terça-feira, 2 de setembro de 2008

Se fosse para escolher...

... sem dúvida eu ficaria com os dois acima.

Obama está longe de ser perfeito, é óbvio. Tem algumas atitudes dignas de "Pai Tomás" que irritam profundamente. Uma delas foi renegar o Pastor Jeremiah Wright. Mas seria ingênuo achar que um negro, nascido no Havaí (e portanto americano "legítimo", Felix) e filho de um muçulmano não faria concessões, em posições políticas e pessoais, para chegar onde chegou.

Há quase 50 anos, quando um católico foi pela primeira vez candidato a presidente nos EUA com chances de ganhar, isso era algo absurdo. Que bom que hoje o candidato pode ter reais condições de vitória sendo como é Obama.

Não disse que os republicanos são de extrema direita. Em um país literalmente bipartidário há diversas correntes dentro dos dois partidos. E, dentro do Republicano há, notoriamente, radicais conservadores. Palin é uma. Mike Huckabee, pré-candidato derrotado nas primárias, é outro. Já McCain eu acho bem moderado (como inclusive eu já disse aqui no blog).

Ter ou não experiência é um ponto altamente debatido nos EUA, na atual campanha. Era a grande crítica de McCain a Obama e por isso a escolha de Palin soou tão estranha. Afinal, os republicanos acusavam o candidato democrata de ser inexperiente mas optaram para vice na chapa presidencial por uma mulher que tem no currículo a prefeitura de Wasilla (a cidadezinha de 9 mil almas onde ela teria dado luz ao filho mais novo) e o governo do Alasca desde 2006.

Dando-se importância a isso ou não, Obama ostenta currículo mais vistoso. Formou-se em Harvard e não em Idaho, como Palin. Já era professor de Direito Constitucional há 12 anos quando foi eleito senador de Illinois, em 1996. Foi eleito senador federal em 2005 (e não há poucos meses, Felix).

Sobre o petróleo: quanto mais desimportante se considerar a questão do aquecimento e do uso de combustíveis fósseis, mais longo será esse "longo prazo" que sempre se aplica às matrizes alternativas de energia. Então, minha crítica ali era pela combinação petróleo-do-alasca-é-bom + aquecimento global-é-lenda.

A religião de um candidato (ou a falta dela) pode ser o motivo de derrotas em eleições, como bem sabe FHC (prefeitura de SP, 1985). Obama se reafirmar sempre como católico é uma necessidade dele, como animal político, portanto. Mas para mim também tanto faz como tanto fez a religião do sujeito, já que eu mesmo não tenho nenhuma.

Os elogiosos comentários sobre um "mentor intelectual" comunista, a "bolsa-família" e uma proposta de saúde pública universal não precisam de acréscimos.

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