Com uma regularidade tida quase como que normal pelos leitores, volta e meia um neologismo das ciências biológicas ganha as manchetes dos jornais e revistas. Um dos últimos a ganhar destaque é a chamada “Biodiversidade”. Fora do seu aspecto tautológico, a expressão significa, na prática, que os seus propugnadores, são chegados a práticas não muito ortodoxas, que se manifestam em uma certa licenciosidade amorosa, no caso feminino, ou na ingestão de substãncias proibidas, no caso masculino.
Se a biodiversidade prevalecesse, na certa os seus defensores já teriam sido devorados por um Tiranossauro Rex ou pisoteados até migalhas por um Brontossauro, o que aliás, não seria uma má idéia.
Mas verdade é que algumas espécies são mais importantes do que outras para o Homo sapiens , e foi pensando nisso que imaginei quais seriam os critérios que justificariam a preservação ou não de uma espécie. Conclui que os critérios deveriam ser:
I) Os que podem ser enfiados em um espeto e assados sobre uma grelha, tais como os bovinos, alguns peixes e aves. Esta é a categoria mais nobre e a mais importante dos animais. Para o homem, sua importância é tão evidente que não só se cuida de sua preservação, como de sua multiplicação em grandes quantidades, com destaque absoluto para o boi, o verdadeiro melhor amigo do homem, um cachorro no pasto, um cachorro num espeto e salpicado com sal grosso, o melhor amigo do homem sobre as brasas.
II) Os que de alguma maneira prestam uma utilidade para o ser humano, seja por temperamento próprio, seja através de treinamento, como os cães e focas.
Trazer os chinelos para o dono quando ele chega em casa pode não ser um primor de inteligência, mas tem uma utilidade, marginal que seja. Equilibrar uma bola sobre o focinho tampouco, mas pode gerar alguma renda ao proprietário do bicho.
III) Os que, de alguma maneira, apelam ao senso estético do ser humano, tais como os flamingos, garças e siriemas.
Inolvidável é a dimensão estética do homem. A tendência para o belo completa o ser humano e dá razão a sua existência. No plano da biodiversidade, isso se traduz como um esforço para a preservação de espécies que façam o mundo mais belo.
Agora, tratemos de nos certificar se o Mico-Leão atende a tais requisitos.
O Mico-Leão é, literalmente, indigerível. Por mais exótico que seja o cardápio de uma população, nunca se ouviu falar de algum prato preparado com base nele.
Nem mesmo o companheiro Feluc, cujo estômago é famoso por ser capaz de digerir praticamente tudo que anda, voa, nada, rasteja ou galopa conseguiu até hoje encarar uma iguaria do nobre animal.
Tampouco o Mico-Leão passa pelo critério "utilidade". Nunca se ouviu falar de algum Minc-Leão que trouxesse os chinelos para o dono quando este chega em casa, quanto menos fazer algo mais útil como ir à geladeira buscar uma cerveja.
Por fim o critério estético. Não é que o Minc-Leão seja feio. Ele é medonho. O Mico-Leão chega a ser mais feio do que o pecado. Seu desaparecimento só iria melhorar o ambiente do ponto de vista estético. Xô, bicho feio!
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