quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
O INIGUALÁVEL KEVIN O´CONNEL
O Brasil ficou mais uma vez fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Se esta informação, largamente noticiada pela imprensa brasileira, deixou alguns tristes e/ou até revoltados, isto é porque vocês não conhecem a história de Kevin O´Connel.
Kevin é um especialista em efeitos sonoros e sonorização de filmes em geral. Sua estréia em Hollywood deu-se em 1980, quando participou da equipe que, simplesmente, fez “Star Wars V”, aqui conhecido como “O Império Contra-Ataca”, cá entre nós, disparado o melhor filme da série.
De lá para cá, Kevin já trabalhou na sonorização de cerca de 160 filmes, dentre os quais uma série de “blockbusters”, como Poltergeist, Gremlins, Rambo, Top Gun, Black Rain, Godzilla, Armageddon, Pearl Harbor, Homem Aranha (1, 2 e 3), Homens de Preto, O Código Da Vinci, A Paixão de Cristo... a lista é interminável.
Já computada sua indicação este ano por Transformers, Kevin soma incríveis 20 nominações para Oscar de Melhor Som, atualmente chamado de “Best Achievement in Sound”, sendo que por duas vezes, nos anos de 1996 e 1998, foi indicado por dois filmes.
A lista completa de indicações recebidas é a seguinte: Terms of Endearment (ou “Laços de Ternura” de 1983), Dune (1984), Silverado (1985), Top Gun (1986), Black Rain (1989), Days of Thunder (1990), A Few Good Men (“Homens de Honra”, 1992), Crimson Tide (“Maré Vermelha”,1995), Twister (1996), The Rock (1996), Con Air (1997), The Mask of Zorro (1998), Armageddon (1998), The Patriot (2000), Pearl Harbor (2001), Spider-Man (2002), Spider-Man 2 (2004), Memoirs of a Geisha (2005), Apocalypto (2006) e Transformers (2007).
Todavia, acontece que o nosso amigo Kevin JAMAIS recebeu um Oscarzinho sequer, sendo popularmente conhecido como o "Biggest Loser" da Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood. Desde que o prêmio foi criado, há oitenta anos, ninguém foi indicado tantas vezes sem vencer.
Para piorar, em 2007, logo após a sua 19ª derrota, Kevin não teve nem tempo de participar dos concorridos festejos que ocorrem após a Cerimônia do Oscar, pois teve de correr para o Hospital a fim de acompanhar sua mãe, que estava internada, e que faleceu exatamente naquela noite.
Resignado, este respeitadíssimo profissional da sétima arte se diz muito satisfeito, pois, dos 300 ou 400 filmes feitos nos Estados Unidos todos os anos, apenas cinco, na sua categoria, recebem o comunicado de que foram indicados para o Oscar. Em uma entrevista em 2006, após a 18ª indicação, ele se considerou um “afortunado”.
Não temos para quem “torcer” este ano? Não tem problema! Sugiro darmos uma força para o inigualável Kevin O´Connel.
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2 comentários:
Muito bom. Estou com ele e não abro.
Ademais, não torço pra filme em função de nacionalidade, afinal, o patritismo é o último refúgio dos canalhas.
Filipe, a frase não é minha, antes que vc me cuse de copiar...
Diria o saudoso nerusosam que o Kevin O´Connel é praticamente o vasco da gama da disputa pelo Oscar.
Feluquinho, meu querido, pôr entre aspas uma palavra revela intenção de usá-la no enunciado sob ressalva. Foi esse o caso no comentário anterior, ora ironizado por você.
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