quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Agências (2)

Engenheiro Passos é um distrito do Município de Resende, no Rio de Janeiro, com menos de quatro mil habitantes. Lugar agradável, com cachoeiras, serra, hotéis-fazenda.

Com a emancipação de Itatiaia, outrora também distrito de Resende, Engenheiro Passos ficou isolada. É necessário pegar a Via Dutra para ir de Engenheiro Passos ao centro de Resende, à cerca de trinta quilômetros de distância. Para piorar, em Itatiaia foi instalado um pedágio pela concessionária NovaDutra, responsável pela rodovia.



A seta verde indica onde é Engenheiro Passos. Entre ela e Resende, Itatiaia e o pedágio

Os moradores de uma localidade teriam um gasto diário de quinze reais para ir até a outra cidade e voltar, todos os dias. Sem interesse da Prefeitura em criar uma estrada que servisse de alternativa à Dutra, associações de moradores de Resende e Engenheiro Passos entraram com ação na justiça do Estado para que fosse liberada a passagem de carros emplacados no município pelo pedágio.

Bem-sucedidos logo no pedido liminar, também conseguiram vencer a NovaDutra nos agravos interpostos no TJRJ e no STJ. Mas aí a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres – se manifestou favorável ao pedágio e entendeu que deveria ser parte nos autos, o que acabou levando a ação para a Justiça Federal, em decisão da 8ª Câmara Cível do TJ do Rio de Janeiro, no último mês de junho.

O prefeito de Resende diz não entender o interesse da ANTT em participar do processo, em defesa da NovaDutra e contra “direito de cada cidadão de poder ir e vir dentro da sua própria cidade, sem ter que arcar com pedágio” (palavras do Prefeito). Eu também não entendi.

Um comentário:

feluc disse...

a verdade é que todos os programas que implementamos neste País ficam a uma distância enorme do que foi planejado.
Quando as agências reguladoras foram implementadas foram pensadas, tal como em outros lugares, como uma instância independente do governo visando a implementação de políticas de estado, que não pudessem sofrer as interferências das circunstâncias.
Ou seja, proteger o investimento privado, sobretudo o ligado à atividades de grande importância pública e proteger o usuário, por meio de políticas que controlassem a qualidade dos serviços prestados, bem como a adequação das tarifasd cobradas.

Bem, pra variar deu tudo errado...
Lotearam os cargos, colocaram gente inepta e/ou corrupta...
é isso aí...