Em algum momento no futuro, Joe Cocker irá falecer. Não se sabe quando, mas com certeza um dia irá ocorrer. O cantor de voz roufenha, nascido em Sheffield em 1944 já passou dos sessenta, uma idade considerada avançada para os rockeiros dos anos 60 e 70. Por isso, daqui para frente tudo pode acontecer. Lembre-se por exemplo, que metade dos Beatles, metade do Who e quase todos os Ramones já se foram, antes de chegar a esta idade.
De qualquer forma o velho Joe não tem com que se preocupar. Teve uma carreira produtiva, seus discos continuarão vendendo em algum formato que não o falecido cd, e por um bom tempo muitas pessoas falarão a respeito dele.
Porém, como sói acontecer, seu necrológio será marcado pelo simplismo de sempre e, provavelmente, os jornalistas encarregados de escrever sobre o cantor hão de fazer menção a dois momentos marcantes em sua carreira: a apresentação em Woodstock, quando recriou a música With a Little Help... (dos Beatles) e quando salvou do mais completo oblívio o tema "You Can Leave Your Hat On" composta e pessimamente gravada originalmente pelo compositor Randy Newmann, mas que nas mãos de Cocker, auxiliado por um time de metais liderados por Clarence Clemons, aquele figura que tocava com o Bruce Springsteen, virou um monstro que embalou uma das mais belas cenas de strip-tease da história do cinema, no filme "Nove Semanas e Meia de Amor"; e uma das mais bizarras, na película "Ou Tudo Ou Nada", de 1997.
Alguns, mais conhecedores lembrarão das versões de "Could you be loved", "Unchain My Heart", as baladonas "You are so beautiful" e "Up Where We Belong", mas não deve passar muito disso.
Este blogueiro que vos escreve, ao contrário, passará dias a fio ouvindo o primeiro disco de estúdio de Cocker, o pouco lembrado (e geralmente pelos motivos errados), "With a Little Help From My Friends".
Sim, eu sei... você abriu o set list do álbum antes de seguir lendo este post, já se deparou com as duas músicas mais conhecidas do disco, a música que lhe empresta o nome e ainda a infame "Please Don't Let Me Be Misunderstood", massacrada anos depois pelo pessoal do Santa Esmeralda, e musiquinha fácil em festas de formatura após as 3 da manhã.
Mas esqueça essas músicas. Faça como eu, simplesmente não as ouça, não há necessidade. O disco possui outras pérolas esquecidas pelo tempo, mas que merecem mais de uma oitiva.
Tratam-se dos excelentes temas "Feelin´Alright", "Bye Bye Blackbird", "Change in Louise", "Marjorine" e "Sandpaper Cadillac", além da ótima versão da Dylanesca "I Shall Be Released", gravada também pelo pessoal da The Band.
Assim, se você não se contenta com as poucas informações que serão disponibilizadas, este disco é uma ótima introdução à discografia deste grande cantor.
2 comentários:
Boa dica, companheiro Fetter, vou checar depois. A única coisa que ficou na minha cabeça do Cocker é aquela cena clássica dele alucinado cantando em Woodstock.
Mudando de assunto: esta capa não te faz lembrar da capa do primeiro do Crimson (In the Cour of the Crimson King)? he he
Ha ha, grande lembrança. Um belo disco também.
Postar um comentário