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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Censura a Roberto Carlos pela ditadura argentina


Do site da BBC Brasil


O regime militar da Argentina censurou pelo menos seis músicas de Roberto Carlos, entre elas Desayuno (versão em espanhol de Café da Manhã), durante o período da ditadura, nos anos 70.

Um documento divulgado pelas autoridades argentinas lista cerca de 150 canções censuradas para a radiodifusão durante o período e inclui ainda músicas de Donna Summer, Rod Stewart, Eric Clapton e Pink Floyd.

A lista inclui canções de protesto mas, em grande parte, inclui também canções de teor supostamente sexual, ou que falam sobre o uso de drogas, como Cocaine, de Eric Clapton.

O documento foi divulgado pelo Comitê Federal de Radiodifusão (Comfer), o órgão estatal que controla o funcionamento e os conteúdos das emissoras de rádio e TV do país.

O chefe do órgão, Gabriel Mariotto, disse à BBC Mundo que a lista foi encontrada em um escritório do Comfer, quando se arquivavam outros documentos.

"Quando apareceu esta lista de temas censurados, me pareceu muito importante levá-la a público", disse Mariotto.

Censura

Além de Desayuno, as canções Tu Cuerpo, El Progreso, Los Botones, Ilegal, Imoral ou Engorda e Se busca, também de Roberto Carlos, foram censuradas ou classificadas como não aptas a serem tocadas durante o horário de "proteção ao menor", em que crianças e jovens poderiam estar escutando rádio.

Sob o título "canções cujas letras se consideram não aptas para ser difundidas pelos serviços de radiodifusão", estão incluídos outros clássicos da música internacional, como Light My Fire, do The Doors e Je T'aime... Moi Non Plus, do francês Serge Gainsbourg.

Além das músicas românticas, vários autores das chamadas "canções de protesto", como o chileno Victor Jara, a americana Joan Baez e o espanhol Victor Manuel aparecem entre os censurados.

Entre os argentinos, estão incluídos Leon Gieco e Maria Elena Walsh, cujas músicas se converteram em um hino à resistência.

E nem mesmo o tango escapou da censura argentina. La Bicicleta Blanca, de Astor Piazolla e Horacio Ferrer se encontra entre as músicas censuradas.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Música com M maiúsculo - capítulos X e XI

Hoje apresento não uma, mas duas canções que considero como grandes momentos de nossa tão maltratada música popular brasileira. A opção de trazer dois temas em um só post tem como justificativa o fato de as músicas tratarem exatamente do mesmo assunto, embora os artistas ora expostos, aparentemente não guardem qualquer conexão.
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Mas vamos lá e todo mundo vai entender e todo mundo vai ficar feliz.
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Capítulo X
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O ano era 1972. O "Rei" Roberto Carlos já havia feito sua obra prima, o disco de 1967, "Em Ritmo de Aventura", aquele do helicóptero. A Jovem Guarda já havia ido para o espaço, havia o projeto de transformar Roberto, que aliás não dava mais nomes aos seus álbuns, em uma espécie de Frank Sinatra brasileiro e o título de maior vendedor de discos do Brasil estava prestes a ser entregue a um bando de pavões alucinados (e sensacionais...) que cantavam músicas sobre lobisomens, corujas e pirilampos.
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Mas ainda havia espaço para um grande disco e ele veio em 1972. É certo que houve ainda grandes canções, mas grande disco, na minha opinião este foi o último e é nele que Roberto Carlos apresenta esta música que, mais do que ser a inspiração para o nome de um dos zagueiros do Vasco da Gama, é simplesmente uma de suas músicas mais confessionais. Basta dizer que é nesta e somente nesta canção que ele faz menção ao acidente em que um trem arrebentou com sua perna.
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Com belos versos sobre sua infância e um arranjo épico de tirar o fôlego, "O Divã" é a melhor música da dupla Roberto & Erasmo. Uma pena que não conste de seus shows mais recentes.
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"O Divã"
(Roberto e Erasmo Carlos)
Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela,
minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus
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Minha casa era modesta
Mas eu estava seguro,
não tinha medo de nada
Não tinha medo de escuro, não temia trovoada
Meus irmãos à minha volta e o meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto, nenhum dinheiro no bolso
Mas trazia esperanças
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Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui
Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito, o sangue no linho branco
A paz de quem carregava em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava e encontrava esperanças
De um dia tão distante, pelo menos por instantes
Encontrar a paz sonhada
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui
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Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta, não entende a minha luta
Afinal de que me queixo, são problemas superados
Mas o meu passado vive em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente, mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente

Essas recordações me matam
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Capítulo XI
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O JOELHO DE PORCO, juntamente com o Premeditando o Breque e o Língua de Trapo, formam o tripé do chamado Comedy Rock brasileiro, ou seja aquele movimento que provavelmente um dia será reconhecido como o legítimo rock tupiniquim, sem cabecismos e sem plágios do que se faz ou do que se fez um dia lá fora.
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Surgido nos anos 70, o "rock com humor" desembocou nos 80 nos trabalhos de bandas como a Blitz e o Espírito da Coisa, vindo a influenciar os Inimigos do Rei, parte do rock gaúcho (vide o Frank Jorge e os Vídeo Hits do Diego Medina), os Mamonas Assassinas e (porque não ?) os primeiros trabalhos dos Raimundos.
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Em 1983 o Joelho de Porco, já em sua segunda formação, com o Terpins, o Próspero e o Zé Rodrix, além de colaboradoras do peso de Cida Moreira (sem trocadilho, juro !), realizou o ótimo disco "Saqueando a Cidade", que contém a inacreditável "Um Trem Passou Por Aqui", um bolerão que conta a estória de um acidente, envolvendo um trem, uma perna e... bem... vejam a letra abaixo. Essa dispensa comentários. Um exemplo de incorreção política da melhor qualidade.
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"Um Trem Passou por Aqui"
(Tico Terpins e Zé Rodrix)
Eu vou contar a história
Da perna que eu tinha (inha)
E que eu perdi num desastre
Nos trilhos da vida (vida)
Não era grande nem média,
Era pequenininha (ninha)
Minha perninha eu perdi
O trem decepou(Mas que trenzinho, hein?)
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Eu fiz de tudo pra ver
Se a perninha cortada (ada)
Ficava juntinho do resto
Só que não colava (lava)
Fui na seção de emergência
Do pronto socorro (corro)
Só que não houve remédio
E a doutora falou:(Mas que trenzinho, hein?)
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Perna...Minha perna querida
Já que não estás comigo
Eu uso a Margarida(Mas que trenzinho, hein?)
Perna...Muito bom, muito bem
Hoje eu não ando a pé
Mas você vai de trem
(Mas que trenzinho, hein?)