Ambos nasceram em setembro de 1976. Ambos foram geniais esportistas, cada um a seu modo. Ambos sucumbiram a contusões e limites do próprio corpo.
Gustavo Kuerten, disparado o melhor tenista que o Brasil já teve - até por ter o país tido tão poucos com relevância. Guga jogou bem por vários anos e foi excepcional num curto período, quando se tornou o melhor do mundo, em 2000. Apenas nove tenistas na história ficaram mais tempo que Kuerten em primeiro lugar no ranking da ATP, de forma consecutiva. A partir de 2001, problemas crônicos no quadril começaram a impedi-lo de jogar no mesmo nível de antes.
Ronaldo "Fenômeno" Nazário, com currículo e história tão conhecidos que é bobagem repetir aqui.
Gustavo Kuerten, disparado o melhor tenista que o Brasil já teve - até por ter o país tido tão poucos com relevância. Guga jogou bem por vários anos e foi excepcional num curto período, quando se tornou o melhor do mundo, em 2000. Apenas nove tenistas na história ficaram mais tempo que Kuerten em primeiro lugar no ranking da ATP, de forma consecutiva. A partir de 2001, problemas crônicos no quadril começaram a impedi-lo de jogar no mesmo nível de antes.
Ronaldo "Fenômeno" Nazário, com currículo e história tão conhecidos que é bobagem repetir aqui.
Ontem, Guga se despediu de torneios profissionais no Brasil, ao disputar e perder o primeiro jogo do Aberto da Costa do Sauípe. O adversário foi o não mais que mediano argentino Carlos Berlocq (melhor colocação da carreira na ATP: 66º, em 2007). Foi parte da "turnê de despedida" que o tenista planejou fazer antes de abandonar as quadras definitivamente. Pretende seguir até Roland Garros, onde foi tricampeão.
Depois do jogo, falando (em meio a lágrimas) com o público, Guga disse que queria muito seguir jogando. Mas simplesmente não consegue mais.
Ronaldo também não consegue mais jogar há tempos. Com boa vontade dá para dizer que desde a Copa de 2006 - mas só com boa vontade mesmo. Com a camisa do Milan Ronaldo não havia jogado sequer o equivalente a quatro jogos completos na temporada atual. Foram 269 minutos em campo.
Ronaldo também não consegue mais jogar há tempos. Com boa vontade dá para dizer que desde a Copa de 2006 - mas só com boa vontade mesmo. Com a camisa do Milan Ronaldo não havia jogado sequer o equivalente a quatro jogos completos na temporada atual. Foram 269 minutos em campo.
Há mais de um ano Ronaldo não consegue uma sequência de jogos sem se contundir. Sempre pequenas lesões. Fruto de uma estafa muscular, causada pelo problema no joelho direito, e toda carga de musculação e fisioterapia para se recuperar? Excesso de peso e excessos em noitadas? Não sou médico para saber. Mas lembro do Zico dizendo que não parou de jogar no Flamengo por causa do joelho, recuperado após as cirurgias, mas por causa da panturrilha.
Hoje, Ronaldo arrebentou o joelho esquerdo, três minutos depois de entrar no jogo, no início do segundo tempo. As previsões médicas falam em pelo menos nove meses para poder voltar a jogar. Domingo passado ele havia sido substituído no intervalo por estar com dores no mesmo joelho, em razão de uma tendinite.
Após anos de insistência, treinos, cirurgias e decepção, Guga resolveu largar o tênis profissional. Enfim pode dizer que queria jogar mas não consegue.
Quando vamos ouvir Ronaldo dizer o mesmo? Apesar da contusão de hoje, acho difícil que seja agora. Não só por ele não ter ainda admitido a si mesmo o que Kuerten admitiu, que o fim da carreira já chegou. Mas também, talvez, pela falta de liberdade de pôr término à vida profissional como atleta, preso que está a contratos publicitários a granel.
Quando vamos ouvir Ronaldo dizer o mesmo? Apesar da contusão de hoje, acho difícil que seja agora. Não só por ele não ter ainda admitido a si mesmo o que Kuerten admitiu, que o fim da carreira já chegou. Mas também, talvez, pela falta de liberdade de pôr término à vida profissional como atleta, preso que está a contratos publicitários a granel.
Um comentário:
E chama o psicólogo mais próximo, porque não é nada fácil ter de "encerrar" uma carreira, quando a maioria de nós advogados, médicos e afins, nesta idade, ainda estamos longe do auge.
Acho que de maneira geral existe um despreparo enorme na preparação para o fim das carreiras de jogadores de futebol, pois geralmente estes não tem sequer o estudo médio terminado e não sabem fazer outra coisa.
Sorte de Kuerten e Nazário, pois conseguiram amealhar uma certa fortuna (aliás, para mais de uma geração), mas imaginem os milhares de anônimos na faixa dos trinta e poucos que já precisam parar e não podem porque não tem nenhuma reserva financeira.
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