quinta-feira, 13 de março de 2008

Política Externa Brasileira

Filipe,

eu sou, no fundo, um isolacionista.
Meu sentimento não se refere às pessoas comuns.
Acho que, na America Latina, a maioria das pessoas gosta do Brasil e dos brasileiros.
Mas faça uma roda de pessoas em certos países e vc verá como mudam as coisas. Vai ser um tal de Brasil imperialista... E os governos sabem disso e jogam com este sentimento conforme as conveniências.
Todos eles querem uma boquinha: passamos anos com deficit no comércio com a Argentina, financiamos a parte do Paraguai na construção de Itaipu, fomos enrabados pela Bolivia, boa parte manda contrabando pro Brasil (drogas, armas e pobres, no caso da Bolivia).
Aumentamos o comercio com estes países? É verdade. Mas eu regularia estas relações. Intimidade demais, não !
O mesmo critério serve pra qualquer relação bilateral: o interesse nacional deve ser atendido e SÓ ! Isto significa que devemos ter um comércio exterior que financie o bem-estar dos brasileiros, TODOS.
Alianças ideológicas são muito perigosas, à direito e à esquerda.
Eu sou pró-Israel, mas jamais colocaria o nome do Brasil num pacto com este país. Atenderia os interesses de Israel, não os nossos. Não gosto dos árabes: não tem cultura democrática e são lenientes com o fanatismo. Mas, se quiserem encher as burras com produtos brasileiros, ótimo, mas sem tapinhas nas costas.
O mesmo serve pra Europa, China, o que for.

2 comentários:

Filipe disse...

Sobre o que nossos vizinhos pensam de nós, leia a matéria logo abaixo, publicada hoje pela BBC.

Só lembrando que atender o interesse nacional muitas vezes passa por incrementar a integração e o crescimento regionais. Caso contrário, se a opção é a via de mão única, se cai no puro imperialismo.

Abraços!

"Para latino-americanos, Brasil é amigo e potência regional

Da BBC

Nas ruas da América do Sul duas imagens emergem quando se pergunta às pessoas o que elas pensam sobre o Brasil. A primeira não chega a ser uma novidade: é a idéia de que o Brasil é um país "amigo", "alegre", com "gente e praia bonitas".

Mas, entre os vizinhos sul-americanos, uma nova imagem do gigante regional está brotando: a de potência e economia a ser invejada.

"O Brasil, para mim que sou boliviana, representa muito progresso e muito trabalho", diz a dona de casa Magdalena Magne. Ela afirma ainda que muitos bolivianos vêem o Brasil como um lugar para onde se mudar e "progredir".

O funcionário público paraguaio Ovídio Garrido concorda. "(Os brasileiros) são gente que trabalha, que produz. E grande parte da economia (paraguaia) se deve a eles." Garrido se refere à grande concentração de imigrantes e produtores rurais brasileiros que vivem e trabalham especialmente na fronteira com o Brasil.

Essa visão de potência em desenvolvimento é cada vez mais comum entre os vizinhos sul-americanos, embora a resposta mais automática sobre Brasil ainda seja ressaltar a alegria e a beleza nacionais.

Melhor amigo

Um dos estudos mais completos sobre a visão do Brasil na região foi feito pelo instituto de pesquisa Latinobarometro. No trabalho, realizado em 2006 e divulgado no ano passado, foram entrevistadas 20 mil pessoas na maioria dos países da América Latina, incluindo a maior parte da América do Sul.

O resultado da pesquisa corrobora o trabalho de reportagem feito pela BBC Brasil em todos os países do continente.

De acordo com a pesquisa, o Brasil é visto como o "melhor amigo" dos latinos na região e também como um país cuja economia deve liderar a região e a integração.

Segundo a diretora do Latinobarometro, Marta Lagos, "a boa imagem do Brasil entre os latinos, de forma geral, deve-se ao fato de ser um país grande, com o qual ninguém quer problemas. Por isso é visto com respeito pelos demais países da América Latina".

Além disso, Lagos afirma que "a herança cultural portuguesa representa um elemento de diferenciação do Brasil, que o torna interessante e atraente para os demais países do continente".

A pesquisa de 2006 foi a terceira nas mesmas dimensões feita pela empresa e mostra que os resultados mais recentes têm mantido a estabilidade.

Diante da pergunta sobre qual país da América Latina "você acha que é nosso melhor amigo", numa escala de zero a 20, o Brasil recebeu a média de 10 em 1998, oito em 2001 e os mesmos oito em 2006.

O trabalho do Latinobarometro também aponta para a crescente influência da economia brasileira. O Brasil ficou entre os preferidos quando se perguntou "qual o país que você prefere para a integração econômica?" ou "você acha que se deve fazer acordos de integração com todos os países da América Latina?"

Somente quatro países foram citados como resposta, com o Brasil à frente da Venezuela, do México e da Argentina.

"A demanda de integração é frágil (na região)", diz o relatório da pesquisa. E completa: "O Brasil se destaca como o país com o qual a maior quantidade de latinos quer se integrar economicamente e também o país mais amigo. E quase se pode dizer que é o único país da região que tem uma real demanda de integração".

O Brasil também se destaca quando a questão refere-se ao país preferido como "investidor estrangeiro". Nesse caso, o Brasil foi o terceiro mencionado --junto com o Japão-- na Bolívia, ficando atrás, neste ranking, dos Estados Unidos e da Espanha, mas superando os outros países da região, a Argentina e a Venezuela.

Na Venezuela, o Brasil também foi o terceiro mais mencionado entre os entrevistados na pesquisa do Latinobarometro, depois da China e dos Estados Unidos --nessa ordem. Na Argentina, onde os investimentos brasileiros estão em alta, o Brasil foi o quarto mais citado pelos latinos.

Com reportagem de Alessandra Corrêa (Bolívia e Paraguai) e Marcia Carmo (Argentina)"

feluc disse...

me desculpe, Filipe, mas não precisamos do Latinobarometro para saber disso.
É basicamente o que te falei no meu post.
Mas na hora de colocar a culpa nos outros, o esporte favorito dos latino-americanos, o Brasil vira vilão.
Quanto a virar Império, não vejo nenhum problema, contanto que o sejamos na medida em que não precisemos usar violência. É muito caro.
Eu não quero ser irmãozinho de ninguém.