O Inspetor-Geral é uma comédia sobre troca de identidades. Ela é ambientada na Rússia do Século XIX, mas poderia, e aliás assim tem sido, encenada em qualquer localidade brasileira, hoje. Pois assim que a história vai se desenvolvendo, mais e mais vão surgindo características da sociedade russa da época com as quais qualquer brasileiro imediatamente se identifica.
A peça começa com o Prefeito comunicando às outras eminências locais, a chegada de um Inspetor-Geral, com amplos poderes para levantar todas a irregularidades e ilegalidades cometidas no Município. Teoricamente a visita seria secreta, mas Anton, o Prefeito, foi devidamente avisado da iminência da chegada do Inspetor através de um amigo. Só que o Inspetor viajará incógnito. Todos então, devem botar suas respectivas repartições em ordem, já que todos têm seus “esqueletos no armário”.
E aí entra em cena Ivan Aleksandrovich Khlestakov. Ele chega à cidade sem nem um tostão e vai ser considerado erroneamente como o Inspetor-Geral. Obviamente, assim que ele percebe a situação ele deita e rola sobre os nativos.
Por quê a gente se identifica tanto com esta peça? Ela fala a mesma linguagem com que nós brasileiros, estamos acostumados. As falcatruas cometidas em todos os níveis de governo, as trocas de favores, a dependência em tudo de um poderoso órgão central que pode intervir a qualquer momento em uma distante localidade.
Gogol poderia perfeitamente ter nascido no Maranhão... ou em Minas.
O Banco Central aumentou os juros e por causa disso você ficou sem numerário para comprar o livro? Clicca!
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Servilismo diante dos poderosos: soa familiar para você?
*Os companheiros-blogueiros vão notar que volta e meia estarei postando antigas divagações minhas. Isso é devido a eu ter realizado alguma atualização, para a compreensão melhor de uma nova postagem e principalmente para dar a impressão de que a minha atividade no blog é maior do que a que realmente exerço.
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