sexta-feira, 27 de junho de 2008

Irlanda Rejeita A Constituição Européia. Habermas Gostou.

Polêmica na Alemanha sobre o referendo ao Tratado de Lisboa:


http://www.sueddeutsche.de/ausland/artikel/310/180753/



Habermas.  O importante, como diz o companheiro Fetter, é que ele é saudável.



quinta-feira, 26 de junho de 2008

O segredo do sucesso do futebol da Alemanha
Novamente, a seleção alemã avançou até as fases finais de um grande torneio internacional. Mas o que torna a seleção tão bem-sucedida? Pode ser por ser tão mediana

Zeev Avrahami

Durante grande parte do jogo entre Alemanha e Portugal na última quinta-feira (19), parecia quase injusto. Portugal podia ser amplamente considerada favorita, mas a disputa em campo parecia mais uma luta de boxe entre um peso pesado e um peso médio. Portugal tinha o brilho, os truques e o trabalho de pernas elegante. Mas no final, foi a Alemanha que provou estar disposta a fazer o que era necessário para vencer -mesmo que isto envolvesse o astro meio-campista Michael Ballack empurrar o zagueiro português para fora do caminho para marcar o gol da vitória no segundo tempo.

Com ele, Portugal foi eliminada, a seleção que talvez contava com o maior astro do torneio. Cristiano Ronaldo marcou mais gols do que qualquer outro jogador neste ano no campeonato inglês. Ele foi eleito jogador do ano da primeira divisão inglesa por dois anos consecutivos. Outros astros como Deco e Petit, Nani e João Moutinho estavam jogando ao lado dele na seleção portuguesa.


Klose, da seleção alemã, comemora gol durante partida contra a Turquia pela Eurocopa

E os alemães? A equipe conta com um astro no meio-campo, Ballack, que de alguma forma consegue controlar os jogos apesar dos locutores e narradores passarem grande parte do tempo sem dizer seu nome. Mas seu elenco de apoio é bastante anônimo, composto de jogadores com nomes como Hitzlsperger, Rolfes e Mertesacker. Mas mesmo assim, é exatamente esta devoção ao mediano que torna a seleção alemã bem-sucedida ano após ano, torneio após torneio.

O lado alemão, resumindo, dificilmente fará você saltar de sua cadeira -mas apenas raramente decepcionará. Seus períodos de sucesso são breves, assim como as calmarias entre eles. Na última Eurocopa em 2004, a seleção não conseguiu passar de seu grupo. Mas na Copa do Mundo de 2002, a seleção ficou em segundo lugar e, em 2006, terminou em um impressionante terceiro.

Por quê? Por que uma seleção como a Inglaterra, que ano após ano está repleta de jogadores reconhecidos por toda a Europa, quando não por todo o mundo, não chega nem perto do índice de sucesso da Alemanha em torneios internacionais? Por que a Espanha não conquista uma Eurocopa desde 1964 -apesar de contar com um dos campeonatos domésticos mais fortes do continente- enquanto a Alemanha, com sua Bundesliga em decadência, conquistou três desde 1972?

Um fator é certamente a força consistente das equipes no meio. Seleções nacionais alemãs bem-sucedidas sempre terão um goleiro intimidante, um zagueiro dominante no miolo da zaga, um líder no coração do meio-campo e um atacante robusto. Seleções alemãs decepcionantes sempre careceram de um dos elos nesta cadeia.

Mas igualmente importante é a estabilidade da equipe. Na primeira partida da Alemanha na Eurocopa 2008, contra a Polônia, ela colocou em campo oito jogadores que jogaram na Copa do Mundo há dois anos. Os três jogadores que ingressaram também faziam parte do esquadrão de 2006 -e o técnico, Joachim Löw, também estava lá, mas como assistente. Esta estabilidade há muito faz parte do lado alemão. A seleção nunca teve uma era dourada de domínio completo, mas -mesmo nos anos de Franz Beckenbauer- nunca dependeu de apenas um jogador para o sucesso. Retire os anos de Zinedine Zidane e o sucesso internacional da França mergulha a profundidades inglesas.

Mas os alemães valorizam o coletivo em vez da individualidade. A equipe, mesmo com seu recente foco na forma física estimulado pelo antecessor de Löw, Jürgen Klinsmann, não é um Porsche. Mas também está longe de ser um Trabant. Ela parece mais um Audi sólido, intermediário. Felizmente para a Alemanha, tanto nos carros quanto no futebol, seu mediano é melhor do que o restante.

Mas há mais no sucesso da Alemanha do que apenas continuidade e confiabilidade consistente. A equipe é uma grande beneficiária da globalização do futebol. Não porque os clubes alemães têm importado jogadores talentosos de todas as partes do mundo para elevar o nível do jogo. Em vez disso, é porque não o fizeram.

Na Inglaterra, Espanha e Itália, os garotos locais freqüentemente são minoria nos elencos dos melhores clubes. As equipes do Real Madrid dos últimos anos não eram chamadas de Los Galácticos à toa. E o dinheiro envolvido é imenso. De fato, em uma era de salários indo às alturas e clubes repletos de astros estrangeiros, os clubes repentinamente são mais importantes do que as seleções nacionais e onde se encontra o principal compromisso dos jogadores.

Além disso, quando os times locais estão repletos de talento estrangeiro, um importante efeito colateral é uma seleção nacional mais fraca. Até mesmo o presidente da Premier League inglesa, sir David Richards, atribuiu o fracasso da Inglaterra em se classificar à relativa escassez de talento local. A Itália também, apesar de ter conquistado a Copa do Mundo de 2006, fracassou em ir mais longe desta vez. Os clubes em ambos os países tendem a contar com o talento dos jogadores estrangeiros -um luxo com que não podem contar quando se trata de competições internacionais.

A Alemanha não tem este problema. A Bundesliga não pode competir financeiramente com a espanhola, italiana e inglesa. Em vez disso, a liga alemã permite que o talento local se desenvolva, amadureça, lidere e assuma a responsabilidade. E ao fazê-lo, cria jogadores que se importam fortemente com o orgulho nacional e seu uniforme. Apenas o Bayern de Munique importa consistentemente astros para as posições onde o talento local não é bom o bastante.

Também funciona da outra forma: apenas três jogadores alemães jogam em campeonatos estrangeiros -uma situação que resulta em familiaridade e, na seleção nacional, uma sensação de unidade. Não é um bando de mercenários do futebol que se encontram de vez em quando e supostamente devem formar um laço e conquistar um torneio em um prazo de um mês. A Alemanha, resumindo, pode não ser a seleção nacional mais impressionante, mas está muito próxima de ser um verdadeiro clube de futebol.

As três cervejas mais caras do mundo

Enviado por um mui estimado ex-integrante deste blog:

EM 3º LUGAR:



== Tutankhamen Brew ==

A receita com que esta cerveja é feita é baseada em um método descoberto por um time de arqueologistas/egiptologistas,da Universidade de Cambridge, no Templo do Sol, da Rainha Nefertiti, no Egito.

Acredita-se que a fermentadora encontrada em uma das quinas do templo foi feita pelo Rei Akhenaton, pai do Rei Tutancâmon.

Era neste local, também, que o Rei e a Rainha faziam seus rituais de adoração.

Os arqueologistas procuraram auxílio de cervejeiros escoceses e a cerveja é feita no laboratório da
Universidade de Cambridge ao custo de US$ 52 por garrafa.

A produção é limitada e numerada.



EM 2º LUGAR:




== Samuel Adams' Utopias ==

Esta cerveja é feita pela Boston Beer Company utilizando o nome de um dos pais do Estado Norte Americano, Samuel Adams.

Ela está em segundo lugar na lista das cervejas mais caras do mundo ao custo de US$ 100 por garrafa de 700ml, ou US$ 50 a tulipa.


Ela é vendida em embalagens de cobre que lembram os fermentadores que são utilizados há centenas de anos por cervejeiros.

Seu índice alcoólico é de 25% (!!!!!), tornando-a a cerveja mais forte do mundo (listada no Livro Guinness de Recordes).

O processo de fazer esta cerveja pode levar até 12 anos, dando a ela ricos sabores.

Diz-se que a produção é limitada a 8.000 garrafas por ano.


E...EM LUGAR:




== La Vieille Bon-Secours ==

Esta é a cerveja mais cara do mundo, custa aproximadamente US$ 1.000,00 a garrafa, o que vai dar um custo de aproximadamente US$ 300 a tulipa.

Ela só pode se encontrada em um bar chamado Bierodrome, em Londres.

Agora ninguém segura esse time !


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cadê os valores universais? eheheh...

Quanto você ganha? Isso não é segredo na Escandinávia

Jeffrey Stinson
Em Londres
Todo ano, a Suécia publica as declarações de imposto de renda de todos os seus cidadãos. Assim como a Finlândia e a Noruega. E ninguém liga muito para isso.Em contraste, a lei dos Estados Unidos proíbe divulgar as informações tributárias de qualquer pessoa. Imagine o barulho que haveria se o IRS (Internal Revenue Service, a Receita Federal americana) colocasse os dados do imposto de renda online, de forma que colegas de trabalho, vizinhos e sogras pudessem ver quanto dinheiro alguém ganha.Isso aconteceu na Itália no começo desse ano, quando o governo do primeiro-ministro Romano Prodi, que estava deixando o poder, publicou o imposto de renda dos contribuintes durante algum tempo na Internet, e os jornais pegaram a lista. Magnus Graner, secretário de Estado do Ministério da Justiça da Suécia, diz que as declarações de imposto de renda ficam disponíveis para consulta todo ano em uma série de livros ou "calendários de impostos"."Se é isso que você deseja, pode ver quanto seu cunhado ganhou, quanto seu vizinho ganhou", diz Graner. "Não é todo mundo que faz isso, apesar de fazermos piada e perguntarmos: 'você já checou quanto seus futuros sogros ganham?'. Ninguém na minha família fez isso - acho que não."Duas semanas atrás, a Suécia publicou as declarações de renda dos assalariados comuns. Em novembro ou dezembro, os suecos poderão ver quanto que os ricaços ganharam - com seus rendimentos de dividendos e outros investimentos - e quanto pagaram de impostos em 2007.É quando os jornais suecos tradicionalmente publicam informações sobre o patrimônio financeiro de CEOs, celebridades e outras pessoas ricas. "Não há nenhuma reclamação em relação a isso", diz Graner. A política sueca de tornar pública a declaração de imposto de renda - como é na Finlândia e na Noruega - vem de uma tradição de abertura de informações e transparência de governo, exceto nos casos de segurança nacional e em alguns aspectos das investigações criminais. "O direito de acesso público a documentos está estabelecido na constituição", diz Graner sobre a prática que a Suécia adota desde o século 18.Tornar a informação pública é uma demonstração da tradição escandinava de "jantelag", que pode ser traduzida grosseiramente como "ninguém é melhor do que ninguém", diz Veera Heinonen, porta-voz da Embaixada da Finlândia em Londres. "A Finlândia é um país muito igualitário, e uma sociedade com impostos muito altos, então fornecemos demonstrativos e balanços", diz Heinonen. Ela diz que os rendimentos das pessoas podem ser uma boa fonte de fofoca. Se alguém fica constrangido? "Bem, talvez os presidentes das empresas", diz ela.Ida Ragnarsson, 22, de Helsingborg, Suécia, diz que ela não se importa se outras pessoas vêem o quanto ela ganha. Ragnarsson, que trabalha orientando profissionais de vendas, diz que já verificou os ganhos de sua família. "É divertido saber quanto que eles ganham", diz. Os italianos não acharam o mesmo em abril, quando Vincenzo Visco, ministro da economia que liderou a guerra contra a sonegação na Itália, publicou as declarações de imposto de renda no site do ministério.O gesto, disse Visco à imprensa italiana, era para encorajar mais "transparência e democracia". A informação foi rapidamente removida do site, mas ficou disponível por tempo suficiente para que os jornais a agarrassem e publicassem os números sobre os ricos.Entre os rendimentos publicados estavam o de Silvio Berlusconi, político conservador e figura poderosa na mídia, que substituiu Prodi como primeiro-ministro. Seus rendimentos de 2005: US$ 43,5 milhões, sobre os quais ele pagou US$ 18,6 milhões em impostos.Philip Lindquist, 19, estudante de Estocolmo, diz que ele não entende o motivo do rebuliço na Itália. "O modelo sobre o qual a Suécia está construída demanda isso", a informação pública, diz ele.A Noruega teve audiências parlamentares há alguns anos para decidir se deveria manter a informação pública, mas nada mudou, diz Marietta Christopheren, na Embaixada norueguesa de Londres. É muito popular, diz ela. Os noruegueses podem olhar nos jornais ou websites e "procurarem pelos detalhes dos impostos das celebridades, dos vizinhos ou parentes", diz.Os americanos provavelmente se sentiriam violados, diz Marc Rotenberg do Centro de Privacidade Eletrônica de Informações em Washington.Isso não vai acontecer, diz o porta-voz da Receita Federal. "A lei federal proíbe a publicação desse tipo de informação privada."

terça-feira, 24 de junho de 2008

Suspensa Lei que determina multa por depósito de animais mortos nas ruas

Curiosa notícia extraída do site do TJRS

O Desembargador Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, do Órgão Especial do TJRS, suspendeu liminarmente a aplicação da Lei nº 591/08, do Município de Porto Alegre, que afirma constituir ato lesivo à limpeza urbana “depositar em passeios, vias ou logradouros públicos, riachos, canais, arroios, córregos, lagos, lagoas e rios ou em suas margens animais mortos ou partes dele”. A decisão é de ontem, 23/6.

O dispositivo foi inserido no art. 43 do Código Municipal de Limpeza Urbana – Lei Complementar nº 234/90 - e prevê multa de 50 a 150 UFMs.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI – foi proposta à Justiça pela Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras – CEDRAB, Comunidade Terreira Ile Axé Yemanjá Omi Olodo e C.E.U. Cacique Tupinambá, e Africanamente Centro de Pesquisa Resgate e Pres de Tradições Afrodescendentes.

Para o magistrado, “mesmo que não tenha sido a intenção do legislador municipal, o dispositivo legal em questão afronta o princípio constitucional da liberdade de culto, pois obstaculiza a livre prática de cultos religiosos que eventualmente envolvem sacrifícios com animais”.

Considerou o Desembargador Sanseverino que “o princípio da liberdade de culto religioso é assegurada, entre os direitos e garantias individuais, pelo art. 5º, inciso VI, da Constituição Federal, havendo também vedação expressa pelo art. 19, inciso I, igualmente da Constituição Federal, de qualquer embaraço às atividades de cultos religiosos ou igrejas”.

Destacou ainda que a própria Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, em seu art. 148, informa que “o Município não embaraçará o funcionamento de cultos, igrejas e o exercício do direito de manifestação cultural coletiva”.

A decisão vigorará até o julgamento definitivo da demanda pelo plenário do Órgão Especial do TJ formado por 25 Desembargadores.

Aleluia

Promotor compara MST a guerrilha e quer declarar o movimento ilegal
da Redação

O Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul aprovou um relatório que pede a dissolução do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o documento já serviu de base para oito ações judiciais contra sem-terra, como proibição de marchas e autorização de despejos.
Íntegra da entrevista
Por meio de nota, o MST classificou a decisão como estratégia do MP para criminalizar os movimentos sociais e "desativar" todos os acampamentos do Rio Grande do Sul. Segundo Leandro Scalabrin, advogado do movimento, os promotores ofenderam o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e a Constituição Federal, que diz que "é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar". Ainda segundo nota, o MST rebate que "o Rio Grande do Sul é hoje cenário de uma estratégia dos Poderes executivos e judiciários que ameaça às liberdades conquistadas com o fim da ditadura militar". Em entrevista ao UOL, o promotor Gilberto Thums, integrante do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul, explicou a intenção do MP. Leia abaixo trechos da entrevista:"O Conselho Superior do Ministério Público, o qual eu integro, determinou a realização de um levantamento no Rio Grande do Sul sobre a situação do MST e os acampamentos. Foram feitas algumas constatações. Fiz um relatório, aprovado por unanimidade no conselho, e a partir daí foram designados dois promotores com objetivo de implementar as ações judiciais necessárias. Uma delas, foi o deslocamento de dois acampamentos que foram utilizados para promover ataques sistemáticos a propriedades rurais.""Estão adotando técnicas típicas de guerrilha""O MP não está aqui defendendo propriedades rurais. O MP está tomando essa atitude em defesa do estado de direito, porque o MST vem se caracterizando nos últimos tempos não mais como um movimento social, mas como um movimento político, adotando técnicas que são típicas de guerrilha. Algumas constatações são inafastáveis. Observamos que o MST de uns tempos para cá estava num processo de inquietação. Recentemente, foi mostrado no país inteiro, o MST entrou para a segunda fase das organizações guerrilheiras, que são os atos de sabotagem. Em Porto Alegre, por exemplo, invadiram supermercado, quebraram tudo, levaram um monte de coisa. Em Passo Fundo, entraram numa empresa, que é a Bunge, uma multinacional, propriedade privada, que a Constituição brasileira garante respeito e funcionamento. A gente está observando que o MST está adotando uma técnica que ultrapassa o propósito dos chamados movimentos sociais.""O objetivo não é reforma agrária""O que inquieta o Ministério Público é: por que se escolhe determinados territórios para ocupação? O objetivo não é reforma agrária, o Rio Grande do Sul não tem terra para reforma agrária. Não existe. Isso já foi concluído pela CPMI da Terra em 2005. O Rio Grande do Sul não possui terra para reforma agrária. Então, o MST escolhe estrategicamente um território para ocupação. No município de Nova Santa Rita, por exemplo, uma granja faz limite com o pólo petroquímico. É 100% produtiva, terra de arroz, e o MST escolheu essa fazenda para que fosse ocupada na marra. E começou a molestar os proprietários com sucessivas invasões, e uma parte do projeto já foi executada. Ao lado da granja, existe um acampamento. Mais ou menos umas 50 casas ou um pouco mais, todas colocadas de forma desordenada e não existe nada de produtivo nelas. E ao lado do assentamento, existe um acampamento. Que é uma coisa curiosa: como conciliar acampados e assentados num mesmo espaço físico. Por que essa terra foi escolhida estrategicamente para a ocupação? Porque ali passa o duto de nafta que abastece o pólo petroquímico. Sobre essa granja, passam quatro redes de alta tensão que abastecem dois terços de energia do Rio Grande do Sul. Junto à granja, passa um rio, e, sobre ela, passa uma ferrovia. Se fomos olhar, em qualquer lugar do mundo seria o ponto mais vital que alguma organização podia escolher para ocupar. O movimento escolheu esse local e já tomou todas as providencias necessárias porque não agüenta mais os atos de sabotagem que estão fazendo.""O MST é uma máscara utilizada para ações ilegais""O interessante é nós observarmos agora como MST vai dar uma procuração para um advogado defendê-lo em juízo. Todas as ações que são ajuizadas são ajuizadas contra o MST e os integrantes que se encontram em locais determinados. É uma situação nova. Do ponto de vista jurídico, ela é difícil de se dimensionar. O que tem que ficar claro é o seguinte: o MST, na verdade, é o braço da Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e da Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil), que são ONGs que têm existência jurídica, que recebem dinheiro público, que são o braço financeiro do MST. A CPMI da Terra concluiu em 2005 o seguinte: o MST é um grupo econômico. Embora apresente uma estrutura bem formada, a ausência da personalidade jurídica é proposital, para evitar que seu patrimônio seja atingido em ações judiciais. Os recursos financeiros provêm da Anca e da Concrab. Esses são os braços financeiros do MST. O dinheiro é canalizado para eles por meio dessas instituições. O MST na verdade é uma máscara, q é utilizada para ações ilegais.""Isso se chama organização criminosa""Se fossem os cidadãos comuns, estavam todos presos. Porque isso aí tem um nome: isso se chama organização criminosa. O que eles já fizeram de depredações, de atos ilegais em vários locais, é motivo suficiente para pedir prisão preventiva se fosse um cidadão comum. A hora em que cair essa máscara, de o sujeito deixar de ser protegido por esse manto chamado MST, as situações tomam outro rumo. Se nós conseguirmos por decisão judicial declarar o MST um movimento ilegal, à margem do sistema jurídico brasileiro, o tratamento que vai ser dado aos seus integrantes em caso de ocupações com violência, de enfrentamento de policiais, e ocupações diárias, depredações, atos de vandalismo, furtos, seqüestros etc, vamos considerar esses integrantes como pertencentes a uma organização criminosa, e vão receber o tratamento como cidadão recebe. Até hoje, houve tolerância do MP no sentido de não fazer nada, porque afinal é o MST. Só que agora vamos tratar as pessoas que compõem esse movimento.""Se eles querem terra, podem acampar em Brasília, onde o presidente Lula é o representante maior deles""Estamos defendendo a ordem jurídica. O artigo 127 da Constitutição Federal atribui ao Ministério Público o dever de defender a ordem jurídica e o estado democrático de direito. O que o MST está fazendo, nos últimos momentos, é uma agressão ao estado democrático de direito. É um atentado à democracia. Em nenhum lugar do mundo seria tolerado esse tipo de conduta, nem na Rússia seria tolerado. Por que nos omitimos de tamanho absurdo? Qual é a proposta? O que o MST quer? Se eles querem terra, podem acampar em Brasília, onde o presidente Lula é o representante maior deles, e eles podem conseguir através de pressão em cima do poder político da nação. Agora, nada justifica uma invasão de áreas privadas produtivas, de empresas, supermercados, ou coisas semelhantes. É injustificável.""A causa deles é uma causa perdida""Qualquer cidadão vai ver que é uma situação ilegal. A simpatia que o MST teve no passado hoje se tornou o contrário no país. Poucas pessoas hoje aplaudem essas ações, que são completamente nocivas, inaceitáveis numa democracia. Os movimentos sociais pacíficos têm toda a proteção constitucional. Isso que o MST está fazendo não é um movimento socialA reivindicação, a causa deles, hoje, é uma causa perdida. Estamos defendendo a prevalência da lei. Se um indivíduo entra num supermercado e subtrai qualquer objeto, ele está preso. Agora, qual é a lei do mundo que autoriza uma montanha de gente invadir, quebrar, subtrair objetos e sair impune? Se alguém conseguir explicar isso pra mim, retiro tudo o disse até agora.""Se o movimento é pacífico, não precisa de foice""O Ministério Público não tem poder de executar direto essas ações. O MP está postulando para o Judiciário. Quem vai decidir é o Judiciário. Se o Poder Judiciário chegar e disser que a visão que o MP tem sobre o movimento é equivocada, vamos acatar a decisão judicial. Temos uma atividade que brota da Constituição como dever de ofício para agir. Se essa nossa ação está baseada em paradigmas equivocados, o Ministério Público vai acolher a decisão do Poder Judiciário. A declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, me parece um recado muito claro: que não se tolera mais no país atos que extrapolam os limites da legalidade. O MST está fora da legalidade. Por que foice? Por que invadir um prédio publico com foice, com machado etc?Isso é o que eles têm que responder. Se é movimento pacífico, não precisa de foice. Se querem realmente acesso a terra, eles têm que pressionar o poder político, lá em Braília. E não é invadindo e depredando bens particulares de pessoas que, pela Constituição, têm garantido esse direito. E o MP é o defensor da lei. Essa é a questão central."

Mais um grande festival


... e não vai passar na tv, nem no pay-per-view e tampouco no "pray-per-view".
GLASTONBURY 2008 - 27, 28 e 29 de Junho.
Eis algumas atrações: Kings of Leon, The Fratellis, The Gossip, KT Tunstall, Jay-Z, Amy Winehouse (se conseguir caminhar...), Manu Chao, The Raconteurs, James Blunt, Crowded House, The Verve, Leonard Cohen, Goldfrapp, Neil Diamond, John Mayer, Massacre, Gilbert O’Sullivan, Panic at the Disco, We are Scientists, Ben Folds, The Rascals, Massive Attack, Groove Armada, The Zutons, Black Mountain, The Hoodoo Gurus, The Kills, The Futureheads, Band of Horses, Spiritualized, Jimmy Cliff, Fun Lovin’ Criminals, Lupe Fiasco, Alabama, Buddy Guy, Joan Armatrading, Solomon Burke, Billy Cobham, Sinead O’Connor, Andy Fairweather Low & The Low Riders, Joan Baez, Suzanne Vega, Pete Doherty (outro que pode chegar carregado), John Cale, CSS, My Mourning Jacket, The Men They Couldn't Hang, Ron Sexsmith (sim, nosso velho conhecido o "sexosilva") , The Proclaimeres ...
... E EU NÃO MENCIONEI NEM A METADE DOS SHOWS !!!! suspiro...
maiores informações ??? http://www.glastonburyfestivals.co.uk/

Até que enfim (Folha, hoje)

Conselho de promotores do RS pede fim do MST

Texto que pede "dissolução" do movimento serve de base para 8 ações contra sem-terra"Não há como dissolver o que não existe do ponto de vista legal", diz advogado do movimento sobre o fato de o MST não ter um CNPJ EDUARDO SCOLESEDA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul aprovou relatório que pede a "dissolução" do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e já serviu de base para oito ações judiciais contra sem-terra, que incluem proibição de marchas e autorização de despejos e deslocamento de acampamentos."Voto no sentido de designar uma equipe de promotores de Justiça para promover ação civil pública com vistas à dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade", afirma o promotor Gilberto Thums, em relatório obtido pela Folha e aprovado por unanimidade pelo conselho no final de 2007.
Os promotores, além de mirar na intervenção de escolas ligadas ao movimento, buscam agora um mecanismo jurídico para apresentar à Justiça o pedido de dissolução do MST. As ações atuais têm o apoio também do governo gaúcho, segundo os sem-terra."Nós conseguimos, com a ajuda da Polícia Militar, identificar todos [os militantes do MST]", disse o promotor Thums, que completou: "Quem invadir, quem depredar, quem praticar atos de vandalismo e de sabotagem vai ser preso, pois já estará identificado como integrante desse movimento. Vamos mover processo criminal contra eles".Para o MST, trata-se da ofensiva jurídica mais dura de sua história. Como contra-ataque, o movimento promete denunciar a ação dos promotores em organismos internacionais, como ONU (Organização das Nações Unidas) e OEA (Organização dos Estados Americanos).
Criado em 1984, o MST não existe juridicamente, portanto não é simples a tarefa de extingui-lo. Numa estratégia de blindagem, justamente contra ações como a do Ministério Público, não há um CNPJ para ser anulado nem presidente para ser preso ou processado.Para o MST, em termos de "repressão" à sua atuação, a iniciativa dos promotores só fica atrás do massacre de Eldorado do Carajás, quando, em abril de 1996, 19 sem-terra morreram em ação de desobstrução de rodovia pela PM paraense."Não há como dissolver o que não existe do ponto de vista legal. Numa hipótese doida, o que eles [promotores] poderiam fazer é [pedir à Justiça] a decisão de proibir todos de se reunirem como MST. A única possibilidade seria essa", disse Juvelino Stronzake, advogado do movimento."Se retiramos o massacre de Eldorado do Carajás, esse é o fato mais marcante da história do movimento. É significativo por ser instância do Estado tentando limitar a organização popular. Só tivemos situações como essa, de proibir marchas, na ditadura", completou.
A idéia do Ministério Público do Rio Grande do Sul é chegar ao ponto de proibir qualquer órgão do Estado de negociar contratos e convênios, com o movimento. "Cabe ao Ministério Público agir agora. Quebra a espinha dorsal do MST", diz um dos trechos do relatório.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Texto de João Ubaldo Ribeiro

Pode ser que ele esteja maluco

Sei que, para os lulistas religiosos, a ressalva preliminar que vou fazer não adiantará nada. Pode ser até tida na conta de insulto ou deboche, entre as inúmeras blasfêmias que eles acham que eu cometo, sempre que exponho alguma restrição ao presidente da República. Mas tenho que fazê-la, por ser necessária, além de categoricamente sincera. Ao sugerir, como logo adiante, que ele não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito. Dizer que alguém está maluco, principalmente alguém tido como sagrado, pode ser visto até como insulto, difamação ou blasfêmia mesmo. Mas não é este o caso aqui. Pelo menos não é minha intenção. É que às vezes me acomete com tal força a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia que não posso deixar de veiculá-la. É apenas, digamos assim, uma espécie de diagnóstico leigo, a que todo mundo, especialmente pessoas de vida pública, está sujeito.

Além disso, creio que não sou o único a pensar assim. É freqüente que ouça a mesma opinião, veiculada nas áreas mais diversas, por pessoas também diversas. O que mais ocorre é ter-se uma certa dúvida sobre a vinculação dele com a realidade. Muitas vezes - quase sempre até -, parece que, quando ele fala "neste país", está se referindo a outro, que só existe na cabeça dele. Há alguns dias mesmo, se não me engano e, se me engano, peço desculpas, ele insinuou ou disse claramente que o Brasil está, é ou está se tornando um paraíso. Fez também a nunca assaz lembrada observação de que nosso sistema de saúde já atingiu, ou atingirá em breve, a perfeição, até porque está ao alcance de qualquer cidadão, pela primeira vez na História deste país, ter absolutamente o mesmo tratamento médico que o presidente da República.

Tal é a natureza espantosa das declarações dele que sua fama de mentiroso e cínico, corrente entre muitos concidadãos, se revela infundada e maldosa. Ele não seria nem mentiroso nem cínico, pois não é rigorosamente mentiroso quem julga estar dizendo a mais cristalina verdade, nem é cínico quem tem o que outros julgam cara-de-pau, mas só faz agir de acordo com sua boa consciência. Vamos dar-lhe o benefício da dúvida e aceitar piamente que ele acredita estar dizendo a absoluta verdade.

Talvez haja sinais, como dizem ser comum entre malucos, de uma certa insegurança quanto a tal convicção, porque ele parece procurar evitar ocasiões em que ela seria desmentida. Quando houve o tristemente célebre acidente aéreo em Congonhas, a sensação que se teve foi a de que não tínhamos presidente, pois os presidentes e chefes de governo em todo o mundo, diante de catástrofes como aquela, costumam cumprir o seu dever moral e, mesmo correndo o risco de manifestações hostis, procuram pessoalmente as vítimas ou as pessoas ligadas a elas, para mostrar a solidariedade do país. Reis e rainhas fazem isso, presidentes fazem isso, primeiras-damas fazem isso, premiers fazem isso. Ele não. Talvez tenha preferido beliscar-se para ver ser não estava tendo um pesadelo. Mandou um assessor dizer umas palavrinhas de consolo e somente três dias depois se pronunciou a distância sobre o problema. O Nordeste foi flagelado por inundações trágicas, o Sul assolado por seca sem precedentes, o Rio acometido por uma epidemia de dengue, ele também não deu as caras. E recentemente, segundo li nos jornais, confidenciou a alguém que não compareceria a um evento público do qual agora esqueci, por temer receber as mesmas vaias que marcaram sua presença no Maracanã.

Portanto, como disse Polônio, personagem de Shakespeare, a respeito do príncipe Hamlet, há método em sua loucura. Não é daquelas populares, em que o padecente queima dinheiro (somente o nosso, mas aí não vale) e comete outros atos que só um verdadeiro maluco cometeria. Ele construiu (enfatizo que é apenas uma hipótese, não uma afirmação, porque não sou psiquiatra e longe de mim recomendar a ele que procure um) um universo que não pode ser afetado por cutucadas impertinentes da realidade. Notícia ruim não é com ele, que já tornou célebre sua inabalável agnosia ("não sei de nada, não ouvi nada, não tive participação nenhuma") quanto a fatos negativos. Tudo de bom tem a ver com ele, nada de ruim partilha da mesma condição.

Agora ele anuncia que, antes de deixar o mandato, vai registrar em cartório todas as suas realizações, para que se comprove no futuro que ele foi o maior presidente que já tivemos ou podemos esperar ter. Claro que se elegeu, não revolucionariamente, mas dentro dos limites da ordem (?) jurídica vigente, com base numa série estonteante de promessas mentirosas e bravatas de todos os tipos. Não cumpriu as promessas, virou a casaca, alisou o cabelo, beijou a mão de quem antes julgava merecedor de cadeia e hoje é o presidente favorito dos americanos, chegando mesmo, como já contou, a acordar meio aborrecido e dar um esbregue em Bush. Cadê as famosas reformas, de que ouvimos falar desde que nascemos? Cadê o partido que ia mudar nossos hábitos e práticas políticas para sempre? O que se vê é o que vemos e testemunhamos, não o que ele vê. Mas ele acredita o contrário.

Acredita, inclusive, nas pesquisas que antigamente desdenhava, pois os resultados o desagradavam. Agora não, agora bota fé - e certamente tem razão - depois que comprou, de novo com o nosso dinheiro, uma massa extraordinária de votos. Não creio que ele se julgue Deus ainda, mas já deve ter como inevitável a canonização e possivelmente não se surpreenderá, se lhe contarem que, no interior do Nordeste, há imagens de São Lula Presidente e que, para seguir velha tradição, uma delas já foi vista chorando. Milagre, milagre, principalmente porque ninguém vai ver o crocodilo por trás da imagem.

domingo, 22 de junho de 2008

Cuba Em Festa - Parte II - Raul Castro Libera Operações De Mudança De Sexo

Esta é uma notícia para marxistas de mentalidade aberta:


http://www.corriere.it/esteri/08_giugno_06/cuba_castro_autorizza_operazioni_cambio_sesso_ba373a36-3408-11dd-9532-00144f02aabc.shtml



O que Lênin pensaria das recentes mudanças ocorridas na Ilha, seria receptivo aos novos ventos ou defenderia a ortodoxia revolucionária? Será que Roberta um dia tomará o lugar de Stálin, Fidel e Tchê no imaginário marxista? Uma coisa é certa: não se fazem mais revolucionários como antigamente...





"Hay que endurecer... la Revolución!"

sábado, 21 de junho de 2008

Do Blog "Bola nas Costas"


Os 80 anos de uma boa idéia


Fonte: Deutsche Welle Brasil

No dia 20 de junho de 1908, a dona de casa alemã Melitta Bentz entregou o pedido de registro de patente do porta-filtro e o respectivo coador de café descartável. Até então, só se conhecia o coador de pano.

Melitta Bentz entrou para a história como inventora do revolucionário método de fazer café usando um coador descartável. Em pouco tempo, a empresa que recebeu seu nome conquistou fama internacional.

O café tornou-se conhecido na Europa no século 17. Para prepará-lo, despejava-se água quente (cozida durante cinco minutos) sobre pó de café, colocado num recipiente com furos. Na virada dos séculos 19 para 20, usavam-se filtros de cerâmica ou de metal, mas estes freqüentemente tinham furos muito grandes ou muito pequenos. Também havia os coadores de pano, mas estes eram considerados anti-higiênicos.

Aborrecida com a borra no fundo da xícara e o sabor amargo do café, Melitta Bentz começou a experimentar em casa. Aos 34 anos de idade, munida de martelo e pregos, fez pequenos furos no fundo de uma lata, sobre os quais colocou um pedaço de mata-borrão do caderno de seu filho.

Ainda insatisfeita com o resultado final, ela e o marido, Hugo Bentz (1873–1946), continuaram experimentando com outros tipos de papel, para que o líquido escorresse mais rápido. Além disso, aperfeiçoaram o recipiente que sustentava o filtro.

O resultado a agradou tanto que, em 20 de junho de 1908, ela apresentou o pedido de patente em Berlim. O registro de proteção foi oficializado em 8 de julho de 1908, na patente de número 347895.

Alguns meses depois, no dia 15 de dezembro, foi registrada a firma M. Bentz, em Dresden, com sede no próprio apartamento da família. A produção dos primeiros filtros ainda foi manual, mas logo seria terceirizada. Hugo Bentz deixou o emprego numa loja e dedicou-se à empresa da família.

Leia a íntegra da notícia AQUI

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Crise do Estado do Bem-Estar - Parte 295 - Oregon Nega Tratamento Contra Doença e Oferece Suicídio Assistido Como Alternativa (é isso mesmo)

Quem é o Secretário de Saúde do Oregon? Seria o Temporão em acúmulo de cargos públicos?



http://www.worldnetdaily.com/?pageId=67565

Na repescagem

Nos últimos 15 anos a seleção brasileira de futebol conseguiu proezas incríveis, como perder para Honduras em uma copa américa, perder para a Nigéria na "morte súbita", depois de estar vencendo por 3x1, nas olimpíadas/96, perder três finais pro México em competições oficiais...a lista é enorme.

Por isso, é de se louvar a capacidade do Dunga de conseguir um feito como o obtido neste mês: 3 jogos sem marcar gols, a primeira derrota na história para a Venezuela e a pior classificação do Brasil numa eliminatória de copa do mundo.

Ao final de outra rodada dupla das longas eliminatórias sul-americanas, o time da CBF e do Dunga está em 5º lugar, o que lhe garantiria tão somente o direito de disputar a repescagem contra uma seleção da América Central. Por sorte ainda temos 2/3 da disputa pela frente e, com mais sorte ainda, vamos trocar de técnico antes dos jogos contra Chile (fora) e Bolívia (em casa), em setembro.

Comparando com o desempenho nas duas últimas eliminatórias, é lógico que estamos piores que nunca:

Eliminatórias 2002, após 6 jogos:
11 pontos, saldo 3, 2º lugar

Eliminatórias 2006, após 6 jogos:
12 pontos, saldo 4, 1º lugar

Eliminatórias 2010, após 6 jogos:
9 pontos, saldo 4, 5º lugar

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sobre o Khmer vermelho e sobre como a ONU custa caro.

Em Phnom Penh, Camboja, cinco ex-líderes do Khmer Vermelho, hoje idosos, estão presos e aguardando julgamento.
O regime comunista do Khmer Vermelho, que provocou a morte de 1,7 milhão de pessoas há três décadas atrás, era mais um daqueles exemplos de revolução que pretendiam criar o "homem novo", aquele modelo de ser humano à prova do egoísmo das sociedades capitalistas.
Para implantar este modelo criaram um estado brutal que exterminou seu próprio povo. Quase um quarto da população cambojana morreu de 1975 a 1979, vítima de execuções, torturas, fome ou excesso de trabalho nas brigadas de trabalho de massas criadas pelo Khmer Vermelho.

Não estou sugerindo que os nossos heróis da liberdade, que assaltaram bancos, seqüestraram diplomatas e criaram bons pretextos para a barbárie linha-dura tomar o poder, chegariam a tanto.
A gente sabe que, neste país, a esculhambação deforma tudo: do serviço rápido do MacDonald's à sanha revolucionária dos comunistas.
O atraso, verdadeira especialidade nacional, faz com que nada, absolutamente nada, funcione.
Por isso, não creio que os nossos comunistas sejam genocidas.
Mas que os f.d.p. gostam de uma ditadura, ah, gostam.

Voltando ao assunto, mais uma informação deliciosa.
O tal do tribunal que vai julgar esta gente é da ONU (de exceção!).
Quase dois anos dos três anos de mandato do tribunal já se passaram desde que ele foi criado em agosto de 2006.
Isto, após quase uma década de complicadas negociações entre a ONU e o governo do Camboja.
Quase um ano se passou desde que o primeiro dos cinco réus foi acusado no caso.
A maioria dos analistas acredita que mais dinheiro será obtido junto a doadores internacionais para ampliar o mandato do tribunal, que teve início com um orçamento de US$ 53 milhões.
Ou seja, os gênios do direito internacional não conseguiram julgar 5 pessoas com US$ 53 milhões!
Sabem por que?
Direitos humanos são uma coisa muito cara..., as comunidades tem que participar (eles inventaram uma excrecência em que as vítimas tem um papel diferente no processo...)...

Na verdade, esse pessoal da ONU e o Khmer Vermelho se merecem.


segunda-feira, 16 de junho de 2008

Texto bacana

Brasil, o país do presente?

Jaime Pinsky Historiador e editor, doutor e livre docente pela USP, professor titular aposentado da Unicamp, autor de O Brasil tem futuro?, entre outros livros

Um colega historiador costuma dizer que o diálogo entre economistas e historiadores é sempre muito tranqüilo, sem choques, uma vez que trabalham com objetos diferentes. Enquanto nós, dizia ele, nos contentamos em profetizar sobre o passado — e, às vezes, acertamos —, os economistas especulam sobre o futuro — e invariavelmente erram. Quem imaginaria, há poucos anos, que o dólar despencaria dessa forma em relação ao real e que nossos bancos de varejo seriam mais seguros (e já nem estou falando de lucratividade) do que o Citi ou o UBS? Lembro-me da informação que corria solta há alguns anos: a dívida externa do Brasil era “impagável”; ao que se sabe, ela virou pó. Isso tudo para não falar do pânico gerado em 2002, especialmente na área financeira, pela então provável eleição de Lula; hoje, ninguém ousa levantar uma palavra contra ele, principalmente num círculo de banqueiros. Assim, diz o bom senso que exercícios de futurologia só têm sentido se feitos para o longo prazo: pelo menos não estaremos vivos para colher os louros... do fracasso. Como amante de riscos, contudo, ousarei um pouco mais do que o bom senso recomenda. Começo discordando daqueles que querem pintar nossa esperança de cores ingênuas e ufanistas, baseando-se na retomada da nossa suposta vocação para exportar produtos como pau-brasil, açúcar, café, suco de laranja, minério e, dentro de alguns anos, dizem, petróleo. Isso bastaria, dizem, para darmos o grande salto e transformar esta terra na primeira potência tropical. Penso em grandes produtores de petróleo como a Nigéria, a Arábia Saudita, o Irã, a Venezuela e, mesmo com lentes de aumento, não consigo visualizar nenhuma potência de Primeiro Mundo entre eles; por outro lado, sabemos do alto índice de desenvolvimento do Japão, ilha inóspita incrustada no Pacífico, e do crescimento vertiginoso em países ainda há pouco insuspeitados como a Coréia, politicamente dividida e sem grandes presentes da natureza. Lembro-me, então, recorrendo à História, de que, no início do século 16, Portugal parecia ser uma potência inalcançável: estrategicamente localizada, possuía uma frota moderna, dinheiro para contratar excelentes homens do mar italianos, uma burguesia comercial em ponto de bala e até um sistema financeiro bastante desenvolvido para a época, além de terras na África, Índia e América. O uso da inquisição, a serviço do rei e da nobreza, para esmagar os mercadores (como ensina Antonio José Saraiva em Inquisição e cristãos novos), a corrupção na venda dos direitos de comando das embarcações e a burocratização e centralização administrativas — que tolhiam a iniciativa dos empreendedores mais corajosos — conseguiram impedir o desenvolvimento das forças produtivas e condenar o país a uma pasmaceira que o acompanhou por séculos. De fato, há uma conjunção de fatores econômicos favoráveis a que o Brasil chegue a uma mudança histórica, e todos nós torcemos para que isso aconteça. Mas parece claro, que eles não são suficientes para já nos sentirmos como membros de um eventual G-9. Para isso, ainda falta muito. É verdade que tentamos encontrar as razões que impedem nosso país de deslanchar e o mantêm pobre e desigual, distante do ideal que para ele traçamos. E ficamos sem entender como é que um povo que consideramos tão esperto e cordial, vivendo numa terra que achamos tão generosa, não chegou ainda ao tão ansiado primeiro mundo. Muitos de nós nos sentimos verdadeiros cidadãos do primeiro mundo quando viajamos para Miami ou Nova York, mesmo que seja só para usar a máscara do Mickey ou ver um desses musicais que só caipiras americanos ainda assistem. Demonstrar nossa suposta cidadania universal é muito importante, pois mostra que estamos descolados do Brasil terceiro-mundista, que optamos pelo progresso e pela globalização, que nada temos a ver com “aquela gente”, sejam elas os vizinhos miseráveis ou as 75 mil prostitutas brasileiras que trabalham na Europa atualmente. Assim, por meio de uma ginástica mental bastante complexa, situamo-nos no primeiro mundo como pessoa física, embora a entidade nacional e o solo em que pisamos ainda estejam patinando no terceiro. Isso nos exime da responsabilidade sobre os desmandos dos governantes, a inoperância da polícia, os sistemas previdenciários (temos planos privados de aposentadoria), de saúde (temos planos privados também aqui) e da educação (pagamos boas escolas privadas para nossos filhos) e o transporte coletivo (temos carro, por vezes até motorista particular). Somos esquizofrênicos sociais, divididos em nossa auto-imagem generosa e primeiro-mundista e nossa prática egoísta e autoritária. Enquanto nosso espelho nos mostra bons e cordiais, nosso comportamento nos revela preconceituosos e agressivos. Não assumimos a responsabilidade de nossas ações e atribuímos aos outros a culpa pelo nosso fracasso. Se não tivéssemos sido objeto do saque colonial… Se fossem os holandeses e não os portugueses... Se o clima fosse mais frio, nossas avós fariam conservas, o que aumentaria o valor agregado de nossos produtos agrícolas, já que exportaríamos doce de graviola e goiaba, não a fruta a granel... Se, se, se. A verdade é que não assumimos ainda as responsabilidades decorrentes a quem pertence a uma sociedade complexa, baseada em contratos sociais que só funcionam se forem cumpridos por todos, o que inclui, é claro, responsabilidade social, produto escasso por estas bandas. O fato de o Estado ter precedido a nação no Brasil talvez seja o motivo principal de haver um divórcio tão profundo entre governo e sociedade. Mas esse pode ser apenas um álibi. Volto, pois, à história. Fomos o último país ocidental a eliminar a instituição da escravidão. Muita tinta foi gasta para entender o motivo disso ter ocorrido (interesses do latifúndio, pressão dos comerciantes de escravos, etc.), mas agora se sabe que a escravidão não acabou antes porque grande parte da população brasileira — e não só os grandes proprietários rurais — não queria. E ela não queria que isso acontecesse porque a escravidão era confortável, as pessoas estavam acostumadas com o escravo de ganho, o auxiliar doméstico, a escrava sexual. Esse processo pode voltar a acontecer? Não seria muito confortável para muita gente continuar a viver num país de terceiro mundo, desde que seja no topo da escala social? Nesse caso o petróleo abundante nos deixaria mais perto de nos tornarmos uma Suécia, ou uma Arábia Saudita? Meu ponto é que conjuntura favorável sem vontade política não muda a história. Queremos, de fato, educação, saúde, justiça e segurança para todos? Afinal, apesar de alguns transtornos, nós nos defendemos com escolas particulares, com planos de saúde privados, com bons advogados e com grades, muros, segurança privada e carros blindados. A violência, a falta de justiça, de saúde e de educação formal atinge, profundamente, o povo, e muito menos a nós. Se quiséssemos encontrar soluções, já o teríamos feito. Ou não? Será que a escolarização pública a que são submetidos nossos jovens é igual àquela que atingia a classe média há poucas décadas? Minha geração no Estadão, o Colégio do Estado, em Sorocaba (como o Pedro II, no Rio, o Roosevelt, em São Paulo), educou prefeitos, juízes, promotores, muitos professores universitários, jornalistas, poetas. Ainda estudantes, no interior de São Paulo, fundamos e escrevemos em dois jornais, União & Cultura e Luta Estudantil. Com raras exceções, os jovens que terminam o ensino médio de hoje, na escola pública, mal conseguem preencher uma ficha de visitantes na entrada do prédio em que trabalham como porteiros. Que ensino é esse? Ou o ensino é exatamente para formar esse tipo de força de trabalho? A minha pergunta é: nós queremos, de fato, mudar? Se quiséssemos mudar a educação, não faríamos a distribuição de livros, supostamente bons, para serem utilizados por mestres, seguramente mal preparados? Mas, como me respondeu um ministro da Educação, para quem coloquei a questão, “dar livros para todas as crianças dá mais resultado eleitoral, capilaridade, do que requalificar professores”. Assim se mantém a tradicional e incurável tradição clientelista, que não se desmonta, suba quem subir ao governo. O Brasil tem futuro? Tem, sim, e é o futuro que decidirmos dar a ele. Sem determinismos geográficos ou econômicos. Sonhar grande é bom, mas insuficiente. Há que construir esse sonho, pedra a pedra. Mais difícil do que extrair petróleo e gás do fundo do mar será construir uma nação mais justa, sem o populismo, que tem servido para escamotear as desigualdades por meio de esmolas concedidas pelo poder. Cabe a nós decidir se queremos nos lançar nessa empreitada.

domingo, 15 de junho de 2008

Um vídeo no domingo


"The Shawshank Redemption", chamado no Brasil de "Um Sonho de Liberdade", é um dos meus filmes preferidos.

Baseado num conto de Stephen King, conta a história de Andrew Dufresne (Tim Robbins), um banqueiro condenado por matar a esposa e mandado para a prisão Shawshank. O filme mostra a vida de Dufresne na prisão e sua amizade, moldada ao longo de décadas, com Ellis "Red" Redding (Morgan Freeman).

Indicado a 7 Oscars em 1995, não levou nenhum. Azar da Academia, que perdeu a chance de reconhecer essa bela ode à amizade como o grande filme que é.

Abaixo, os dois minutos finais de "The Shawshank Redemption".

Seja o personagem principal

Em uma pequena loja de Berlim, na Alemanha, é possível encomendar livros nos quais o cliente é o personagem principal.

Fonte: BBC Brasil

"O que você gostaria mais? Uma história de amor, de detetives, de ficção científica ou de aventura? E que tipo de personagem você gostaria de ser? Um cavalheiro, uma rainha ou um astronauta? Quem sabe uma bruxa ou um vilão?", pergunta Michael Wäser a seus clientes.

Wäser e sua equipe de escritores escrevem histórias feitas sob medida de acordo com os desejos dos clientes: o cenário, a época, o estilo, o tema, o número e a personalidade dos personagens, tudo pode ser sugerido ou determinado pela pessoa que faz a encomenda.

Para ajudar os clientes a escolher, Wäser mostra um catálogo. Nele, estão narrações já prontas em todos os gêneros imagináveis, nas quais apenas o nome do cliente como protagonista é mudado.

Esses livros custam US$ 25. Já os escritos completamente sob medida custam US$ 260.

Presente

A maioria dos clientes da Loja de Histórias encomenda os livros para dar de presente.

Mulheres e homens pedem romances nos quais aparecem com seus companheiros em expedições remotas, resolvem juntos complicados enigmas policiais ou lutam pelo amor um do outro em cenários medievais.

"Também já fizemos histórias para grupos de velhos amigos que queriam dar a um deles uma aventura conjunta", diz Wäser.

Os clientes também podem escolher a capa, o tipo de papel e o tipo de letra usados. No futuro, poderão também encomendar ilustrações originais.

A Loja de Histórias também escreve livros para empresas, como uma clínica médica ou um hotel.

"Para hotéis, escrevemos histórias que acontecem no local, onde todo o pessoal desfila como protagonista em salas de conferência, bares, quartos e restaurantes do lugar", conta Wäser.

A loja também oferece relatos falados. São histórias narradas por locutores profissionais com efeitos sonoros e que são entregues ao comprador em um CD como se fosse uma radionovela por cerca de US$ 570.

A idéia de Michael Wäser virou um sucesso. A loja emprega dez escritores e se transformou em uma pequena fábrica de fantasias.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Música com M maiúsculo - Capítulo IV

Aproveitando a chegada da sexta-feira, e lembrando sempre que estamos em tempos de misturas absolutamente intragáveis, como Matruz com Leite, Limão com Mel, Chicletes, Bananas e outras menos conhecidas...trago uma letra de 1977 do bom e velho Chico Buarque.

Feijoada Completa não pode ser bem considerada uma letra... é sim uma verdadeira ode a este prato absolutamente identificado com a nossa Cultura e nossas raízes históricas. A letra é fruto da inteligência de um artista que, ao contrário dos acima citados, batalhou com êxito pela perenidade de sua obra.

Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dois fatos muito importantes

"Confirmando 87 - A conquista da Copa do Brasil pelo rubro-negro genérico do Recife comprova a tese há mais de 20 anos amplamente aceita pela inteligentsia esportiva brasileira: O Sport só consegue ser campeão brasileiro competindo com times da SEGUNDA DIVISÃO.

20 Anos Essa Noite - Hoje, 12 de junho, se completam 20 anos em que o bacalhau está na fila quando o assunto é decisão com o Mengão. O Vice amarga mais de 7000 dias chupando o dedo e, pelo jeito, vai continuar chupando pelos próximos 7000".

Do Urublog.

Financial Times, hoje.

Rixas entre a agricultura orgânica e industrializada não vão alimentar o mundo

John Gapper

Antigas disputas muitas vezes se acalmam por um tempo, mas basta um incidente para fazê-las se acender de novo. É o que ocorre com a discussão entre expoentes da agricultura orgânica e os que preferem a agricultura industrializada, de alta tecnologia.

A última provocação é a crise de alimentos global, que fez os preços de produtos como milho e arroz aumentarem acentuadamente: os consumidores dos países desenvolvidos sentiram a pressão nos supermercados e milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento enfrentam a fome.

O rápido aumento da demanda por alimentos é a principal causa da espiral de preços. Os biocombustíveis começaram a competir com a indústria alimentar por recursos como cana-de-açúcar e milho e, na China e na Ásia, está surgindo uma classe média emergente que quer carne de animais alimentados com cereais.

O consenso é que o mundo deve reforçar a produção agrícola para suprir a demanda maior. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu na semana passada em uma reunião da organização em Roma um aumento de 50% na produção global de alimentos até 2030.

Aí termina o consenso. Esta semana a empresa de sementes americanas Monsanto, que se tornou a besta-fera dos ambientalistas europeus na década de 1990 ao promover as sementes geneticamente modificadas (GM), fez sugestões para superar a lacuna de produção. Ela quer que países como Brasil e México aumentem suas produções com métodos de alta intensidade.

A visão da Monsanto -e dos EUA- é que a agricultura no estilo americano deve se espalhar pela América Latina e a Ásia (mesmo que a África continue sendo um caso especial). Os agricultores desses lugares devem usar as sementes híbridas de alto rendimento compradas da Monsanto ou de concorrentes como a Syngenta, alimentá-las com fertilizantes e água, protegê-las com produtos químicos e extrair mais de suas terras.

A Monsanto prefere que os agricultores comprem sementes geneticamente modificadas mais caras, que resistem a insetos e exigem menos substâncias químicas. Mas até a abordagem européia -a proibição das sementes GM com adoção de outras práticas agrícolas de alta intensidade- já ajudaria, ela afirma.

"Nós somos uma parte da solução. As sementes são o ponto de partida", diz o escocês Hugh Grant, executivo-chefe da Monsanto, que está tentando reabilitar sua imagem global. Grant prometeu desenvolver sementes que duplicarão as produções de milho, soja e algodão até 2030 e exigem 30% menos água e outros insumos para crescer.

A Monsanto conquistou alguns amigos entre organizações não-governamentais, mas ainda tem muitos críticos. A Greenpeace e a Friends of the Earth dizem que "o velho paradigma da agricultura industrial, com alto uso de energia e tóxicos é um conceito do passado". Elas vêem mais esperança na agricultura de pequenos agricultores usando sementes tradicionais e menos água e substâncias químicas.

Embora pareça tentador -e adequado para a África ou lugares que não têm infra-estrutura para a agricultura high-tech-, não é a solução para a crise alimentar global. Para atingir a meta de Ki-moon, a sustentabilidade ecológica por si só é insuficiente. As produções globais devem continuar aumentando no século 21 com a mesma rapidez que apresentaram no século 20 nos EUA e na Europa.

A agricultura intensiva ou usando sementes híbridas comerciais, que devem ser replantadas todo ano, têm um longo histórico de aumentos de produção. A produção de algodão por hectare nos EUA aumentou cinco vezes desde a década de 1930, quando essas técnicas começaram. Os plantadores de milho americanos obtêm uma produção três vezes maior por hectare que os do México, Brasil e Índia.

"Não há dúvida de que essas tecnologias funcionam. Tecnicamente, são triunfos", diz José Falck-Zepeda, um bolsista pesquisador do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares em Washington. Ele afirma que novas formas de sementes GM, incluindo algumas que toleram a seca ou água salobra, serão necessárias nos países em desenvolvimento afetados pela mudança climática.

Isso não significa que todos tenham de usar sementes GM; na verdade, os resultados das sementes GM nos EUA na última década foram desiguais. Os agricultores conseguiram reduzir a quantidade de trabalho e gerenciamento necessários para os cultivos, porque eles exigem menos aspersão, mas as sementes GM não aumentaram notadamente as produções.

Além disso, a agricultura industrial levou a abusos tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Os aqüíferos do centro-oeste dos EUA e da Califórnia estão sendo esgotados pela agricultura, que consome 70% da água do país. A terra agrícola nos países em desenvolvimento foi prejudicada pelo uso excessivo de fertilizantes e pesticidas e a irrigação inadequada.

A tecnologia por si só não basta. Os agricultores precisam investir mais em sementes e fertilizantes, o que muitas vezes exige acesso ao crédito. Se eles conseguem cultivar plantações maiores, precisam evitar riscos financeiros em mercados de futuros e vender para mercados de exportação. Muitos agricultores nos países em desenvolvimento preferem não produzir excedentes por causa dessas complicações.

Mas Grant está certo ao dizer que a Monsanto -ou a tradição que ela representa- faz parte da solução. Conduzida corretamente, a pesquisa biológica poderia ajudar a aumentar as produções enquanto reduziria a sede por produtos químicos e água. Isso poderia até ajudar a evitar a degradação da terra e o desperdício ambiental no mundo em desenvolvimento.

A história sugere que a tecnologia ajuda se for aplicada corretamente e não se esperar que ela faça todo o trabalho. Isto apresenta às ONGs e aos governos uma opção difícil: continuam resistindo à agricultura industrializada por causa de temores sobre danos ambientais ou incentivam os agricultores a tentar extrair os benefícios enquanto minimizam os efeitos colaterais?

A resposta é óbvia. Não é preciso parar de se preocupar e aprender a amar a Monsanto, mas as produções precisam aumentar para que as populações não passem fome. É necessário que as antigas disputas sejam esquecidas e os dois lados cooperem. As apostas em jogo são altas demais para não se fazer isso.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ele começou a se despedir

Em sua última visita à Europa no cargo, o presidente norte-americano George W. Bush participa de um encontro de cúpula da UE na Eslovênia antes de se encontrar com os chefes de governo dos principais países do bloco.

A pauta de assuntos a serem discutidos por George W. Bush em sua viagem de seis dias à Europa inclui quase todos os assuntos relevantes da política internacional no momento: conflitos no Oriente Médio, a questão energética, proteção do clima, crise de alimentos, comércio internacional, Afeganistão e, last but not least, o Irã. A viagem começa nesta terça-feira (10/06) em Brdo, na Eslovênia.

Depois da era do ex-chanceler Gerhard Schröder, em que as relações entre Washington e Berlim se mantiveram consideravelmente adormecidas, a atual chefe de governo, Angela Merkel, tratou nos últimos anos de chegar mais perto do presidente norte-americano. No entanto, com a devida cautela, já que uma proximidade excessiva poderia causar perda de popularidade dentro da Alemanha, como bem sabe a premiê.

O mesmo não se pode dizer do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que há pouco chamou Bush de "uma das maiores lideranças" da política internacional. Opinião nem de longe dividida por Martin Schulz, líder da bancada socialista no Parlamento Europeu.

"Com sua política internacional completamente errônea, o presidente dos EUA isolou seu país mais do que qualquer um de seus antecessores. Bush fracassou em quase todos os seus esforços de fazer dos EUA uma potência hegemônica. Acima de tudo, ele tomou, com a Guerra do Iraque, uma decisão desastrosa, desprezando os Direitos Humanos e baseando-se em documentos do serviço secreto que haviam sido falsificados. Essa decisão custou a vida de milhares de soldados e civis norte-americanos, britânicos e de outros países", afirmou Schulz à Deutsche Welle.

Fonte: Deustche Welle (Leia a íntegra AQUI)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Trovador Solitário


Fonte JB online:
Em 1982, o rock nacional ainda estava sendo descoberto em festinhas e shows esporádicos. Mas já havia, em Brasília, uma cena roqueira com ascensão, decadência, evoluções – e que, naquele momento, saltava da crueza para a profissionalização. Entre o Aborto Elétrico, sua primeira banda (1978-1982), e o Legião Urbana, grupo que o tornou conhecido em todo o país (1982-1996), Renato Russo esboçara carreira solo, durante a qual, acompanhado apenas de um violão, abria shows de amigos, repassando algumas canções de sua ex-banda e tocando músicas novas. Esse desconhecido período chega às lojas em julho, pelo selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes. No nome do disco, o pseudônimo que Renato usava na época: O trovador solitário. O material foi extraído de uma fita gravada por Renato em seu quarto, só com voz e violão, em algum dia de 1982.

A pedido da família de Russo, Fróes levantou, entre 2000 e 2001, todos os tapes que o cantor guardou em seu apartamento em Ipanema até morrer, em 1996 – tal pesquisa gerou projetos como o CD Renato Russo presente (2003) e os DVDs Renato Russo Celebração (2005) e Entrevistas MTV (2006). Mas a fita do Trovador Solitário só foi descoberta em Brasília pela irmã do cantor, Carmen Manfredini.

– Não havia cópia dessa fita nos guardados do Renato – conta Fróes, que já viu esse material circular em versão pirata entre fãs. – Ela tinha sido bastante copiada e ouvida entre os amigos do Renato, mas ainda era praticamente uma lenda. O som original era bom, mas a qualidade dessas cópias em CD, muito ruim.
Leia, se quiser, a íntegra da notícia AQUI

domingo, 8 de junho de 2008

Um vídeo no domingo

Ficou famoso o gol de pênalti de Cruyff onde ele faz uma "tabelinha" antes de marcar. Recentemente o Euller ("filho do vento") repetiu a idéia numa partida do América-MG, na 2ª divisão do campeonato mineiro, dando o passe ao invés de cobrar direto.

Outro que tentou imitar Cruyff foi o francês Pires. Tentou...

Rod Stewart Arrasa Em Apresentação No Rock In Rio

Apresentação de Stewart foi a melhor da noite:


http://www.mirror.co.uk/showbiz/3am/2008/06/03/exclusive-rod-stewart-gig-review-from-rock-in-rio-89520-20593406/



O corpo pode ter envelhecido, mas a voz continua a mesma.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mulheres Lêem Mais do que Homens

O Instituto Pró-Livro contratou o IBOPE para fazer um levantamento dos hábitos de leitura dos brasileiros, os resultados (entre os quais o título desta postagem) foram publicados e podem ser acessados no seguinte link:


http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/default.asp

Da série: Grandes festivais do mundo, os quais você não vai.


Rock In Rio Lisboa:
Local - ééééé... Lisboa
Data - De 30 de maio a 06 de Junho
Principais atrações - Lenny Kravitz, Amy Winehouse, Bon Jovi, Alanis, Rod Stewart, Joss Stone, Metallica, Machine Head, Linkin Park, Kaiser Chiefs, Muse e Orishas.

42nd Montreux Jazz Festival
Local - Montreux, às margens do Lago Geneva.

Datas - 04 a 19 de julho de 2008
Principais atrações (lenços a postos): Al Jarreau, Alicia Keys, Billy Cobham, Buddy Guy, Chaka Khan, Chico César, CSS (não o imposto...), David Sanborn, Deep Purple, Erykah Baduh, Etta James, Gary Moore, Gilberto Gil, Gnarls Barkley, Hamilton de Holanda, Herbie Hancock, Interpol, Joan Baez, João Bosco, John Mayall, K. D. Lang, Lee Ritenour, Leonard Cohen, Madness, Marcus Miller, Mart'nalia, Mick Hucnall, Milton Nascimento, Nathan East, Nazareth, Paolo Nutini, Paul Simon, Quincy Jones, Return to Forever, Robert Cray, Saxon, The Kills, The Raconteurs, Tower of Power, Travis, e mais uma centena de músicos do mundo todo.


Agora marque aqui a opção correta. Por que você não vai assistir a nenhuma destas atrações em um futuro próximo ?

a) Porque eu moro em Brasília e não há uma grande preocupação na promoção de festivais de música;
b) Porque eu moro em qualquer cidade do Brasil e não há uma grande preocupação na promoção de festivais de música;
c) Porque eu ainda não ganhei na Mega-Sena;
d) Porque eu tenho muita, muita grana, mas não faço a menor idéia de quem são esses artistas aí citados, e prefiro ficar seguindo as Micaretas que acontecem Brasil afora, u-hú.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

The New York Times, hoje.

Friedman: a hora do pragmatismo radical diante do conflito israelense-palestino

Thomas L. Friedman
Colunista do The New York Times
Em Ramallah, na Cisjordânia

Quando eu fiz reportagens em Israel, em meados da década de 1980, o grande debate aqui dizia respeito a determinar se a construção de assentamentos judeus no território ocupado da Cisjordânia tinha ultrapassado um ponto de não retorno - um ponto a partir do qual fica praticamente impossível imaginar qualquer retirada séria. A questão era freqüentemente formulada da seguinte forma: "Faltam cinco minutos para a meia-noite, ou já é meia-noite e cinco?" Bem, tendo dirigido um pouco por esta parte da Cisjordânia, como sempre faço quando visito a região, o que mais percebi foi que não estamos apenas nos cinco minutos após a meia-noite. Na verdade, passaram-se cinco minutos e mais uma semana inteira após a meia-noite.

Hoje em dia a Cisjordânia é um emaranhando feio de muros altos, postos militares de revista israelenses, assentamentos judeus "legais" e "ilegais", vilas árabes, estradas judaicas que só os colonos israelenses podem usar, estradas e barreiras árabes. Esta realidade dura e pesada não será revertida por nenhum processo convencional de paz. "A solução baseada em dois Estados está desaparecendo", afirma Mansour Tahboub, editor do jornal da Cisjordânia "Al-Alyyam".

De fato, estamos agora em um ponto no qual a única coisa que poderia funcionar é aquilo que eu chamaria de "pragmatismo radical" - um pragmatismo que é tão radical e energético quanto o extremismo que ele espera neutralizar. Sem isso, temo eu, Israel continuará permanentemente grávido de um Estado palestino morto.

O motivo pelo qual necessitamos de uma mudança radical é óbvio: a rota tradicional na qual neste momento encontram-se israelenses e palestinos não conta com energia e autoridade suficientes para gerar uma solução.
Com o encorajamento do governo Bush, Israel e a Autoridade Palestina na Cisjordânia negociam um tratado de paz que se acredita que será arquivado até que os palestinos contem com capacidade suficiente para implementá-lo. Eu duvido seriamente que as partes envolvidas chegarão a um acordo, e ainda mais que elas contem com a energia para colocá-lo em prática.

A falta de energia israelense-palestina atual ocorre em três níveis:
primeiro no nível da esperança e da confiança. Desde a derrocada do acordo de Oslo, o romance desapareceu do processo de paz. Israelenses e palestinos lembram um homem e uma mulher que, após um namoro conturbado, finalmente casam-se e, um ano depois, começam a trair-se
mutuamente: os israelenses continuam construindo assentamentos nos territórios palestinos ocupados, e os palestinos continuam construindo ódio. Quando há traição e briga após um processo de paz, a confiança desaparece por muito tempo.

O déficit de confiança é exacerbado pelo fato de que, depois que Israel saiu da Faixa de Gaza, em 2005, os palestinos, em vez de construírem lá uma Cingapura, fizeram uma Somália, e concentraram-se não na fabricação de microchips, mas na confecção de foguetes para atingir Israel.

A segunda falta de energia deve-se ao fato de Israel, com o muro que erigiu em torno da Cisjordânia, ter isolado de forma tão efetiva os homens-bomba palestinos que a população israelense não tem neste momento nenhuma sensação de urgência, especialmente quando a economia encontra-se aquecida. Para os israelenses, a Cisjordânia por detrás do muro é um lugar tão distante quanto o Afeganistão.

"Atualmente não temos nem o romantismo do processo de paz que havia antes da desintegração do acordo de Oslo, nem um desastre visível batendo às portas da consciência de Israel", observa o colunista do "Haaretz", Ari Shavit.

A terceira carência de energia reside no fato de o sistema político, tanto em Israel quanto entre os palestinos, estar tão dividido internamente que nenhuma das duas partes é capaz de contar com a autoridade para tomar uma grande decisão.

Só os Estados Unidos são capazes de superar este impasse diplomático, ao oferecerem algum pragmatismo radical, e a lógica do processo seria a
seguinte: se o presidente palestino Mahmoud Abbas não assumir em breve o controle sobre pelo menos parte da Cisjordânia, ele não contará com a autoridade para assinar qualquer tratado de paz com Israel. Abbas ficará totalmente desacreditado.

Mas Israel não pode ceder território em nenhuma parte da Cisjordânia sem contar com a garantia de que há alguém de confiança no comando. Foguetes lançados da Faixa de Gaza atingem a remota cidade israelense de Sderot. Foguetes da Cisjordânia poderiam atingir - sendo lançados de mais perto - o aeroporto internacional de Israel. Esse é um risco intolerável. Israel precisa começar cedendo território em pelo menos parte da Cisjordânia, mas de uma forma que o Estado judeu não corra o risco de ter que interditar o seu aeroporto.

O pragmatismo radical diria que a única forma de equilibrar a necessidade palestina de ter soberania já e a necessidade de Israel retirar-se já, sem, no entanto, criar um vácuo de segurança, é trazer um terceiro participante - a Jordânia - para as negociações, a fim de ajudar os palestinos a controlar qualquer território da Cisjordânia que lhes seja devolvido. A Jordânia não quer governar os palestinos, mas ela, também, tem um interesse vital em não ver a Cisjordânia cair sob o controle do Hamas.

Sem uma nova abordagem radicalmente pragmática - uma abordagem que implique na retirada israelense da Cisjordânia e no controle e soberania reais da Autoridade Palestina, mas que também aborde a questão da desconfiança profunda ao trazer a Jordânia para a mesa de negociações como parceira dos palestinos -, qualquer tratado já nascerá morto.

Barack Hussein Obama, Jr

Às 22hs de ontem (horário de Brasília), o Senador Barack Obama alcançou mais da metade do número de delegados necessários para ser o candidado democrata à presidência dos EUA.

Foi nesse horário que, com a apuração das primárias de Dakota do Sul, Obama conseguiu os 4 delegados que ainda precisava para ultrapassar a barreira dos 2.118 exigidos (ao final da apuração, ele ficaria com 6 dos 15 delegados em disputa, tendo a Senadora Clinton obtido os outros 9, ganhando a primária).

Porém, o que realmente garantiu ao Senador alcançar a vitória, em tese, foi o anúncio do apoio de quase 60 superdelegados, durante todo o dia de ontem, conforme mostra bem esse gráfico do New York Times:

Como dito acima, Obama é, em tese, o vitorioso na corrida democrata. Ele ainda não é oficialmente o candidato (apesar que seria absurdo imaginar que não venha a sê-lo).

De qualquer forma, esse filho de um queniano muçulmano, nascido no Havaí, de apenas 46 anos, já fez história.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Obituário

Uma das histórias mais famosas do grande Mané Garrincha é aquela sobre um rádio comprado por ele, na Suécia, durante a Copa do Mundo de 1958. Como é notório, Garrincha repassou o rádio pela metade do preço que havia pago, por lhe terem feito acreditar que o aparelho só "falava" sueco e não teria serventia na volta ao Brasil.

Há um epílogo, menos conhecido, para essa história, que transcrevo aqui:

"No dia seguinte, pela manhã, contei o fato ao Dr. Paulo Machado de Carvalho (chefe da delegação da seleção), que me deu cento e oitenta coroas para comprar outro rádio para o Garrincha. Foi o que fiz. Fui novamente a Gotemburgo, na mesma loja, comprei outro rádio e o entreguei a Garrincha, dizendo: - Mané, este fala todas as línguas. - Até que enfim, doutor, mas por que o senhor já não me ajudou assim na primeira vez?"

A história está no livro "O Eterno Futebol", de Mário Trigo, o "Dr. Mário", como tantos o chamavam. Era ainda mais engraçada quando ouvida diretamente dele e ter escutado essa e tantas outras sobre o futebol e sobre a vida, por ele tão bem vivida, foi um enorme privilégio que tive.

Dr. Mário faleceu ontem, aos 96 anos.

Além de um sensacional piadista e contador de histórias, Dr. Mário era também um competentíssimo cirurgião-dentista, pioneiro na introdução da odontologia no meio esportivo, como forma de melhorar a preparação dos atletas.

Dr. Mário tratou os jogadores da seleção brasileira na preparação para a Copa do Mundo da Suécia e acabou acompanhando a delegação. Assim, foi bicampeão mundial de futebol, nas conquistas de 1958 e 1962.

O Primeiro Amor A Gente Nunca Esquece...

Cattuspress, urgente! Depois do encontro-relâmpago entre o companheiro Feluc e o famoso escritor Paulo Coelho, cujos detalhes foram mantidos confidenciais, conseguimos, com exclusividade, uma foto do companheiro Feluc com a sua primeira namorada, na fazenda do seu tio no Rio Grande do Sul.


Obs. Feluc é o que está de boné.

Sobre o artigo da Carta Capital

Não creio que os profissionais da Carta Capital sejam piores do que a média da imprensa brasileira que, convenhamos, é de uma aridez intelectual intolerável.
Também não acredito que editores de publicações "de direita", como O Globo e o Estadão, sejam menos movidos pela ideologia do que os da Carta.
No geral, portanto, as condições que regem a produção jornalística da Carta não são muito diferentes do resto.
Todavia, o resultado é tão ruim, que somos levados a crer que há um bando de mal-intencionados escrevendo artigos como este.
Trata-se de uma mistura de determinismo histórico barato com analfabetismo grave.
O artigo começa noticiando um fato: a reunião entre Hugo Chavez e um grupo de intelectuais em Brasília, na quinta-feira 22.
Ah, ele fez uma análise expressiva do processo político em marcha na América Latina.
Desenvolve o tema com uma anedota: o bilhete.
Até aí, nada demais.
Da anedota para a sociologia: como a esquerda tem se alastrado na América Latina como um processo histórico inexorável.
Conclui: "Não há exorcismo político capaz de dar jeito nisso. Há uma unidade nessa proliferação de “diabos” neste momento. (...) As circunstâncias sociais dramáticas do continente são o fermento do caldeirão do diabo. (...) Ressurgirá sempre, mais à frente, encarnado em homens e mulheres que reagirão, talvez de forma mais agressiva, ao precário contrato social edificado sobre a miséria de milhões de pessoas.
Gente, isto não é jornalismo.
É panfleto.
Já li bons panfletos.
Não é o caso.
Eu só quero reforçar a idéia de que o proselitismo político não é crime. Mas que seja feito para alfabetizados.
E que não se passe por jornalismo.

Carta Capital, esta semana

"O caldeirão dos demônios" - Maurício Dias*

Reunido com um grupo de intelectuais em Brasília, na quinta-feira 22, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez uma análise curta e expressiva do processo político em marcha no continente. Chávez usou o diabo como metáfora da principal mudança ocorrida nos últimos dez anos na América Latina. O ponto de inflexão foi marcado, para ele, pela primeira conferência de cúpula da América Latina, Europa e Caribe, realizada no Brasil. Chávez era presidente recém-eleito. O Brasil era governado por Fernando Henrique.

Estavam todos sentados ao redor de uma mesa “muito grande”, na lembrança de Chávez. O cubano Fidel Castro falou e o venezuelano usou a palavra logo depois. Os dois mostraram muita afinidade. Fidel, através do chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, mandou um bilhete que Chávez mantém guardado e freqüentemente cita. “Fidel”, contou o presidente venezuelano, “escribió de su puño y letra”:

“Chávez! Siento que ya no soy el único diablo”.

De lá para cá, o “diabo” multiplicou-se. Além de ter aparecido como militar (Chávez) na Venezuela, tomou forma de operário (Lula) no Brasil, encarnou em um índio (Evo) na Bolívia e, na Nicaraguá, surgiu como guerrilheiro (Ortega). A última aparição, no Paraguai, é mais surpreendente: tomou o corpo de um bispo (Lugo).

Não há exorcismo político capaz de dar jeito nisso. Há uma unidade nessa proliferação de “diabos” neste momento. O processo sucede uma fase longa, em que a sociedade parecia alijada do processo. O número imenso de excluídos parecia condenado à margem da história. Após as frustradas iniciativas de rebeliões armadas, floresceram os regimes militares e, posteriormente, governos civis, tímidos e frágeis, que davam continuidade a um cenário criado pelas ditaduras: a paz dos cemitérios.

Há quem acredite que tudo isso seja um grande retrocesso. Uma involução. Acreditam que, logo, logo, as coisas voltarão aos eixos. Mas parece difícil bloquear um processo enraizado nos graves problemas sociais do Brasil, da Venezuela, do Paraguai, da Nicarágua, da Bolívia e outros. As circunstâncias sociais dramáticas do continente são o fermento do caldeirão do diabo. Nessas circunstâncias, o processo pode até mesmo ser freado. Temporariamente. Ressurgirá sempre, mais à frente, encarnado em homens e mulheres que reagirão, talvez de forma mais agressiva, ao precário contrato social edificado sobre a miséria de milhões de pessoas.

*Maurício Dias é Diretor-Adjunto da Carta Capital