA UM AMIGO À MORTE
Alisa a testa suada do rapaz
Toca o talo nu ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Então seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava ele era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras. Minhas mãos buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É engano instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Força toda gravidade ir embora.
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera meus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez (Os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Há quarenta e cinco anos...




Em uma cerimônia na gravadora EMI, seguida de um disputado coquetel, os Beatles receberam discos de prata por "Please, Please Me", um EP de prata por "Twist and Shout", e ainda um single de prata por "She Loves You".

Satisfeitíssimos com os números, os executivos da gravadora provavelmente não podiam imaginar o que ainda estava por vir.

Há trinta anos...


Billy Joel chegava pela primeira vez ao número 01 das paradas norte-americanas com o álbum "52nd Street", que contém o hit "Big Shot" e a balada "Honesty".

Há quinze anos...


O Nirvana gravava o seu show Unplugged para a MTV norte-americana. O disco foi lançado alguns meses após a morte de Kurt Cobain. No repertório, além das músicas do grupo em versões memoráveis, covers de David Bowie, Leadbelly, Vaselines e Meat Puppets.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Newsweek

Cutting Things Down To Size

As Brazil becomes a more powerful player, its neighbors are becoming increasingly aggressive.
Mac Margolis

NEWSWEEK
From the magazine issue dated Nov 24, 2008

Latin Americans have a long record of directing their often tempestuous nationalism at one prime target: the United States. But with Washington increasingly entangled in more volatile latitudes, regional battle lines are being redrawn. These days, the imperialistas speak Portuguese. Yes, Brazil, the onetime continental underachiever and now Latin America's economic pacesetter, is increasingly becoming target No. 1.

The loudest anti-Brazilian rumblings have come from the Andes, where populist leaders marching to the drumroll of Venezuelan strongman Hugo Chávez's "Bolivarian revolution" are trying to remake their nations by redistributing wealth and empowering long-neglected indigenous groups and minorities. Over the past two years, the leaders of Venezuela, Ecuador and Bolivia have hurled invective at their dominant neighbor, and lately the mood is getting ugly.
In September, a power outage at an Ecuadoran hydroelectric plant built by Brazilian construction giant Odebrecht blew up into an international incident when President Rafael Correa ordered the Army to circle all four Odebrecht projects, froze the company's assets and insinuated he might stop payment on a $243 million loan from Brazil's national development bank. Despite high-level negotiations with Brazil, Correa finally kicked Odebrecht out of the country last month, charging the Brazilians with "disrespecting national sovereignty." Correa is also threatening to oust other Brazilian firms, including the state-owned oil giant Petrobras.

Now the contagion is sweeping south. In Paraguay, President Fernando Lugo took office in August under the banner of "energy independence"—populist code for squeezing concessions from the "imperio" just over the border. He is charging that Brazil is underpaying for the power it imports from the giant Itaipu plant and wants a free hand to sell half the total to any country he chooses. The Brazilians have tried to negotiate, but Asuncíon seems unmoved. In September and October, angry peasants vowed to seize plots owned by resident Brazilian farmers. BRAZILIANS, GO HOME read the placards in San Pedro, the municipality where peasants are circling Brazilian farmers.

Ironically, Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva remains popular in Latin America. Before nationalizing two Brazilian oil refineries in 2006, Bolivian President Evo Morales reverentially referred to Lula as his "big brother." Chávez rarely misses a photo op with Lula, even as he lashes out at the country's business executives (he just slapped Odebrecht with $282 million in "extra" taxes) or the Brazilian Congress, which he once dismissed as "Washington's parrot." The first international trip Lugo took as president was to Brasília.

But while leaders trade bearhugs with Lula, they seem just as ready to stick it to their neighbor—a direct response to Brazil's emergence in the region as a powerful economic player. With a $1.4 trillion economy and a global political agenda, Brazil stands out in a region hobbled by poverty and poor governance. Its industry eclipses that of its neighbors, assuring Brazil a fat regional trade surplus. Odebrecht is just one of a score of Brazilian multinationals prowling Latin America and beyond for opportunity. And as Brazil's fortunes soar, it casts a harsh spotlight on the shortcomings of its neighbors. The result: increased animosity from across its borders. "Vilification is part of the price of success," says Roberto Abdenur, a former senior Brazilian diplomat.

Making Brazilians the new gringos may play well to the gallery, but it is risky politically and economically. Until now, Brazil has been Bolivia's largest foreign investor, while Paraguay has become the world's fifth-largest exporter of soybeans thanks to Brazilian technology and the 300,000 "Brasiguayos" tilling Paraguayan soil. Their harvests have been a precious source of hard currency for this mostly poor, landlocked nation. The demonizing hurts Brazil, too. When Bolivia nationalized two oil refineries built by Petrobras two years ago, it forced the state-controlled oil and gas company to rewrite a key part of its energy strategy, scrap plans to double the gas pipeline and plow money instead into domestic exploration. The company is on safer ground because of the revamping but lost time and money in the process. Ecuador's ouster of Odebrecht interrupted four construction projects, worth $650 million. São Paulo is also highly dependent on the hydro plant in Paraguay, and some 300,000 Brazilian farmers now live in fear of having their land confiscated or invaded by Paraguayan peasants.

Yet for all its clout, Brazil seems almost penitential before its undersize neighbors, who increasingly play the Lilliputians to Brazil's Gulliver. While the Lula government has been quick to stand up to the rich countries—suing the United States and the Europeans before the World Trade Organization over trade barriers on ethanol, cotton and sugar—offending hermanos in the hemisphere get little more than a scolding. Rather than firing off a rebuke and invoking international law against Morales's attempts to seize Petrobras assets, Brasília basically turned the other cheek. Morales is only exercising his country's "sovereign right," officials said at the time. "What do you want us to do, invade Bolivia?" Lula asked rhetorically, in answer to critics. Big nations like Brazil, he argued, "must show solidarity with the poorer countries." Many Brazilians are now clamoring for Lula to assert himself, with sterner diplomatic protests or by filing suits in international courts over the confiscated property and broken contracts. "We're getting our butts kicked by mice," says Brazilian political analyst and foreign-policy expert Amaury de Souza.

Brazilian tolerance may finally be ending. In October, the national Defense Ministry, which has not always seen eye to eye with the olive-branch-wielding Brazilian diplomats, drafted a bold plan to regulate a new National Mobilization Strategy. Signed by Lula, the decree beefs up the country's rules of engagement with rogue nations and bluntly warns of a more energetic response to "actions that damage national sovereignty."
No target countries were named, nor were possible actions spelled out. But as Brazil's military engaged in exercises along the border of Paraguay last month, the message was hard to miss. Don't expect a tropical version of pre-emptive war. But it may be a sign that the Latin Gulliver is no longer willing to take things lying down.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

do blog do Reinaldo Azevedo

O “angelismo” e o “direitomismo”.
Por Nelson Ascher
Reinaldo,
creio que é fácil achar uma das chaves para o relativismo moral, social, civilizacional etc, que insiste em equiparar os terroristas às sociedades democráticas que se defendem deles. Esse relativismo é, curiosamente, como você verá, um absolutismo.
Quem costuma discutir isso de modo mais refinado são os franceses, que, inclusive, cunharam alguns termos muito úteis como, por exemplo, os que poderiam ser traduzidos como"angelismo" e "direitomismo" (não de tomismo, mas de “direitos-do-homem”).
Os “direitomistas” são, de fato, absolutistas para os quais aqueles que, por acidente, violam ocasionalmente um direito humano secundário não se diferenciam em nada daqueles que o fazem programática, sistematicamente e em grande escala. Segundo eles, o “perfeito” é, de fato, inimigo do “bom”, e eles não aceitam nada que não seja perfeito.
A lógica do mal menor lhes é totalmente estranha, talvez abominável. São eles que, atualmente, empenham-se em provar que os aliados, por terem bombardeado Dresden ou Hiroxima, são tão ruins, talvez piores, do que os nazistas e os militaristas japoneses. Se alguém não é santo, então é demônio — e os demônios são, afinal, todos iguais.Para eles, se argumentamos que, “Calma lá, Guantánamo e Abu Ghraib são ruins, mas nem sequer se aproximam de verdadeiras máquinas de extermínio como Auschwitz ou o Khmer Vermelho”, aí nós não apenas estamos inocentando — aliás, tomando o partido de tudo de mau que possa ter ocorrido em Guantánamo —, como passamos imediatamente a ser partidários da tortura, defensores do totalitarismo etc.
E, como é mais fácil — e dá mais ibope — nos criticar, quem acaba saindo pior no retrato é justamente quem busca nuançar as coisas, argumentar. Bom mesmo é assumir uma posição absolutista e se colocar na posição de juiz do mundo.Afinal, é mais fácil nos criticar (e aos EUA, Reino Unido, Israel etc) do que chamar a atenção para o que fazem os pobres fundamentalistas islâmicos.
Estes, mesmo que tenham defeitos, podem ser absolvidos por:(1) serem vítimas das circunstâncias que os obrigam a agir como agem e (2) estarem, ao fim e ao cabo, lutando em nome de objetivos louváveis: o antiimperialismo ou algo assim.E tem mais: fundamentalistas, diga-se de passagem, nunca estão muito abertos a críticas.
E, como o Khomeini no caso do Rushdie, não reconhecem jurisdições nacionais, normas internacionais etc.Há, de resto, um clima moral e intelectual em nossos tempos que não apenas permite como encoraja tal absolutismo.
Praticamente ninguém ousa correr o risco de ser considerado "malvado": todos querem ser julgados bonzinhos, verdadeiros anjos. Tratar-se-ia de uma espécie de “auto-angelização”.Em suma: o “angelismo”, o “direitomismo” e a correção política estão aí, a rigor, justamente para impedir que sejam discutidas as complicações morais envolvidas em qualquer ação (ou inação) humana.
Basta repetir o discurso dominante, e a pessoa está desobrigada de fazer quaisquer escolhas éticas, de pesar causas e conseqüências, de comparar caminhos ruins a caminhos piores (mas nenhum deles ideal ou perfeito).
Daí que, quando surge um fenômeno novo, como o terrorismo islâmico em escala monstruosa, as pessoas corram e busquem se refugiar no abrigo de categorias já familiares — antiimperialismo, luta de classes, revolta dos miseráveis, nacionalismo libertador etc — e que podem, portanto, ser equacionadas segundo os preceitos do discurso politicamente correto.
Não sei se você concorda com isso, mas minha impressão é a de que a maioria (e os intelectuais em especial) encara com absoluto horror a necessidade de pensar a respeito dos dilemas éticos.
gds
abs
Nelson

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Arquivos Bergman






Pouco antes de morrer, o cineasta sueco Ingmar Bergman abriu seus arquivos privados a uma editora alemã e uma sueca, permitindo a estas que escrevessem um livro sobre seu trabalho. O resultado é um ilustre volume de quase seis quilos, que apresenta a obra do cineasta em nada menos que 592 páginas, com textos em inglês.

Para o mercado alemão o volume vem ainda com um livro no idioma do país. Divido em sete capítulos, os Arquivos Ingmar Bergman, de autoria de Paul Duncan e Bengt Wanselius – fotógrafo pessoal do cineasta durante muitos anos – tratam de todos os filmes do diretor, de clássicos aos poucos conhecidos.

Leia tudo AQUI

sábado, 8 de novembro de 2008

Atualidades: Hugo Chávez Nas Paradas de Sucesso! Eleição nos Estados Unidos, Fotos Com Mel Lisboa E A Feiticeira!

Hugo Chávez lança CD!

Em uma resposta imediata ao cd romântico lançado por Silvio Berlusconi, Hugo Chávez lança cd com músicas para incentivar os movimentos sociais da América Latrina:

http://www.nytimes.com/2008/11/08/world/americas/08briefs-CHVEZSINGSON_BRF.html?ref=americas

"MC Chávez", tá ligado, Mano?

Eleição de Obama comove as pessoas  no mundo todo! Eleitores vão às lágrimas em Chicago:

http://www.tucsoncitizen.com/ss/nationworld/101654.php

Nem mesmo começou o seu mandato e já tem gente chorando com o governo Obama...

Pausa para o momento "Tarso Gênio"


"Ele é alérgico a envolvimentos emocionais"- foi o que lhe disseram assim que ela conheceu Patrick Hardy. Infelizmente, Ruth se apaixonou por ele assim mesmo. E como não conseguia lutar contra seus sentimentos, armou um plano para obrigá-lo a se casar com ela. O plano acabou dando certo, mas quando já estavam do outro lado do mundo, ele percebeu que tinha sido enganado e não foi capaz de perdoá-la. Desesperada, Ruth fez o que pôde para reconquistá-lo, e quase teve sucesso no dia em que ele a levou para conhecer "As cataratas da Lua". Então, houve toda aquela tragédia. E agora? Será que perderia Patrick para sempre?

E imediatamente a abraçou sem se preocupar com as mãos ásperas e sujas, consequência da escalada ao telhado. Apertou-a com violência e colou seus lábios nos dela.
Ruth tentou lutar, mas foi inútil. Ele era mais forte e, além disso, ela não queria resistir. Comprimida contra o calor das roupas dele, sentiu o perfume masculino que vinha de seu corpo. Instintivamente, ela se aconchegou mais e enfiou a mão embaixo da malha, sentindo a suavidade da pele morena por baixo dela.

Anne Mather, As Cataratas da Lua

Fim do momento Tarso Gênio

E agora, o momento que vocês tanto esperavam, as fotos da Feiticeira e Mel Lisboa!

Mel Lisboa



A Feiticeira



Luana Piovani continua sendo saudável 

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Para aqueles que não enxergaram a grandeza deste cara.


Obrigado. Obrigado, meus amigos. Obrigado por virem aqui, nesta bela noite do Arizona.

Meus amigos, nós --nós chegamos ao fim de uma longa jornada. O povo americano falou, e falou claramente.

Há pouco, tive a honra de telefonar para o senador Barack Obama
para parabenizá-lo.

Em uma disputa tão longa e difícil quanto foi a dessa campanha, o sucesso dele demanda meu respeito por sua habilidade e perseverança. Mas, que ele tenha obtido sucesso ao inspirar as esperanças de tantos milhões de americanos que acreditaram erroneamente que tinham pouco em jogo ou pouca influência na eleição de um presidente americano, é algo que admiro profundamente e o elogio por alcançar.

Esta é uma eleição histórica, e reconheço o significado especial que ela tem para os afro-americanos e para o orgulho todo especial, que deve ser deles nesta noite.

Sempre acreditei que os Estados Unidos oferecem oportunidades para todos os que são trabalhadores e que têm vontade de trabalhar. O senador Obama acredita nisso também.

Mas ambos reconhecemos que, embora tenhamos avançado muito desde as velhas injustiças que já mancharam a reputação de nosso país e negaram a alguns americanos as plenas benesses da cidadania americana, as lembranças delas ainda têm poder para machucar.

Um século atrás, o convite do presidente Theodore Roosevelt a Booker T. Washington para jantar na Casa Branca foi visto como um ultraje em muitos lugares.

A América está hoje a um mundo de distância do fanatismo cruel e apavorante daqueles tempos. Não há melhor prova disso do que a eleição de um afro-americano para a presidência dos Estados Unidos.

Que não haja razão agora para que qualquer americano deixe de celebrar sua cidadania nesta que é a maior nação da Terra.

O senador Obama alcançou um grande feito para si mesmo e para este país. Eu o aplaudo por isso, e ofereço a ele meus sinceros sentimentos, por sua avó não ter vivido para ver este dia. Embora nossa fé nos assegure que ela repousa na presença do Criador e está muito orgulhosa do bom homem que ela ajudou a criar.

O senador Obama e eu tivemos e discutimos sobre nossas diferenças, e ele prevaleceu. Sem dúvida muitas dessas diferenças permanecem.

Estes são tempos difíceis para o nosso país. E eu prometo a ele esta noite fazer tudo em meu poder para ajudá-lo a nos liderar através dos muitos desafios que vamos encarar.

Peço a todos os americanos que me apoiaram que se juntem a mim não apenas para parabenizá-lo, mas para oferecer ao nosso próximo presidente nossa boa vontade e nossos esforços mais honestos para encontrar modos de nos unirmos a fim de efetuarmos os compromissos necessários para superar nossas diferenças e ajudar a restaurar nossa prosperidade, defender nossa segurança em um mundo perigoso, e deixar para nossos filhos e netos um país melhor e mais forte do que o que herdamos.

Sejam quais forem nossas diferenças, somos todos americanos. E por favor acreditem em mim quando digo que nenhuma ligação jamais significou mais para mim do que essa.

É natural. É natural, nesta noite, sentir algum desapontamento. Mas amanhã teremos de seguir adiante e trabalhar em conjunto para colocar nosso país em movimento de novo.

Lutamos --lutamos tão duro quanto pudemos. E embora tenhamos chegado perto, a falha foi minha, não de vocês.

Estou tão profundamente grato a todos vocês pela grande honra do seu apoio e por tudo que vocês fizeram por mim. Eu gostaria que o resultado tivesse sido diferente, meus amigos.

A estrada foi difícil desde o começo, mas o seu apoio e amizade nunca se abalaram. Não posso expressar de modo adequado o quanto estou profundamente em débito com vocês.

Estou especialmente grato a minha mulher, Cindy, a meus filhos, a minha querida mãe e a toda a minha família, e aos muitos velhos e caros amigos que ficaram ao meu lado através dos muitos altos e baixos desta longa campanha.

Eu sempre fui um homem de sorte, e muito mais ainda pelo amor e encorajamento que vocês me deram.

Vocês sabem, campanhas freqüentemente são mais duras para a família do candidato, e isso foi verdadeiro nessa campanha.

Tudo que posso oferecer para compensar é meu amor e gratidão e a promessa de anos mais pacíficos à frente.

Também estou --também estou, é claro, muito grato à governadora Sarah Palin, uma das melhores companheiras de campanha que já vi, e uma voz nova e impressionante em nosso partido por reforma e pelos princípios que sempre foram nossa maior força, a seu marido Todd e a seus cinco lindos filhos por sua incansável dedicação à nossa causa, e à coragem e graça que mostraram nos percalços de uma campanha presidencial.

Podemos todos esperar com grande interesse por seus próximos serviços no Alasca, no Partido Republicano e em nosso país.

A todos os meus companheiros de campanha, de Rick Davis e Steve Schmidt e Mark Salter até o último voluntário que lutou dura e bravamente, mês após mês, no que às vezes pareceu a mais disputada campanha nos tempos modernos, muito obrigado. Uma eleição perdida nunca vai significar mais para mim do que o privilégio de sua fé e amizade.

Eu não sei --eu não sei o que mais eu poderia ter feito para tentar vencer essa eleição. Deixarei isso a outros para determinar. Todo candidato comete erros, e tenho certeza de que cometi minha parcela deles. Mas não vou gastar um minuto do futuro lamentando o que poderia ter sido.

Essa campanha foi e vai permanecer como a grande honra da minha vida, e meu coração está cheio de nada menos que gratidão pela experiência e pelo povo americano por me conceder uma oportunidade justa antes de decidir que o senador Obama e meu velho amigo, o senador Joe Biden, deveriam ter a honra de nos liderar pelos próximos quatro anos.
Eu não seria --eu não seria um americano digno desse nome se lamentasse um destino que me permitiu ter o privilégio extraordinário de servir a esse país por meio século.

Hoje, fui um candidato ao posto mais alto do país que amo tanto. E esta noite permaneço um servo. Isso é benção suficiente para qualquer um, e eu agradeço ao povo do Arizona por isso.

Esta noite --esta noite, mais do que em qualquer outra noite, tenho em meu coração nada mais que amor por esse país e por todos os seus cidadãos, tenham apoiado a mim ou ao senador Obama.

Desejo boa sorte ao homem que foi meu oponente e será meu presidente. E peço a todos os americanos, como fiz freqüentemente nesta campanha, que não se desesperem diante das atuais dificuldades, mas que acreditem, sempre, na promessa e na grandeza dos Estados Unidos, porque nada é inevitável aqui.

Americanos nunca desistem. Americanos nunca se rendem.
Nunca nos escondemos da história. Nós fazemos história.
Obrigado, e Deus os abençoe, e Deus abençoe os Estados Unidos. Obrigado a todos."

domingo, 2 de novembro de 2008

A História de Carpeaux


A obra máxima de Otto Maria Carpeaux, a monumental História da Literatura Ocidental, acaba de ser entregue ao público em 3ª edição, realizada pelas Edições do Senado Federal, agora em quatro alentados volumes totalizando 3.025 páginas. Embora seja este o 107º título do catálogo daquela editora, em geral centrado na historiografia brasílica - exceção feita apenas das crônicas que Machado de Assis escreveu precisamente sobre o antigo Senado - esta edição, de caráter eminentemente literário, se deveu a um encontro de circunstâncias que, ao mesmo tempo, pode resultar em maior amplitude para os horizontes culturais da coleção.
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Diferentemente das obras do gênero, a história literária de Carpeaux não se limita a arrolar os nomes significativos de um período literário ou da literatura de um determinado país ou língua, com resumos biobibliográficos de seus vultos notáveis, eventualmente acompanhados de pequena antologia. Trata-se aqui de uma visão de conjunto de todas as literaturas ocidentais, analisadas num continuum em que os desdobramentos cronológicos se mostram embrechados de componentes sociológicos, econômicos, políticos, religiosos, etc., daí resultando um panorama em que se busca antes compreender do que explicar os fenômenos humanos e sociais, não no intuito de identificar suas causas, mas antes os propósitos e alcances que as determinam. As análises propriamente literárias são precedidas, em cada capítulo, de um estudo sobre a época ou civilização em que ocorreu o fato, permitindo ao leitor apreciar desde seus indícios ao seu apogeu, bem como as ramificações e desmembramentos de uma eventual sobrevida em outros estágios históricos e/ou artísticos. As análises não contemplam apenas os aspectos triviais da vida dos autores, mas ajudam a compreender como e por que suas obras foram geradas e os reflexos que porventura tiveram sobre outras épocas e regiões. A bibliografia arrola as obras fundamentais publicadas sobre os autores até a época, competindo às futuras edições atualizá-la com dados posteriores que tenham acrescentado ou lançado novos enfoques sobre os temas. Estranha, porém, que haja alguns que ainda leiam esses estudos-críticos abrangentes como se fossem simples baedeker para conhecimentos apressados ou, fragmentariamente, como se tratasse apenas de um repositório de dados biográficos. Este é um livro que deve ser lido por inteiro, como uma sucessão de sagas em que intercedem milhares de personagens implicados nos fenômenos da criação literária. Muitos que luziram em sua época e são hoje inteiramente desconhecidos, e muitos outros que, analisados com o rigor crítico de um scholar como Carpeaux, nem sempre corresponderão às idéias feitas que sobre eles existiam.
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PIL - 30 anos

E já que andamos falando em The Clash, é importante frisar a passagem do trigésimo aniversário do momento em que, segundo disse um crítico, o punk rock deu um tiro na cabeça e ressucitou como uma nova entidade que não era mais punk e nem podia ser chamada na época de rock.
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Na falta de um rótulo cabível, o disco de estréia do PIL foi chamado de pós punk, sigla que depois abrigaria outros grandes grupos tais como, Gang of Four, Joy Division e outros.
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Abaixo o link para um vídeo extraído de um show no Japão. A música, Annalisa, é um dos destaques de um grande disco.

http://www.youtube.com/watch?v=p9oIyZ753SI