quinta-feira, 30 de outubro de 2008

The Clash Live



Acaba de ser lançado um ao vivo do grupo The Clash.

Live at the Shea Stadium captura o grupo já em fase "pós-punk", perto do fim, mas ainda com muita gordura para queimar, e tocando para uma platéia que aguardava um show do The Who, e isso em 1982 !!! E no estádio que consagrou os Beatles !!! Caramba !!

É o famoso "não ouvi mas acho que vou gostar", vejam o set list de encher os olhos:

01 - Kosmo Vinyl Introduction

02 - London Calling

03 - Police on my back

04 - The guns of Brixton

05 - Tommy Gun

06 - The Magnificent Seven

07 - Armagideon Time

08 - The Magnificent Seven (Return)

09 - Rock The Casbah

10 - Train In Vain

11 - Career Opportunities

12 - Spanish Bombs

13 - Clampdown

14 - English Civil War

15 - Should I Stay or Should I Go

16 - I fought the Law

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Resposta da resposta

Primeiro de tudo: "resposta ao Filipe" por qual razão? Por acaso eu clamei vitória ou comemorei a derrota de quem quer que fosse, aqui no blog? Essa foi a primeira incongruência do post abaixo.

A segunda foi dizer que "o petismo é eficiente em plantar a sua versão na imprensa". Essa frase, no país do PIG, soa mais como piada.

A terceira incongruência é a análise rasteira que é feita dos números, o que não surpreende, vinda de onde veio.

Sempre dá para torcer os números e adequá-los à realidade que se pretende ver.

No caso do ídolo do Feluc, se enxerga a totalização de hoje isolada de qualquer outro critério e, com isso, se pretende mostrar que a oposição é forte, unida, confiante e um dia vai varrer "essa raça" do país, como tanto sonhou - em vão - o político aposentado Bornhausen.

Feluc, se honestidade e bom debate houvesse no blog do seu amigo - como aqui há - números como os abaixo poderiam ser lá comentados.

Mas os deixo aqui para você, que eu sei que os entende perfeitamente e vê quem está crescendo e quem está se esvaindo.
clique para ampliar a imagem

O Demo tem metade dos prefeitos de oito anos atrás e se tornou o quinto partido do país nesse critério (atrás também do PP, não incluído no gráfico). O poderoso PMDB continua menor do que era nos anos FHC, quando em nada ajudou Serra na eleição de 2002. O novel conservador PPS voltou a representar nada, caindo para um terço das prefeituras que tinha. A tucanada leva vantagem sobre os demos apenas na velocidade da queda.

O PT? Cresceu 5 vezes de 1996 para cá. Mesmo bombardeado dia após dia pelo PIG com alcunhas de toda espécie, cresceu mais entre 2004 e 2008 do que o PSDB havia crescido de 1996 para 2000. Ou seja, no mesmo período de governo de FHC e Lula.

Por fim, é notório que os números das eleições municipais não se prestam para previsões ou projeções em eleição para presidente. Eleição municipal é reflexo do interesse local mais a percepção geral do momento, tendendo para reeleição/continuidade quando o senso comum diz que as coisas vão bem.

Dizer que Serra, Dilma, Aécio, Ciro, e sei lá mais quem, ganharam ou perderam com as eleições de 2008 soa mais como torcida do que como análise.

Continuo pessimista... ainda bem!


Resposta ao Filipe. Do blog do Reinaldo Azevedo

Viram o quadro acima?
Pois é.

Então vamos ao que não vão lhes dizer, leitores.

Porque o petismo é eficiente em plantar a sua versão na imprensa.

E ele diz, vamos ser claros, o que boa parte do jornalismo político quer ouvir. O critério da vitória e derrota, dizem, é o número de prefeituras. É?

Vejam ali: o PMDB conta com 1.201. E pode estar com qualquer um em 2010. Só não estará sozinho, com candidato próprio, porque ele quer é orçamento das prefeituras e estados. E não os problemas da Presidência. Pra quê?

Outro bloco que estará junto, vejam só, tem nada menos de 1.416 prefeituras: junta PSDB, DEM e PPS. Digamos que o tal bloquinho (PSB, PC do B, PDT, PMN e PRB) mantenha a coesão (?). Esses partidos somam 784 prefeituras. Digamos ainda que toda essa gente continue junto com o PT: só nesse caso é que se chega a 1.343 prefeituras — um número ainda inferior às conquistas das oposições. E o resto?

Bem, pode estar em qualquer lugar e com qualquer um. Mas esses são, digamos, os três eixos que contam.


Se a picaretagem intelectual quiser colocar o PMDB na conta do governo Lula, aí, claro, trata-se de uma vitória formidável. Mas pra isso é preciso apagar o passado governista do partido nos governos Sarney, Itamar, FHC e, claro, Lula. E seu futuro governista também, seja qual for o governo. De fato, essa numeralha (mistura de número com tralha) não tem grande importância.


As vitórias políticas, acho, contam mais. Mas já que querem brincar de aritmética política, a realidade parece bem outra, não? E não deixa de ser formidável que as oposições ainda somem o maior bloco de Prefeituras, se formos pensar em alguma coesão entre as legendas, depois de seis anos de lulismo e da maior base política jamais montada por um presidente. Tudo por ideologia e patriotismo, é claro. Maria Victoria Benevides pode certamente nos explicar o rigor ético dessas alianças.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Frase da Semana

Falando em Jerry Lewis:

"Everybody talks about politicians _ I don't do it because I do comedy already," he said, declining to comment on either Barack Obama or John McCain. "There's nothing fun about it."

http://www.foxnews.com/wires/2008Oct23/0,4670,ASPeopleJerryLewis,00.html

O Professor Aloprado...2 ?!? DE NOVO ???




Extraído do site cinemablend.com

One of the reasons I don’t like the idea of remakes is that it damages some of the legacy of film. Younger fans of movies may never know who originally played a classic role, or at the very least will always compare the original with a more contemporary version. For instance: The Nutty Professor was not always an excuse for Eddie Murphy to do a fat suit and fart a lot. Before he had his take on the character, Jerry Lewis owned the part.

Now there’s an even newer version of The Nutty Professor - an animated tale, featuring the grandson of the original Nutty Professor. Years after Lewis’s character had his turn with his potion of confidence, grandson Harold Kelp finds the recipe and has his own adventures, learning the same lesson his grandfather learned - the importance of being true to yourself.

Interessou-se ? Leia o resto AQUI

Resultados eleitorais IV

Resultados eleitorais III

domingo, 26 de outubro de 2008

Leitura de Final de Semana

Foto meramente ilustrativa- detalhes abaixo

The Importance of Being Earnest

The Importance of Being Earnest é uma comédia sobre identidades trocadas. A confusão de identidades já começa no título da obra já que um dos protagonistas é justamente chamado Ernest. Ao mesmo tempo, ele não é Ernest... Ou melhor dizendo, às vezes ele é Ernest ou Jack, dependendo das conveniências. E ele também às vezes é "earnest" (honesto) ou não, dependendo das circunstâncias.
Na verdade Ernest Worthing chama-se Jack, e mora numa casa de campo, mas ele inventou um parente chamado Ernest, que mora em Londres e sempre que tem vontade de ir a Londres ele simplesmente diz a todos que “Ernest” está encrencado e ele precisa ir ajudá-lo a resolver a questão.
Mas Jack tem um amigo (de verdade) em Londres, chamado Algernon. Algernon descobre que Jack tem uma sobrinha que é um tesouro (Cecily) e decide ir à casa de campo de Jack para conhecê-la apresentando-se como ...Ernest. Algernon, como se vê é amigo mais da onça do que de Jack. A coisa se complica ainda mais porque Cecily vai com a cara dele, sem nem saber que o nome dele na verdade é Algernon.

Enfim, “The Importance of Being Earnest” é uma comédia extremamente bem-trabalhada. Como já está no domínio público, qualquer pessoa pode baixá-la dos Projetos Gutenberg da vida e preencher uma tarde de fim de semana que estava vazia porque a namorada resolveu sair com o seu (dela) amigo Ricardo, que veio passar uma temporada em Brasília, a fim de ajudar uma amiga em dificuldades.



Coisas que aprendi com este livro 

A vida das pessoas abastadas no período vitoriano era um tédio total (jantar fora, por exemplo, era considerado um grande programa, o que é inacreditável levando-se em conta a fama da cozinha inglesa).

Na Inglaterra a audição é inversamente proporcional ao senso de polidez.

Ter um parente doente pode ser uma solução ao invés de um problema.

O desentendimento entre um homem e uma mulher pode levar ao casamento.

Homens são altamente influenciáveis por mulheres que conhecem geologia e alemão.

É possível saber se alguém é casado ou solteiro pela qualidade da bebida servida em sua residência (isso era uma novidade em 1895).

Noivados prolongados têm a desvantagem de permitirem aos noivos se conhecerem bem um ao outro.

Você pode dizer a verdade para uma velha feia mas não para uma jovem bonita (pensando bem, faz sentido...). 

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

3 shows em 3 continentes no mesmo dia


Está lá no Guiness Book of Records. Em 23/10/1995, há exatos 13 anos, o Def Leppard fez três shows em três continentes diferentes, no mesmo dia. A maratona, feita para divulgar o lançamento do disco Slang, começou 05 da manhã na cidade de Tangiers, Marrocos; depois a banda tocou em Londres, e à noite em Vancouver, no Canadá.
Como diria um dos gurus deste blog, Raffah Maiah, é de encher os olhos de qualquer programa de milhagens.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Decadência do Ocidente - Capítulo 359



Era só uma questão de tempo...

"Le Vin de Merde" chegou atrasado. Veja só o que já foi a leilão (detalhe: cada lata estimada em $50.000-70.000):

http://nymag.com/daily/intel/2007/02/christies_to_sell_pigeons_shit_1.html

Tributo a Jacques Brel em Brasília

Franceses lançam "Le Vin de Merde"

Vinho de má fama no sul da França faz sucessono país.
Da BBC.



Rotulo do rosé francês 'Le Vin de Merde'. (Foto: BBC)
No sul da França, os fabricantes de vinho estão usando a má fama que têm de produzir bebidas de qualidade ruim para alavancar as vendas. E por incrível que pareça, a estratégia está dando certo.

Em Languedoc, no sul do país, os viticultores batizaram a garrafa de Le Vin de Merde, nome que poderia espantar o cliente. No entanto, o vinho rosé está agradando o paladar dos degustadores.
Para incrementar o comércio, os bares oferecem a degustação da bebida, antes de mostrar o rótulo da garrafa.

Outro fator que colabora para o sucesso de vendas é o preço. A garrafa é vendida a 7 euros.
Os viticultores celebraram o bom resultado: o estoque inteiro desse ano foi vendido.

Se o MST aqui é assim, imaginem como é no Paraguai?

http://www.estadao.com.br/internacional/not_int263765,0.htm

Que isso sirva de lição a esses fazendeiros imperialistas que teimam em ir produzir alguma coisa em países estrangeiros.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

21/10/2008
Michael Burleigh, historiador: "A tolerância multicultural européia ajuda os terroristas"


Michael Burleigh, historiador britânico de 53 anos, é fleumático e nunca eleva a voz. Mas é um interlocutor implacável, curtido em mil debates e com anos nas costas de batalhas contra a esquerda e o politicamente correto. Seu tema é o terrorismo e sua erudição ficou clara em "Sangre y rabia - Una historia cultural del terrorismo" (ed. Taurus), que lança nestes dias em Madri. "A tolerância multicultural das sociedades européias ajuda os terroristas", conclui Burleigh, que contrapõe a sociedade britânica ao "cosmopolitismo" dos EUA."
A tolerância multicultural é uma construção da esquerda liberal", aponta esse pensador formado em Oxford e na Escola de Economia de Londres. O multiculturalismo contra o qual ele adverte é o seguinte: "É uma ideologia que reduz a complexidade e divide a sociedade em tribos confrontadas com uma única identidade. Por exemplo, se você é muçulmano não pode ser gay, e será representado diante do governo por um autoproclamado líder tribal com um discurso vitimista". "Esse entorno facilita o arraigamento do discurso da reclamação que alimenta os terroristas", acrescenta.
Para sua indignação, os governos europeus costumam promover esse multiculturalismo: "Sempre se defende a interlocução com os autoproclamados líderes tribais, com o que se reforça sua visão monolítica da comunidade com seus inimigos e se agrava o problema", afirma depois de criticar o jornal "The Guardian" e outros templos do progressismo britânico, que considera contemporizadores demais com o islamismo radical que alimenta de terroristas a Al Qaeda e outras organizações.
Na sua opinião, é um erro chamá-las de "islamo-fascistas" porque seu exemplo, sustenta, é o bolchevismo: "Há uma pequena elite e um líder supremo que devem iluminar uma grande massa ignorante", declara.
Burleigh não oculta seu "conservadorismo realista, cético diante dos neoconservadores", mas sobretudo indignado diante do "antiamericanismo" da esquerda européia: "O compromisso dos EUA em relação à segurança européia permitiu que a Europa poupasse não poucos recursos em termos de defesa para destiná-los aos programas de saúde e bem-estar social", afirma.
Ele foi contra a invasão do Iraque, mas considera absurdo continuar envolvidos nesse debate porque na sua opinião agora trata-se de evitar que a Al Qaeda obtenha armas de destruição em massa. Por isso aponta o Paquistão, que dispõe de armas nucleares, como a principal frente na luta antiterrorista.
O trabalho de Burleigh tem intenções enciclopédicas e tenta destrinchar os elementos culturais comuns entre um anarquista do final do século 19 e um jihadista do início do século 21, passando por revolucionários de 1968 e libertadores de todo tipo de nações, incluindo a basca. Por mais diferentes que sejam quanto à formação e ideologia, todos compartilham algo: "Têm uma visão romântica de si mesmos: estão convencidos de que eles em particular vão dar um grande empurrão na história". A ideologia fica então em segundo plano. "É utilizada para explicar as ações, mas não é o importante", opina. E acrescenta: "Não compartilho os slogans que dizem que sempre é bom falar. De que se pode falar com a Al Qaeda? Sobre o que se pode negociar?", pergunta-se. Mas não foi a negociação que conseguiu acabar com o IRA? Não, na opinião de Burleigh, que afirma que as lições que se tiram do fim do IRA são exatamente as contrárias e que a Espanha deveria tomar nota disso para lidar com a ETA. "O IRA foi derrotado porque foi totalmente infiltrado pela espionagem britânica", aponta. "A derrota militar foi total e depois se procurou uma maneira de ajudá-los a abandonar as armas", acrescenta. E conclui: "Sempre é preciso oferecer uma saída [aos terroristas], mas antes é preciso derrotá-los".

Bernard-Henri Levi

21/10/2008
Por que os europeus amam Obama?

O provocador francês Bernard-Henri Lévy fala sobre como a esquerda está sendo destruída pela tolerância e sobre o fascínio dos europeus pelo candidato presidencial democrata Barack Obama.

O provocador francês Bernard-Henri Lévy fala sobre como a esquerda está sendo destruída pela tolerância e sobre o fascínio dos europeus pelo candidato presidencial democrata Barack ObamaBeth ArnoldDesde que iniciou sua carreira há 35 anos, o autodescrito esquerdista, filósofo e jornalista Bernard-Henri Lévy nunca foi pego sem uma causa ou opinião. Ele as articulou de forma ostentosa em mais de 30 livros (incluindo o muito discutido "American Vertigo"), inúmeras aparições em televisão, artigos e até mesmo filmes que ele escreveu, produziu, dirigiu e/ou narrou. Lévy é uma espécie de Robin Hood intelectual, indo para onde há totalitarismo e/ou guerra. Ele é um defensor passional da Bósnia, entrou ilegalmente em Darfur para relatar o genocídio sudanês e seguiu a perigosa trilha de Daniel Pearl, o repórter do "Wall Street Journal", no Paquistão para escrever o best-seller do "New York Times", "Quem Matou Daniel Pearl?"
Ele acredita que um segmento de sua família política (a esquerda) está sendo conduzida na direção errada e a ataca por ter se tornado tolerante demais - especialmente em questões como o radicalismo islâmico - e por deixar sua postura antiimperialista e desprezo pelos Estados Unidos nublar sua visão e danificar seus valores democráticos. Ele é incomum em termos franceses, porque é pró-americano enquanto muitos europeus acham que os Estados Unidos se comportam como se fossem os donos do mundo. Lévy compreende e tem apreço pela cultura americana. Ele nos entende, e tentou provar isso em "American Vertigo", seu relato sobre o estado dos Estados Unidos.
Salon - O subtítulo de seu novo livro é "uma resistência contra a nova barbárie". Você pode explicar o que quer dizer com isso?
Lévy - O que quero dizer com nova barbárie é grandes idéias tendo efeitos ruins. Grandes ideais se revelando as células-tronco de grandes crimes, grandes injustiças, falsidades, brutalidade e assim por diante. A barbárie há 30 anos, quando escrevi "La Barbarie à Visage Humain", era o marxismo, que fingia lutar em prol da justiça, da igualdade social, liberdade, erradicação da escravidão, e fazia exatamente o contrário. E hoje há uma nova barbárie no caso destes homens e mulheres que fingem lutar em prol da tolerância, em prol do antiimperialismo, em prol do anticolonialismo, e na verdade defendem a escravidão das mulheres, uma imensa violação de direitos humanos. Ou quando não defendem isso, eles os toleram, se recusam a denunciá-los.Hoje há um novo mecanismo (...) por exemplo, onde em nome do antiamericanismo os crimes em Darfur não são condenados. Os crimes na Bósnia eram aceitos. E tantas guerras na África e em outros lugares são simplesmente ignoradas.
Salon - São tipos específicos de pessoas das quais você está falando?
Lévy - Aquelas, por exemplo, que fingem ser antimundialistas - eu não sei se vocês têm isso na América? Os antimundialistas lutam contra a globalização. Antiglobalização... Eles são o lado sombrio da esquerda atual. Agora, na minha família, que está no campo progressista -nesta família, eu observo que há uma tendência que pode chegar aos mesmos resultados- à mesma cegueira da direita. A mesma indiferença ao sofrimento real de pessoas reais, e assim por diante.
Salon - Então você está dizendo que acredita que a esquerda pode acabar cometendo os mesmos pecados da direita? Porque penso que nos Estados Unidos nós estamos lutando pela tolerância de muitos modos - tolerância aos gays, direitos civis...
Lévy - Estas batalhas, é claro, vocês travaram. Eu travei. (...) E foram vencidas. Foram conquistadas. Barack Obama sendo um candidato à presidência e talvez - espero - eleito significa que a batalha foi vencida, mais ou menos. Francamente, um país onde o racismo é processado nos tribunais, um país onde as mulheres conquistaram o poder de impedir a discriminação e assim por diante, isso é ótimo. É uma revolução cultural imensa, que foi liderada pela América. Mas em nome da tolerância também pode haver crimes - não cometidos, mas velados. (...) Por exemplo, aqueles que nos dizem que temos que ser tolerantes com os movimentos radicais islâmicos. Aqueles que nos dizem que ser tolerantes significa entender suas razões e justificativas. Aqueles que nos dizem que, a respeito das mulheres, cobrir o rosto de uma mulher é apenas um hábito costumeiro, que nós ocidentais não temos direito de julgar segundo o padrão dos direitos humanos. Isso é algo muito ruim.Esta idéia de que todo hábito deve ser respeitado, todo costume deve ser aceito porque pertence a um todo, e que se for retirado um pedaço, nós partimos o todo -este é um dos efeitos contrários da tolerância. E há muitas pessoas na América que dizem, por que devemos pedir aos indianos que renunciem ao padrão de castas que pertence à cultura deles? Por que devemos obrigar que esta ou aquela tribo, pessoas na África, renunciem à excisão do clitóris da menina? Isso pertence à cultura deles...
Salon - Você estruturou o novo livro em torno do que você disse a Nicolas Sarkozy, de que não apoiaria nem votaria nele para presidente. Apesar de vocês dois serem amigos há 25 anos, você lhe disse por telefone que nunca votaria na direita, e que não tinha intenção de mudar isso. Qual é o seu relacionamento com Sarkozy agora?
Lévy - Eu não sei. Eu não o vi de novo desde o livro. (...) Ele não acredita em idéias, de forma que não entende como alguém que foi uma espécie de camarada - eu não diria amigo, mas camarada- não vote nele. Ele ainda não entendeu, eu acho, de forma que interpreta histórias como estas em termos de traição, fidelidade. Eu não acredito nisso. A única fidelidade que você deve ter é com idéias, verdade, e há algumas circunstâncias quando um intelectual tem o dever da infidelidade -se ele é um amigo e você for contra suas idéias.O que significa ser um esquerdista? Significa ser fiel a uma família, independente do que a família faça? A qualquer coisa que a família diga? Eu acho que não. Também há um dever de infidelidade para com a família em questão - à esquerda quando a esquerda é personificada por Noam Chomsky, ou quando é personificada por Naomi Klein.
Salon - Você definiria para o público americano o que significa ser um esquerdista? Eu gostaria de saber qual é a diferença entre alguém de esquerda na Europa e nos Estados Unidos.
Lévy - Nos dois países, eu acho que a definição é a mesma: de ter liberdade e igualdade, os dois sonhos de liberdade e igualdade caminhando no mesmo passo. Se recusar a escolher entre os dois. Isto está escrito no lema da República Francesa, como você sabe, "Liberté, égalité, fraternité". E também está escrito no DNA do melhor da América. O sonho real de igualdade, que alimentou a batalha, por exemplo, dos direitos civis, Martin Luther King e assim por diante, e a batalha pela liberdade individual. Aqueles que pedem para escolher entre os dois - se você tem liberdade você não tem igualdade, se você tem igualdade, você não tem liberdade- para mim, estes não são esquerdistas. Esta é uma boa definição de esquerda.
Salon - Se houvesse três diferenças principais entre a esquerda e a direita, atualmente, quais você diria que seriam?
Lévy - Acreditar ou não acreditar que igualdade e liberdade podem ser combinadas, como eu lhe disse, é uma diferença. (Outra é) acreditar ou não acreditar na política. Um direitista clássico ou esquerdista-direitista não acredita na política; ele acredita na mão invisível do mercado em um caso, na da história no outro caso -a mão invisível sendo capaz, sozinha e por conta própria, de promover a mudança, a reforma e assim por diante. Para mim, um esquerdista é alguém que acredita que uma democracia precisa ser construída com tempo, paciência, significado real e assim por diante. E a terceira diferença para mim é não escolher as vítimas. Quando você é um direitista, você decide, por exemplo, que você têm alguns derramamentos de sangue privilegiados, algumas guerras privilegiadas com as quais você se importa e outras com as quais você não se importa. Há algumas pessoas na chamada esquerda que fazem isso -por exemplo- em Kosovo. Havia um ditador racista, neofascista lá, Milosevic. Havia uma população civil sem culpa de nada, que foi deslocada, estuprada, morta e assim por diante. E havia pessoas que, porque a América era contra Milosevic, decidiram ser a favor de Milosevic e contra a intervenção americana para impedir a coisa, e assim por diante. Esta é a falsa esquerda.
Salon - Em seu livro, você escreve: "Desde a Revolução Francesa, a palavra 'revolução', em seu significado mais puro, pelo menos na França, era a linha divisória política mais séria. A Esquerda a queria; a Direita a temia". Qual é o estado da revolução no mundo atual?
Lévy - Depende do que você quer dizer por revolução. Se por revolução você quer dizer o sonho que predominava quando eu tinha 20 anos (nos anos 60), eu espero que este sonho tenha acabado -o sonho de reiniciar o gênero humano. Refazê-lo. Remodelá-lo completamente. (...) Esta era a velha forma de ser revolucionário.Agora, se por revolução você quer dizer mudar o mundo a favor dos pobres, dos menos dotados, e assim por diante - se por revolução você quer dizer mais e mais democracia e democracia liberal, e não a escolha entre liberdade e igualdade, esta ainda persiste. Não o bastante. Eu espero que cresça mais.
Salon - Eu acho que se Obama for eleito, será uma revolução nos Estados Unidos.
Lévy - De certa forma, é possível entender dessa forma. Eu pessoalmente sou a favor disso. Eu espero, se eu pudesse rezar eu rezaria, pela eleição de Obama.
Salon - Por que os europeus amam Obama?
Lévy - Eu não sei. Eu não posso lhe dizer o motivo. A propósito, eu não amo ele. Eu quero que ele seja eleito. Não é uma questão de amor ou ódio. (...) Esta não é a melhor forma de fazer política. Por que Obama deve ser escolhido, na minha opinião: Nº 1, porque significaria realmente o fim -e a vitória completa da batalha iniciada nos anos 60. Nº 2, porque significaria o fim de um novo mal americano, que é a divisão, a balcanização da sociedade americana. Este é outro efeito contrário de uma grande idéia, que era a tolerância. Se tolera tanto a ponto de se tolerar que a sociedade americana esteja em bolhas separadas tendo suas próprias peculiaridades, e assim por diante. Obama, como presidente, significará todas estas bolhas submetidas a um ideal real de cidadania. Esta é a mensagem dele. McCain não será capaz de fazer isso. Se McCain for eleito, eu posso dizer que os iranianos se fecharão na identidade iraniana. Os árabes se aprisionarão friamente na identidade muçulmana. Os afro-americanos acreditarão que a sociedade americana está mais e mais construída contra eles. Haverá um aumento da balcanização.E Nº 3, há outro ideal na América de hoje, que chamo de competição das vítimas. Competição de memórias. Se você é a favor dos judeus, não pode ser a favor dos negros. Se você lembrar do sofrimento da escravidão, então não pode se lembrar demais do sofrimento do Holocausto, e assim por diante. O coração humano não tem espaço suficiente para todos os sofrimentos. Isto é o que algumas pessoas dizem. Obama diz o contrário. Significará o fim deste tópico estúpido, que é a competição da vitimização.Salon - Se McCain for eleito, então como o mundo reagirá?Lévy - A única forma para a América sair da crise atual é com um mínimo de Estado de bem-estar social, de um New Deal rooseveltiano. Não será com uma redução de impostos e assim por diante. (...) Então a América reagirá mal. O mundo também reagirá mal. McCain pode não ser um mau sujeito, mas ele significará -a vitória dele significará- uma América vingativa, congelada, assustada, tímida e de retaguarda. Retaguarda. Não vanguarda. Não vitoriosa. Uma América não otimista.
Salon - Muitos americanos não entendem por que interessa o que o restante do mundo pensa a respeito de quem seja o presidente americano.
Lévy - Porque é o país mais importante e poderoso do mundo. Mas vocês americanos não podem ser narcisistas demais. Tudo importa a todos. O próximo presidente do Irã importa para todos. Quem é presidente importa para todos. Aquele que preside um dos menores Estados do mundo, que é Israel, importa para todos. O mundo todo importa. Ainda menor -Gaza. Hamas ou não Hamas? Todo mundo fica atento a isso. Então é um princípio, uma regra nestes tempos de globalização: tudo importa para todos.

Música com M maiúsculo - capítulo VIII

O post de hoje deveria ser chamado - Música Bagaceira com M e B maiúsculos. Hoje resolvi trazer uma música que certamente há de causar uma certa celeuma.
"Ereção" é somente um sambinha com letra pornográfica, como tantos outros por aí ? não amigos, não se enganem!! Trata-se de uma excelente canção do grupo de gafieira "Orquestra Imperial", combo formado por uns vinte músicos, dentre os quais umas figurinhas carimbadas, tais como Rodrigo Amarante, Moreno Veloso, Kassin, Rubinho Jacobina, Thalma de Freitas, além do veterano compositor do Império Serrano, Wilson das Neves.
Juntamente com "Não foi em vão" e "Era bom", a música é um dos destaques do disco de estréia do grupo, lançado em 2007, "Carnaval só no ano que vem".
Irônica, engraçada, e acima de tudo, muito bem executada, "Ereção" dá um banho em qualquer sambinha bagaceiro que se despreze.
"Ereção"
(Domenico e Max Sette)
Uma cerveja
uma aguardente com limão
eu vou lá na gafieira
vai ser a maior curtição
de madrugada
uma rodada no salão
mas cuidado a brincadeira
pode causar ereção.
A ereção não tem hora pra chegar
com ou sem emoção em festa ou particular
a inspiração que chega desavisada
cada passo é uma cilada que te diz a direção
ou não!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vamos, Flamengo!


No dia seis de julho de 2008 o Flamengo venceu o Vasco por 3 a 1, ainda pelo 1º turno do Brasileirão, então em sua 11ª rodada.

Com a vitória sobre o eterno vice bacalhau o Flamengo chegava à sétima rodada consecutiva na liderança, com 26 pontos conquistados, e tudo indicava que o time continuaria embalado, rumo ao hexa.

Porém, depois dessa vitória contra o Vasco, o Flamengo não venceria mais nenhuma partida no 1º turno, indo de líder do campeonato para 7º colocado, com 31 pontos. Nada menos que 10 pontos atrás do Grêmio, "campeão" do turno.

Ou seja, o Flamengo conquistou apenas 5 pontos nas 7 últimas rodadas do 1º turno. O time perdeu para Coritiba, Vitória, Palmeiras, Cruzeiros e Goiás. Empatou com Portuguesa e Botafogo e venceu apenas o Atlético-PR.

Ontem, pela 11ª rodada do 2º turno (30ª rodada do campeonato), o Flamengo novamente venceu o Vasco. O Rubro-negro vem fazendo uma boa campanha nessa segunda metade do campeonato, ainda que inferior àquela do começo do Brasileirão.

Considerando apenas os jogos do "returno", o Flamengo tem 21 pontos, 5 a menos do que tinha nessa altura, no turno. Mas o time com melhor campanha no returno, o Goiás, tem 22 pontos. Ou seja, o desempenho geral tem sido pior mesmo.

É praticamente impossível que o Flamengo repita agora o desastre que foram as sete rodadas finais do 1º turno. Acredito no oposto, que o Flamengo tem condições de vencer pelo menos 6 dos últimos 8 jogos, arrancando ainda um empate. São 19 pontos, portanto.

Com isso, terminaríamos o campeonato com 71 pontos. É pontuação para brigar pelo título.

"A Liberdade de ver os outros"

David Foster Wallace
Revista Piauí - outubro/2008.
Um dos escritores mais admirados de sua geração, o americano David Foster Wallace se suicidou no mês passado, aos 46 anos, enforcando-se. Este texto foi tirado de seu discurso de paraninfo para formandos do Kenyon College, há três anos.
Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário. Ele os cumprimenta e diz:– Bom dia, meninos. Como está a água?Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta:– Água? Que diabo é isso?
Não se preocupem, não pretendo me apresentar a vocês como o peixe mais velho e sábio que explica o que é água ao peixe mais novo. Não sou um peixe velho e sábio. O ponto central da história dos peixes é que a realidade mais óbvia, ubíqua e vital costuma ser a mais difícil de ser reconhecida. Enunciada dessa -forma, a frase soa como uma platitude – mas é fato que, nas trincheiras do dia-a-dia da existência adulta, lugares comuns banais podem adquirir uma importância de vida ou morte.
Boa parte das certezas que carrego comigo acabam se revelando totalmente equivocadas e ilusórias. Vou dar como exemplo uma de minhas convicções automáticas: tudo à minha volta respalda a crença profunda de que eu sou o centro absoluto do universo, de que sou a pessoa mais real, mais vital e essencial a viver hoje. Raramente mencionamos esse egocentrismo natural e básico, pois parece socialmente repulsivo, mas no fundo ele é familiar a todos nós. Ele faz parte de nossa configuração padrão, vem impresso em nossos circuitos ao nascermos.
Querem ver? Todas as experiências pelas quais vocês passaram tiveram, sempre, um ponto central absoluto: vocês mesmos. O mundo que se apresenta para ser experimentado está diante de vocês, ou atrás, à esquerda ou à direita, na sua tevê, no seu monitor, ou onde for. Os pensamentos e sentimentos dos outros precisam achar um caminho para serem captados, enquanto o que vocês sentem e pensam é imediato, urgente, real. Não pensem que estou me preparando para fazer um sermão sobre compaixão, desprendimento ou outras “virtudes”. Essa não é uma questão de virtude – trata-se de optar por tentar alterar minha configuração padrão original, impressa nos meus circuitos. Significa optar por me libertar desse egocentrismo profundo e literal que me faz ver e interpretar absolutamente tudo pelas lentes do meu ser.
Num ambiente de excelência acadêmica, cabe a pergunta: quanto do esforço em adequar a nossa configuração padrão exige de sabedoria ou de intelecto? A pergunta é capciosa. O risco maior de uma formação acadêmica – pelo menos no meu caso – é que ela reforça a tendência a intelectualizar demais as questões, a se perder em argumentos abstratos, em vez de simplesmente prestar atenção ao que está ocorrendo bem na minha frente.
Estou certo de que vocês já perceberam o quanto é difícil permanecer alerta e atento, em vez de hipnotizado pelo constante monólogo que travamos em nossas cabeças. Só vinte anos depois da minha formatura vim a entender que o surrado clichê de “ensinar os alunos como pensar” é, na verdade, uma simplificação de uma idéia bem mais profunda e séria. “Aprender a pensar” significa aprender como exercer algum controle sobre como e o que cada um pensa. Significa ter plena consciência do que escolher como alvo de atenção e pensamento. Se vocês não conseguirem fazer esse tipo de escolha na vida adulta, estarão totalmente à deriva.
Lembrem o velho clichê: “A mente é um excelente servo, mas um senhorio terrível.” Como tantos clichês, também esse soa inconvincente e sem graça. Mas ele expressa uma grande e terrível verdade. Não é coincidência que adultos que se suicidam com armas de fogo quase sempre o façam com um tiro na cabeça. Só que, no fundo, a maioria desses suicidas já estava morta muito antes de apertar o gatilho. Acredito que a essência de uma educação na área de humanas, eliminadas todas as bobagens e patacoadas que vêm junto, deveria contemplar o seguinte ensinamento: como percorrer uma confortável, próspera e respeitável vida adulta sem já estar morto, inconsciente, escravizado pela nossa configuração padrão – a de sermos singularmente, completamente, imperialmente sós.
Isso também parece outra hipérbole, mais uma abstração oca. Sejamos concretos então. O fato cru é que vocês, graduandos, ainda não têm a mais vaga idéia do significado real do que seja viver um dia após o outro. Existem grandes nacos da vida adulta sobre os quais ninguém fala em discursos de formatura. Um desses nacos envolve tédio, rotina e frustração mesquinha.
Vou dar um exemplo prosaico imaginando um dia qualquer do futuro. Você acordou de manhã, foi para seu prestigiado emprego, suou a camisa por nove ou dez horas e, ao final do dia, está cansado, estressado, e tudo que deseja é chegar em casa, comer um bom prato de comida, talvez relaxar por umas horas, e depois ir para cama, porque terá de acordar cedo e fazer tudo de novo. Mas aí lembra que não tem comida na geladeira. Você não teve tempo de fazer compras naquela semana, e agora precisa entrar no carro e ir ao supermercado. Nesse final de dia, o trânsito está uma lástima.
Quando você finalmente chega lá, o supermercado está lotado, horrivelmente iluminado com lâmpadas fluorescentes e impregnado de uma música ambiente de matar. É o último lugar do mundo onde você gostaria de estar, mas não dá para entrar e sair rapidinho: é preciso percorrer todos aqueles corredores superiluminados para encontrar o que procura, e manobrar seu carrinho de compras de rodinhas emperradas entre todas aquelas outras pessoas cansadas e apressadas com seus próprios carrinhos de compras. E, claro, há também aqueles idosos que não saem da frente, e as pessoas desnorteadas, e os adolescentes hiperativos que bloqueiam o corredor, e você tem que ranger os dentes, tentar ser educado, e pedir licença para que o deixem passar. Por fim, com todos os suprimentos no carrinho, percebe que, como não há caixas suficientes funcionando, a fila é imensa, o que é absurdo e irritante, mas você não pode descarregar toda a fúria na pobre da caixa que está à beira de um ataque de nervos.
De qualquer modo, você acaba chegando à caixa, paga por sua comida e espera até que o cheque ou o cartão seja autenticado pela máquina, e depois ouve um “boa noite, volte sempre” numa voz que tem o som absoluto da morte. Na volta para casa, o trânsito está lento, pesado etc. e tal.
É num momento corriqueiro e desprezível como esse que emerge a questão fundamental da escolha. O engarrafamento, os corredores lotados e as longas filas no supermercado me dão tempo de pensar. Se eu não tomar uma decisão consciente sobre como pensar a situação, ficarei irritado cada vez que for comprar comida, porque minha configuração padrão me leva a pensar que situações assim dizem respeito a mim, a minha fome, minha fadiga, meu desejo de chegar logo em casa. Parecerá sempre que as outras pessoas não passam de estorvos. E quem são elas, aliás? Quão repulsiva é a maioria, quão bovinas, e inexpressivas e desumanas parecem ser as da fila da caixa, quão enervantes e rudes as que falam alto nos celulares.
Também posso passar o tempo no congestionamento zangado e indignado com todas essas vans, e utilitários e caminhões enormes e estúpidos, bloqueando as pistas, queimando seus imensos tanques de gasolina, egoístas e perdulários. Posso me aborrecer com os adesivos patrióticos ou religiosos, que sempre parecem estar nos automóveis mais potentes, dirigidos pelos motoristas mais feios, desatenciosos e agressivos, que costumam falar no celular enquanto fecham os outros, só para avançar uns 20 metros idiotas no engarrafamento. Ou posso me deter sobre como os filhos dos nossos filhos nos desprezarão por desperdiçarmos todo o combustível do futuro, e provavelmente estragarmos o clima, e quão mal-acostumados e estúpidos e repugnantes todos nós somos, e como tudo isso é simplesmente pavoroso etc. e tal.
Se opto conscientemente por seguir essa linha de pensamento, ótimo, muitos de nós somos assim – só que pensar dessa maneira tende a ser tão automático que sequer precisa ser uma opção. Ela deriva da minha configuração padrão.
Mas existem outras formas de pensar. Posso, por exemplo, me forçar a aceitar a possibilidade de que os outros na fila do supermercado estão tão entediados e frustrados quanto eu, e, no cômputo geral, algumas dessas pessoas provavelmente têm vidas bem mais difíceis, tediosas ou dolorosas do que eu.
Fazer isso é difícil, requer força de vontade e empenho mental. Se vocês forem como eu, alguns dias não conseguirão fazê-lo, ou simplesmente não estarão a fim. Mas, na maioria dos dias, se estiverem atentos o bastante para escolher, poderão preferir olhar melhor para essa mulher gorducha, inexpressiva e estressada que acabou de berrar com a filhinha na fila da caixa. Talvez ela não seja habitualmente assim. Talvez ela tenha passado as três últimas noites em claro, segurando a mão do marido que está morrendo. Ou talvez essa mulher seja a funcionária mal remunerada do Departamento de Trânsito que, ontem mesmo, por meio de um pequeno gesto de bondade burocrática, ajudou algum conhecido seu a resolver um problema insolúvel de documentação.
Claro que nada disso é provável, mas tampouco é impossível. Tudo depende do que vocês queiram levar em conta. Se estiverem automaticamente convictos de conhecerem toda a realidade, vocês, assim como eu, não levarão em conta possibilidades que não sejam inúteis e irritantes. Mas, se vocês aprenderam como pensar, saberão que têm outras opções. Está ao alcance de vocês vivenciarem uma situação “inferno do consumidor” não apenas como significativa, mas como iluminada pela mesma força que acendeu as estrelas.
Relevem o tom aparentemente místico. A única coisa verdadeira, com V maiúsculo, é que vocês precisam decidir conscientemente o que, na vida, tem significado e o que não tem.
Na trincheira do dia-a-dia, não há lugar para o ateísmo. Não existe algo como “não venerar”. Todo mundo venera. A única opção que temos é decidir o que venerar. E o motivo para escolhermos algum tipo de Deus ou ente espiritual para venerar – seja Jesus Cristo, Alá ou Jeová, ou algum conjunto inviolável de princípios éticos – é que todo outro objeto de veneração te engolirá vivo. Quem venerar o dinheiro e extrair dos bens materiais o sentido de sua vida nunca achará que tem o suficiente. Aquele que venerar seu próprio corpo e beleza, e o fato de ser sexy, sempre se sentirá feio – e quando o tempo e a idade começarem a se manifestar, morrerá um milhão de mortes antes de ser efetivamente enterrado.
No fundo, sabemos de tudo isso, que está no coração de mitos, provérbios, clichês, epigramas e parábolas. Ao venerar o poder, você se sentirá fraco e amedrontado, e precisará de ainda mais poder sobre os outros para afastar o medo. Venerando o intelecto, sendo visto como inteligente, acabará se sentindo burro, um farsante na iminência de ser desmascarado. E assim por diante.
O insidioso dessas formas de veneração não está em serem pecaminosas – e sim em serem inconscientes. São o tipo de veneração em direção à qual você vai se acomodando quase que por gravidade, dia após dia. Você se torna mais seletivo em relação ao que quer ver, ao que valorizar, sem ter plena consciência de que está fazendo uma escolha.
O mundo jamais o desencorajará de operar na configuração padrão, porque o mundo dos homens, do dinheiro e do poder segue sua marcha alimentado pelo medo, pelo desprezo e pela veneração que cada um faz de si mesmo. A nossa cultura consegue canalizar essas forças de modo a produzir riqueza, conforto e liberdade pessoal. Ela nos dá a liberdade de sermos senhores de minúsculos reinados individuais, do tamanho de nossas caveiras, onde reinamos sozinhos.
Esse tipo de liberdade tem méritos. Mas existem outros tipos de liberdade. Sobre a liberdade mais preciosa, vocês pouco ouvirão no grande mundo adulto movido a sucesso e exibicionismo. A liberdade verdadeira envolve atenção, consciência, disciplina, esforço e capacidade de efetivamente se importar com os outros – no cotidiano, de forma trivial, talvez medíocre, e certamente pouco excitante. Essa é a liberdade real. A alternativa é a torturante sensação de ter tido e perdido alguma coisa infinita.
Pensem de tudo isso o que quiserem. Mas não descartem o que ouviram como um sermão cheio de certezas. Nada disso envolve moralidade, religião ou dogma. Nem questões grandiosas sobre a vida depois da morte. A verdade com V maiúsculo diz respeito à vida antes da morte. Diz respeito a chegar aos 30 anos, ou talvez aos 50, sem querer dar um tiro na própria cabeça. Diz respeito à consciência – consciência de que o real e o essencial estão escondidos na obviedade ao nosso redor – daquilo que devemos lembrar, repetindo sempre: “Isto é água, isto é água.”
É extremamente difícil lembrar disso, e permanecer consciente e vivo, um dia depois do outro.

Leitura de Final de Semana (ou Como Eu Parei de Me Preocupar e Virei Intelectual no Brasil)

"O homem razoável adapta-se ao mundo.

O homem não-razoável insiste em tentar adaptar o mundo a si mesmo.

Logo....

Todo o progresso depende do homem não razoável."
                                                                             Bernard Shaw



Amigos eu selecionei a peça “Arms and The Man”, de Bernard Shaw para apresentá-la a vocês.

Por quê essa e não “Saint Joan”, a melhor peça de Shaw? Aí vem o outro aspecto legal desta peça. Como ela já caiu no domínio público, ela pode ser baixada gratuitamente de vários sítios da internéti. A versão que eu li eu baixei do Projeto Gutenberg.

Uma dica: ler em arquivo txt é muito chato: eu uso o mobipocket reader porque ele permite formatar o texto para ser lido em um número bem variado de fontes. Além disso ele tem autorolagem para os leitores mais preguiçosos.

Além disso hoje em dia muitos celulares podem abrir textos txt  de modo que agora vocês tem algo para fazer na fila do supermercado ou do posto de gasolina.  Eu mesmo li a peça na tela do meu Mp4 Player (juro).

Sobre a peça em si mesma vou contar só o início, para dar uma idéia do tema, ou senão tiraria a graça de lê-la.

A peça começa com Raina em estado radiante pois acabaram de chegar notícias de que seu noivo, Sergius, comandou heroicamente uma carga da cavalaria búlgara sobre as posições dos inimigos sérvios. 

Essa versão gloriosa dos fatos vai sofrer uma reviravolta na mesma noite, através de um desconhecido que surgirá no meio do tumulto da fuga dos sérvios em meio à cidade. A partir daí a primeira imagem que tínhamos de praticamente todos os personagens será contestada, e cada um deles como que desenvolverá uma dupla personalidade até o desfecho da peça.

Sarah Hankins no papel de Louka

Por fim, para quem achar o final do livro “convencional” no que não vai estar de todo errado, é preciso ter em mente que o livro foi escrito em pleno período vitoriano, e a ousadia tinha limites., mesmo para uma  cabeça pouco convencional como a de Shaw que, afinal de contas, queria terminar a vida tendo-a ligada ao resto do corpo.

                             Coisas que aprendi com este livro

Coldres e cartucheiras militares foram projetadas especificamente para carregar bombons ao invés de munição.

Jamais, em nenhuma hipótese, permita que um búlgaro lidere um ataque de cavalaria.

Um oficial russo é incapaz de detectar a presença de um inimigo nas proximidades mesmo que ele mije no seu pé.

Na Suíça as crianças são criadas a pão e água, independentemente da origem social das mesmas.

Na Bulgária só há uma única biblioteca, e ela é composta principalmente por coleções da revista “Contigo” encadernadas.



Por fim, para quem ler o livro aqui vai uma pequena charada: qual é a falha de raciocínio na acusação que Bluntschli faz a Sergius?

Cenário de uma encenação de "Arms and the Man" realizada em 2006


Ah sim, e sobre a “intelectualidade”, eu primeiro quero lembrar os leitores de um dos apotegmas mais antigos aqui do nosso blógui:


No Brasil


Quem leu mais de três livros é um intelectual (Feluc)
Quem leu mais de dez livros é um gênio (Fetter)
Quem leu mais de cinquenta livros é um louco (Filipe)
Quem leu mais de cem livros é uma lenda (Felix)


Ou seja, depois de ter lido “O Pequeno Príncipe”, “Polyanna Menina” e “Polyanna Moça”, finalmente cheguei ao meu quarto livro e assim preenchi os requisitos do critério “Feluc” para fazer parte da intelectualidade brasileira.

Felix chegou lá amigos, e vocês também podem! Leiam este opúsculo e entrem vocês também para o seleto clube dos intelectuais brasileiros!


domingo, 19 de outubro de 2008

Você Encarava?


Cara de boneca. Sorriso cativante. Um jeito ingênuo de menina-moça. Amanda Knox é a nora que Mamãe Fetter sempre quis ter. Mas esperem, esta descrição não está um pouco perfeita demais?

http://www.foxnews.com/story/0,2933,440482,00.html

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Incrível Semelhança

Bem que o companheiro Fetter dizia que conseguia ver algo de positivo no Dawkins (seria Photoshop?).

Quando Os Gurus Falham...

Esta foi a análise financeira mais racional que eu ouvi nos últimos meses:

Análise financeira: se em janeiro de 2008, você tivesse aplicado R$ 1.000 na Global Technology, hoje você teria R$ 59. Se você tivesse aplicado R$ 1.000 na Network, hoje você teria R$ 79. E se você tivesse aplicado R$ 1.000 em cerveja, bebido tudinho e ainda tivesse vendido as latinhas, hoje você teria R$ 80.
 Ou seja, teria sido muito melhor ter ficado em casa bebendo cerveja.

José Simão Folha 14.10.2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Documentário revela papel dos EUA na política latino-americana

Fonte: Deutsche Welle Brasil

O canal de TV franco-alemão ARTE exibiu na última quarta-feira (15/10), dentro de uma série de documentários sobre os EUA em época de eleição, o longa-metragem Henry Kissinger – Segredos de uma Superpotência, do diretor alemão Stefan Lamby. Nos 90 minutos de filme, o "protagonista" Kissinger engasga duas vezes, tentando mudar de assunto.

Uma delas é quando o diretor fala de seus lendários casos com diversas mulheres. A outra é quando o assunto é o golpe militar no Chile e a participação dos EUA, ou melhor, a intervenção direta de Kissinger para que Salvador Allende fosse afastado do poder em 1973. "Se estivéssemos num estúdio de TV, Kissinger teria provavelmente levantado e ido embora, mas estávamos na casa dele em Nova York. Então ficou difícil", diz Lamby.

(...)

Brent Sowcroft, outro assessor de Kissinger entre 1969 e 1975, confirma as ações de desestabilização. "Apoiamos com dinheiro as pessoas que protestavam, a fim de complicar a situação de Allende. As ações encobertas sempre foram parte da política dos EUA".

O próprio Kissinger, no documentário, quando aceita falar no assunto, dá respostas evasivas ao entrevistador, omitindo-se de qualquer responsabilidade no golpe militar. "Nixon dava ordens diretas aos serviços de inteligência e eu, obviamente, não me opunha", diz. Segundo ele, Nixon queria evitar que Allende "se transformasse num segundo Fidel Castro".


Leia tudo AQUI



Da série "Você é um bom fisionomista?"


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Atualidades


Mickey Escapa De Sentença De Morte!

Escapou por pouco o nosso roedor favorito

http://news.yahoo.com/s/ap/20080919/ap_on_re_mi_ea/ml_mideast_tv_fatwa;_ylt=AnCqPHVgFxG34vMkafdwpvRvaA8F

Foi Lançado o Hamastube!

Para fazer frente ao Youtube dos Ocidentais, o Hamas lança o Aqsatube *. Agora você já tem onde postar aquele vídeo de ataque terrorista que estava engavetado.

http://www.corriere.it/esteri/08_ottobre_13/aqsatube_hamas_clona_youtube_39035282-98f9-11dd-bf8a-00144f02aabc.shtml

*Tentei clicar no link do "Corriere" mas não consegui abrir a página.

Pausa Para O Momento Literário "Tarso Gênio".

"Em meio à magia daquele lugar belo e selvagem, Nicole sentira uma irresistível atração por Ross, desde o primeiro momento em que o vira, caminhando pela praia em uma bermuda apertada, que deixava entrever toda a sua virilidade.
Durante uma noite de encantamento, havia entrado em êxtase em seus braços, mas agora…
Os pensamentos giravam em sua cabeça, levando-a ao suplício de uma terrível conclusão: era ela a moça que Ross estava procurando contra sua própria vontade, era a ela que odiava, antes mesmo de a conhecer…"

Glora Bevan, Plantation Moon.

Fim do "Momento Literário".

A História de Ben, O Urso Amigo

Bem cedo ele já demonstrava que o seu destino era chegar aos altos escalões da iniciativa privada e do governo:

Al Di Meola, quero dizer Ben Bernanke. Mesmo muito jovem, ele já tinha que recorrer ao "toma emprestado" para disfarçar o brilho da testa. Anos depois ele continua tomando emprestado, só que agora são bilhões de dólares.

Mas o segredo mais bem guardado de Bernanke é que, durante décadas, ele conseguiu levar paralelamente as carreiras de economista e de guitarrista,  como prova a foto abaixo:

Da esquerda para a direita: Lenny White, Chick Corea, Ben Bernanke e Stanley Clarke: é o Return to Forever, uma das bandas clássicas de jazz-rock dos anos 70.

Antes de tomar posse era famoso por ter propostas "criativas" para problems financeiros:

Até agora a sua maior criação foi uma marchinha: "Ei, você aí! Me dá 700 bilhões de dólares aí."

Salma Hayek, com mais de quarenta anos, continua sendo uma mulher bonita e saudável.

domingo, 12 de outubro de 2008

Mais um furo do Galvão

Como todo mundo sabe, o Galvão Bueno é metido a pronunciar com o sotaque correto os nomes dos atletas que participam das competições por ele narradas.

Caso marcante é o do corredor polonês de F1 Robert Kubica, pronunciado pelo Galvão, literalmente, KÚBITSSA.

Todavia, o velho narrador está errado. A pronúncia certa é KUBÍTSSA, conforme afirma o próprio corredor no curioso site http://www.namethatdriver.com/

Para tirar a prova, basta entrar no site, depois em "select a driver", clicar no nome do polaco e abrirá um arquivo em áudio com o próprio explicando a pronúncia do seu nome.

sábado, 11 de outubro de 2008

Folha: Inquérito sobre grampos deve inocentar PF e Abin

O inquérito da Polícia Federal sobre o telefonema grampeado entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deverá concluir que a interceptação, "se existiu", não partiu nem da PF nem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), informa nesta sexta-feira o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete (a íntegra está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL).

Segundo a coluna, com conclusão prevista para a primeira quinzena de novembro, o relatório colocará em dúvida a própria realização do grampo, dada a divulgação apenas da transcrição da conversa, sem o áudio.

O "Painel" informa que suas conclusões devem abrir caminho para o retorno de Paulo Lacerda à direção-geral da Abin.

(FSP, 10.10.08)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Decadência do Ocidente - Capítulo 358

Diante da crise financeira, assistencial e previdenciária nos Estados Unidos, um livro acaba de ser lançado por uma personalidade de expressão do cenário cultural com propostas para reequilibrar as finanças americanas.

Foto do autor em outra obra sua

Depois do grande sucesso de seu livro de receitas ("Kill it and Grill It"), Ted Nugent lança um manifesto com propostas para botar os Estados Unidos de novo no bom caminho.

Como eu sei que vocês não vão acreditar se eu não citar as fontes, aqui vão a notícia do lançamento do livro e o anúncio do mesmo na Amazon:

http://www.foxnews.com/story/0,2933,435861,00.html

http://www.amazon.com/Ted-White-Blue-Nugent-Manifesto/dp/1596985550/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1223671745&sr=1-1

Desta vez eu tenho que confessar que  fiquei de cara com a notícia. Ei, será que estamos vendo o surgimento de mais um Schwarzenegger  em vias de entrar na política (e olha que o Arnold é economista)?

Coronel Ustra é condenado por torturar ex-militantes do PCdoB

Do sítio de notícias Vermelho:

"Uma decisão histórica foi tomada pela justiça paulista nesta quinta-feira (9): o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo responsável pela tortura de três pessoas da mesma família durante o regime militar, na década de 70. Ustra comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974, período de maior repressão política no país. A decisão é inédita no país e foi tomada em 1ª instância".

Íntegra aqui.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Decadência do Ocidente - Capítulo 357

Cidade austríaca inaugura busto de Guevara.

http://www.derstandard.at/?id=1220460396246

A Áustria, em que pese a tradição  em arte e ciência, parece ter uma tendência em revelar para o mundo  nomes políticos não muito simpáticos como o velho Adolfo, Haider...

Agora, para fazer frente à recente vitória da direita nas urnas, a esquerda contra-ataca através do prefeito de Vienna, Michael Häupl,  que inaugurou recentemente um busto em homenagem ao vagabundo assassino argentino.

O busto em si não parece muito com a famosa foto de Korda, para mim ele lembra mais  um Ulysses Guimarães com uma touca de dormir. Mas, como diz o grande companheiro Feluc do alto da sua sabedoria: "Who cares?"

Tinoco - um artista brasileiro


A Revista "Brasileiros" do mês de setembro fez uma surpreendente entrevista com este que é, seguramente, o maior nome da música caipira brasileira - Tinoco.

É possível ainda encontrar o exemplar na banca mais próxima (e de quebra adquirir o hábito de comprar regularmente este ótimo periódico), ou ainda acessar a entrevista com o jornalista Ricardo Kotscho no SITE da revista.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Um petista sem espírito esportivo derruba desleamente o adversário.

Um liberal, ao assistir a cena, revoltado com a violência do esquerdófilo, que provavelmente teria uma boa desculpa em nome do povo, fez o que tinha de fazer: poder constituinte originário nele!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Chocante !

Cortesia do Nelsinho.

Finalmente !




Pensem ccomigo.
O Frajola, o Tom e o Coiote são a metáfora daqueles que, apesar de sempre cumprirem o papel que lhes foi destinado, sempre foram demonizados pelos progressistas e pelos esquerdopatas.
Estes três personagens são a imagem do trabalho sem tréguas, anônimo, em prol de suas famílias.
Mas, não!
A esquerda tinha que realçar a vulnerabilidade do Piu-piu, do Papa-léguas e do Jerry. "Eles são hipossuficientes", vítimas do turbo-capitalismo, da Globalização, do aquecimento global, da soja transgênica...
Finalmente!
Sinto um raio de luz, uma esperança. Quem sabe, esse não seja o primeiro passo para a reafirmação do indivíduo, da liberdade, da competição, da vida!
Morte aos progressitas!

Resultados eleitorais II

Clique para ampliar a imagem

O chamado G79 é o grupo com as capitais dos estados e as cidades com mais de 200 mil eleitores

Resultados eleitorais


clique para ampliar a imagem

domingo, 5 de outubro de 2008

LA Times: Lula é o protagonista

"Em uma nação conhecida por sua distribuição de renda desigual, Lula conseguiu superar o desafio de agradar tanto os emergentes quanto os mais pobres. Enquanto os ricos ficam ainda mais ricos e a classe média se expande rapidamente, Lula direcionou os gastos sociais para ajudar os menos favorecidos".

Íntegra aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Você É Bom Fisionomista?

Se você é bom fisionomista, diga quem é o mancebo abaixo:

Na verdade, a suástica,nos países nórdicos, é de uso imemorial:

"A suástica é um dos mais antigos e conhecidos talismãs que teve origem no Período Neolítico, quando já aparece inscrito em algumas pedras. O seu nome provém do sânscrito sva sti ka, que quer dizer "boa sorte". Na Índia e no antigo Ceilão, a suástica era símbolo do progresso humano e significava vida longa, boa fortuna e boa sorte. Entre os povos escandinavos, foi identificada como o martelo de Thor, senhor do raio e do trovão, deus do ar, e a sua função era dominar os demónios do céu. Na era contemporânea, é considerada um talismã para a boa sorte, para se ter energia e dar conta de todas as tarefas e para uma vida longa e saudável. Só que o Adolfo... deu cabo disto tudo! Posted by: JAM at fevereiro 28, 2005 04:24 AM"

Texto retirado de http://fennia.blogs.sapo.pt/arquivo/509118.html

E a "suástica azul" foi adotada pela Força Aérea da Finlândia muito antes da Alemanha nazista:

http://ilmavoimat.hyperlink.cz/Others/swastika.htm

Mas no final da 2a Guerra, por pressão dos Estados Unidos os finlandeses abandoram o uso. Agora, vai ver que o penduricalho do Kaukonen é uma referência a algum costume folk. 

Pausa para o "Momento Literário Tarso Genro"

"Subitamente ele a ergueu nos braços, a prensou na parede e a penetrou profundamente.

Ela se sentiu como se estivesse sentando sobre um braseiro.

Não era esse o tipo de punição que ela estava esperando..."

O Garanhão - Harold Robbins

Fim do momento literário

Para quem é ligado em detalhes, há algo de estranho na primeira foto, alguém poderia dizer o quê é?

Elvis Está Vivo!


Grupo de hackers holandeses clona o "passaporte eletrônico" do Rei do Rock para provar que o sistema não é tão seguro quanto o governo apregoa.

http://www.foxnews.com/story/0,2933,431701,00.html