terça-feira, 17 de junho de 2008

Sobre o Khmer vermelho e sobre como a ONU custa caro.

Em Phnom Penh, Camboja, cinco ex-líderes do Khmer Vermelho, hoje idosos, estão presos e aguardando julgamento.
O regime comunista do Khmer Vermelho, que provocou a morte de 1,7 milhão de pessoas há três décadas atrás, era mais um daqueles exemplos de revolução que pretendiam criar o "homem novo", aquele modelo de ser humano à prova do egoísmo das sociedades capitalistas.
Para implantar este modelo criaram um estado brutal que exterminou seu próprio povo. Quase um quarto da população cambojana morreu de 1975 a 1979, vítima de execuções, torturas, fome ou excesso de trabalho nas brigadas de trabalho de massas criadas pelo Khmer Vermelho.

Não estou sugerindo que os nossos heróis da liberdade, que assaltaram bancos, seqüestraram diplomatas e criaram bons pretextos para a barbárie linha-dura tomar o poder, chegariam a tanto.
A gente sabe que, neste país, a esculhambação deforma tudo: do serviço rápido do MacDonald's à sanha revolucionária dos comunistas.
O atraso, verdadeira especialidade nacional, faz com que nada, absolutamente nada, funcione.
Por isso, não creio que os nossos comunistas sejam genocidas.
Mas que os f.d.p. gostam de uma ditadura, ah, gostam.

Voltando ao assunto, mais uma informação deliciosa.
O tal do tribunal que vai julgar esta gente é da ONU (de exceção!).
Quase dois anos dos três anos de mandato do tribunal já se passaram desde que ele foi criado em agosto de 2006.
Isto, após quase uma década de complicadas negociações entre a ONU e o governo do Camboja.
Quase um ano se passou desde que o primeiro dos cinco réus foi acusado no caso.
A maioria dos analistas acredita que mais dinheiro será obtido junto a doadores internacionais para ampliar o mandato do tribunal, que teve início com um orçamento de US$ 53 milhões.
Ou seja, os gênios do direito internacional não conseguiram julgar 5 pessoas com US$ 53 milhões!
Sabem por que?
Direitos humanos são uma coisa muito cara..., as comunidades tem que participar (eles inventaram uma excrecência em que as vítimas tem um papel diferente no processo...)...

Na verdade, esse pessoal da ONU e o Khmer Vermelho se merecem.


Um comentário:

Filipe disse...

Engraçado, para mim quem gostava de ditadura era quem dava golpe em governo constitucional e ficava no lugar do presidente eleito democraticamente por mais de duas décadas.

Ah, tá, lembrei agora: é que tivemos uma ditadura militar para evitar que tivéssemos uma ditadura de esquerda...ufa, que bom que a direita estava a postos para nos salvar dos comedores de criancinhas, lá em 1964!