sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Música com M maiúsculo - capítulo IX

No ano que vem, completar-se-ão vinte anos do lançamento do disco "As Quatro Estações", da Legião Urbana. O álbum não carece de maiores comentários, pois quase tudo já foi dito sobre ele. É o primeiro disco feito após Renato Russo saber que era soropositivo, é o primeiro disco sem Renato Rocha, é uma fábrica de hits pois pelo menos nove das onze faixas tocaram regularmente nas rádios brasileiras, é o disco mais vendido da banda, o mais religioso, o mais progressista até então, etc, etc, etc.

Apenas o que eu queria dizer é que o disco contém uma das faixas mais impressionantes da história do grupo, na minha modesta opinião.
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"Feedback Song For A Dying Friend" é uma pungente homenagem ao cantor Cazuza, que já estava bem adoentado. Letra em Inglês (idioma que Renato dominava), traduzida no encarte por Millôr Fernandes, a música possui uma mescla de guitar-rock com sons árabes que é única na trajetória da banda.
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O grupo flertou mais tarde com cítaras, é verdade, mas não ousou tanto. A coda de "Feedback", vinte anos depois, ainda arrepia...
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A seguir, a letra original e a versão em português.
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FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND
Soothe the young man's sweating forehead
Touch the naked stem held hidden there
Safe in such dark hayssed wired nest
Then his light brown eyes are quick
Once touch is what he thought was grip
Tis not his hands those there but mine
And safe, my hands seek to gain
All knowledge of my master's manly rain
The scented taste that stills my tongue
Is wrong that is set but not undone
His fiery eyes can slash savage skin
And force all seriousness away
He wades in close waters
Deep sleep alters his senses
I must obey my only rival
* He will command our twin revival:
The same
Insane
Sustain
Again (the two of us so close to our own hearts)
I silenced and wrote
This is awe
Of the coincidence
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CANÇÃO RETORNO PARA UM AMIGO À MORTE
Alisa a testa suada do rapaz
Toca o talo nu ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Então seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava ele era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras. Minhas mãos buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É engano instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Força toda gravidade ir embora.
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera meus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez (Os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência.

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