segunda-feira, 27 de agosto de 2007

MARTIN SCORSESE & ROLLING STONES


Já começam a pipocar na Internet notícias e vídeos extraídos de “Shine a Light”, documentário filmado por Martin Scorsese captando dois dias de shows dos Stones no Beacon Theatre, em NYC, em 2006, com previsão de estréia nos EUA para Abril de 2008.

Scorsese é um notório fã de rock’n’roll e seus filmes costumam ser embalados por alguns clássicos do gênero. Basta conferir as trilhas sonoras de filmes como “Caminhos Perigosos”, “Os Bons Companheiros”, o seu sketch em “New York Stories”, e tantos outros.

Sua ligação direta com o mundo da música encontra-se estampada em documentários clássicos como “The Last Waltz” (com The Band) e “No Direction Home” (Bob Dylan). Martin, para quem não se lembra, também dirigiu o videoclipe “Bad”, de Michael Jackson.

O documentário “Shine a Light” (nome da décima sétima música do lendário álbum “Exile on Main St.”, de 1972) promete um show de fotografia, edição e direção. Segundo informa o site us.imdb.com, Martin cercou-se de feras para captar toda a energia da banda ao vivo, no pequeno espaço do aludido Teatro.

Foram convocados o Diretor de Fotografia Robert Richardson ("The Aviator," "JFK"), e para supervisionar os câmeras, um time de cinematógrafos que inclui John Toll ("The Last Samurai," "Braveheart"), Andrew Lesnie (a trilogia "The Lord of the Rings", "King Kong"), Stuart Dryburgh ("The Piano"), Robert Elswit ("Magnolia," "Good Night and Good Luck"), dentre outros. A edição ficou a cargo de David Tedeschi, que trabalhou com Scorsese no documentário sobre Bob Dylan.

Quanto às participações especiais, os Stones dividem o palco com Buddy Guy, na música “Champagne & Refeer” (Muddy Waters), Jack White, em “Loving Cup” e ainda surge uma Christina Aguillera se requebrando com o vovô Jagger em “Live With Me”. No mais, podemos esperar os velhos clássicos e uma ou outra música mais antiga e/ou pouco tocada em shows.

Segundo Marcelo Hessel, do site www.omelete.com.br, o filme é “convencional mas elaborado”, e acrescenta: “podemos esperar algo convencional em termos de formato - não é um show conceitual como o Stop Making Sense de Jonathan Demme com os Talking Heads - mas elaborado em termos de olhar. Afinal, como diz Jagger em uma cena de bastidores ligeiramente exibida, ‘o show é de Marty’".

Para os fãs desta grande banda de rock, uma boa oportunidade de ver os caras no cinema, filmados por um grande diretor, com uma estupenda equipe de produção. Há quem diga que seria uma excelente despedida para os Stones.

sábado, 25 de agosto de 2007

Itália


bollito misto


costeleta de cabrito


cordeiro assado com ervas


pernil de cordeiro assado com menta


toma


roccaverano


castelmagno


bonet


Este post é dedicado a uma amiga. Pelo menos penso que ela gostaria que eu me referisse dessa forma. Além disso, ela é mâe da pessoa mais importante em minha vida.
O fato é que ela está prestes a conhecer a Itália pela primeira vez. E se o digo assim é porque a cada vez que visitamos este país sempre nos deparamos com coisas novas. Não importa quantas vezes o tenhamos visitado.
Em nossas conversas, havia ressaltado que o que mais me impressiona na Itália não são nem a arquitetura, nem as obras de arte. Me impressiona como um povo que conheceu a miséria até bem pouco tempo conseguiu criar a arte culinária mais apaixonante que posso imaginar. Não se engane. Os relatos de viajantes e escritores mostram como o povo do campo, inclusive no norte do país, a parte mais rica, vivia na mais absoluta miséria. A ponto dos camponeses das montanhas do Piemonte serem obrigados a migrar para o Vale do Pó a fim de trabalhar nos arrozais em condições que, hoje, chamaríamos análogas à escravidão. Isto até os anos 50. Bem, com ingredientes muito básicos (as ervas da região, cortes baratos de ovelha e bovinos, arroz e farinha de trigo), os piemonteses desenvolveram uma dentre várias cozinhas regionais maravilhosas, todas regidas pelo princípio de uso de ingredientes simples, frescos e da época. Isto significa que o amor pelo prazer de comer e um talento inigualável fizeram com que criassem a mais variada gastronomia do mundo.
Bom, após esta declaração de amor, me senti na obrigação de lhe dar algumas dicas sobre o que esperar da comida neste maravilhoso país. Na Itália, eles não comem apenas um prato, como fazemos no Brasil. A regra é iniciar com os Antepastos, comidinhas para abrir o apetite. Muitas delas podem ser pratos independentes em fases posteriores da refeição. Após,o Primeiro Prato, que pode ser um risoto, uma massa ou uma sopa. O Segundo Prato, provavelmente, será uma carne de panela, pelo simples motivo de os camponeses, no passado, terem tido acesso somente a cortes mais duros e, por sorte, mais saborosos. Estas carnes podem ser de bovino, caprino ou ovino e são preparadas cozidas com caldos, vinho, hortaliças e ervas.

Minha amiga, conhecendo o seu gosto, como Segundo Prato, recomendaria um "bollito misto", o cozido dos italianos, feito com diversos pedaços de carne, lingüiça, caldo e hortaliças, acompanhados por diversos molhos à parte. Este prato era, tradicionalmente, a refeição dos camponeses e mercadores em dias frios nas feiras que viajavam de cidade a cidade.
Outro prato típico e penso ser do seu agrado é o "fritto misto": carnes de porco mergulhadas em massa, passadas em farinha de rosca e fritas no óleo de oliva. Não posso esquecer também da "finanzeira", um guisado de miúdos tradicional com hortaliças.

Pois bem, nesta viagem, minha amiga será acompanhada por dois anjos. Um deles, por sinal, minha amiga também, gosta muito de queijos. Como este anjo adora vida saudável e esportes, normalmente, come apenas queijos magros e sem sabor. Para além dos verdadeiros parmigianos, grana e gorgonzola, já suficientemente conhecidos entre nós, recomendo a descoberta de alguns:
- toma (ou robiola): queijo mole, com casca avermelhada, feito de leite de ovelha. Há uma variedade elaborada com queijo de cabra, o roccaverano. Na Europa, queijos de cabra são mais raros, pois a ordenha destes animais ainda é manual e menos rendosa. Na verdade, a ânsia de um mercado cada vez mais desenvolvido por novidades não deixaram este queijo sumir.
Não pense que faltei com o respeito quanto ao fato de já conhecermos o gorgonzola. Prove-o. Você terá uma idéia do que esperar, mas saiba que o que temos em nossos supermercados é uma pálida lembrança diante do original. Se puder, prove-o com um Moscato Passito. Como você sabe que EU NÂO BEBO!, devo dizer que é a combinação dos conhecedores locais. Por fim, não deixe de provar um Castelmagno, queijo semi-duro de leite de vaca. Aromático, é um dos mais populares da Itália. Fique tranqüila, a Itália tem 404 tipos diferentes de queijo. Você precisará de muitas viagens para conhecê-los. Nos mercados, não se esqueça de peir para provar antes de comprá-los.

Por fim, devo falar de doces. Os dois anjinhos adoram chocolate. infelizmente, não passarâo por Turim, capital italiana dos chocolates, cujos confeiteiros foram os primeiros no mundo a fabricá-los na forma sólida, com uma massa bem macia de cacau, açúcar, baunilha, leite e avelãs de Langhe torradas (as melhores). Todavia, se cruzarem com um Bonet (flan de chocolate), saibam que se trata de uma especialidade piemontesa relativamente disseminada pela Itália, portanto, a chance de ser bem feita é grande.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Pontos corridos 2





Continuação do post anterior com os pontos já obtidos em 2007. Somei os pontos e, a seguir, entre parênteses, como fica a posição atual de cada clube.


Soma dos pontos corridos 2003/2006 mais os pontos de 2007.

1- Santos 299 + 30 = 329 (2)

2- São Paulo 296 + 41 = 337 (1)

3- Internacional 286 + 28 = 314 (3)

4- Cruzeiro 269 + 35 = 304 (4)

5- Corinthians 267 + 27 = 294 (6)

6- Goiás 266 + 30 = 296 (5)

7- AtléticoPR 256 + 23 = 279 (7)

8- Paraná 240 + 24 = 264 (8)

9- Figueirense 238 + 25 = 263 (9)

10- Fluminense 232 + 26 = 258 (10)

11- Flamengo 227 + 18 = 245 (12)

12- Juventude 225 + 17 = 242 (13)

13- Vasco 223 + 34 = 257 (11)

14- São Caetano 215 + 0 = 215 (15)

15- Ponte Preta 204 + 0 = 204 (16)

16- Palmeiras 193 + 33 = 236 (14)

17- Coritiba 184 + 0 = 184 (20)

18- Atlético-MG 172 + 28 = 200 (17)

19- Botafogo-RJ 161 + 34 = 195 (18)

20- Grêmio 156 + 31 = 187 (19)

21- Paysandu 146 (21)

22- Fortaleza 142 (22)

23- Criciúma 110 (23)

24- Guarani 110 (24)

25- Vitória 104 (25)

26- Bahia 46 (26)

27- Brasiliense 41 (27)

28- Santa Cruz 28 (28)

29 – Sport 27 (1a. participação)
30 – Náutico 20 (1a. participação)
31 – AméricaRN 10 (1a. participação)

e para não perder a mania...


Um violãozinho para vocês.

Os melhores em pontos corridos 2003/2006

Curiosidade futebolística para apreciação e comentários gerais. Parte da campanha "Volte Neruso Sam!!". Abraços. fetter. (extraído do blog de esportes do jornal O Povo, de Fortaleza)

Classificação total geral dos quatro Campeonatos Brasileiros de pontos corridos na Série A, nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006:

1- Santos 299
2- São Paulo 296
3- Internacional 286
4- Cruzeiro 269
5- Corinthians 267
6- Goiás 266
7- AtléticoPR 256
8- Paraná 240
9- Figueirense 238
10- Fluminense 232
11- Flamengo 227
12- Juventude 225
13- Vasco 223
14- São Caetano 215
15- Ponte Preta 204
16- Palmeiras 193
17- Coritiba 184
18- Atlético-MG 172
19- Botafogo-RJ 161
20- Grêmio 156
21- Paysandu 146
22- Fortaleza 142
23- Criciúma 110
24- Guarani 110
25- Vitória 104
26- Bahia 46
27- Brasiliense 41
28- Santa Cruz 28

Relançamentos da Semana


Além de ser uma incrível fonte de informações para todo fanático por música, o site www.allmusic.com ainda informa os lançamentos e relançamentos de cd´s, com atualização diária.

Nesta semana, dois relançamentos chamaram a minha atenção e por isso compartilharei com vocês.



Primeiro: a edição de 25 anos do cerebral, complicado, enigmático e austero disco de estréia da artista performática, Laurie Anderson, chamado "Big Science", cujo grande feito foi colocar nas paradas uma música de mais de oito minutos de duração, quase toda falada e com canais e mais canais de vozes fazendo a base, chamada "O Superman".

Parece loucura, mas é um discaço, considerado por muitos críticos o melhor disco de art-rock da década de 80. Destaque também para a faixa de abertura, a sensacional "From The Air" e para a faixa título. Ouça com atenção.




Segundo: "I Hope We Get To Love in Time" - Disco de 1976 dos ex-Fifth Dimension Marilyn McCoo e Billy Davis Jr. - Não, eu nunca ouvi o disco e não tenho ainda nada para dizer. Mas, um álbum com essa capa e esse nome, aliado ao fato de ter vendido pacas e com a informação suplementar de que a faixa "You Don't Have To Be a Star (To Be In My Show)" foi número 1 na parada R&B e na parada Pop da Billboard naquele ano, faz dele um baita relançamento e merece uma ouvida, nem que seja para a gente descer a lenha depois.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O primeiro menudo

O produto era bom, muito bom. Mas faltava a embalagem certa, que o permitisse alcançar públicos maiores. Daí surge Elvis Presley, rapaz caipira que é rapidamente foi transformado no rebelde roqueiro por produtores e gravadoras. E o rock ganha a cara certa para se massificar e virar o ritmo da segunda metade do século XX.

Elvis, apesar da imagem de contestador de seus primeiros anos de carreira, sempre foi guiado por outros: sua mãe primeiro, seu onipresente empresário Coronel Parker depois. Sua relevância musicial se encerra em 1958, quando aceitou ir para o exército (atitude muto "roqueira" e rebelde).

Na volta à vida civil, enquanto o rock via surgir Bob Dylan e a British Invasion, ele se dedicou por quase toda década de 60 aos seus inesquecíveis filmes de praia. Depois disso, foi só descer de vez a ladeira, íngreme e apontada para Las Vegas.

A exceção foi o show para TV em 1968, que marca seu retorno aos palcos, inovando no formato (inclusive com uma parte só acústica) e mostrando que se ele era rei de algo, era de performance ao vivo.

Hoje faz trinta anos que Elvis trocou a carreira artística por uma vida pacata e reservada. Tem vivido isolado, sem aparições públicas, de forma tão discreta que alguns até acreditam que ele já morreu. A recente foto abaixo mostra que o cantor e ator continua bem, mesmo sem o topete.


quarta-feira, 15 de agosto de 2007

74 minutos

É conhecida a história de que o CD comportava até 74 minutos de música quando foi lançado para que fosse possível ter a 9ª Sinfonia de Beethoven toda num disco só. Mas existe um outro lado, menos cultural, nessa história.

O Compact Disc é criação em parceria da Phillips e da Sony e seria inicialmente lançado comercialmente em discos de 60 minutos e 11,5 cm de diâmetro. A Polygram, que era da Phillips, tinha a primeira fábrica do mundo preparada para pôr os CD's nas lojas assim que necessário, em Hannover, na Alemanha.

Foi quando o vice-presidente da Sony, Norio Ohga, apareceu com a idéia do disco ter capacidade para toda a 9ª Sinfonia, com 74 minutos. Só que para acrescentar esses 14 minutos ao tempo original foi necessário aumentar o diâmetro para 12 cm.

A vantagem estratégica da fábrica da Polygram foi pro espaço, com o inevitável acerto das linhas de produção para o novo tamanho do disco. Os primeiros CD's foram lançados no mercado do Japão do Sr. Norio.

Controle (2.0)

"Do you realise we are giving away our master tapes here?"
Maurice Oberstein, diretor da Polygram UK, falando sobre o surgimento do CD

Desde 1988, quando superou o disco de vinil, o CD é o formato de mídia mais vendido para ouvir música. Mas sua importância vem caindo progressivamente nesta década. São números como 25% de queda na França, nas vendas no primeiro trimestre de 2007, e 35% no Canadá no mesmo período.

As pessoas não estão deixando de ouvir música, apenas estão fazendo isso de outra maneira. Depois dos diversos tipos de disco de vinil, da fita cassete, do próprio CD, do DAT e de outros, a mudança de formato não é novidade. O que é novo é que desta vez a troca não foi planejada e nem desejada pela indústria fonográfica.

Seja pela possibilidade de gravação caseira de um CD sem perder qualidade - com o CD gravável, CD-R – seja à reboque de duas siglas que já marcaram a história da indústria fonográfica - MP3 e P2P* – a verdade é que numa escala até então sem precedentes a música passou a circular livremente – e em boa parte ilegalmente – pelo mundo.

E dá-lhe folk de sueco, jazz de africano, heavy metal de romeno... no rádio e na TV continuam prevalecendo os jabazentos, mas hoje, querendo e procurando, praticamente é possível escutar o que se quiser. De graça ou pagando, já que finalmente a indústria acordou e os downloads "legais" crescem ano a ano, se tornando importante parte do faturamento dos detentores dos direitos sobre músicas.

Se houve mudança de hábito na ponta final da linha, com o consumidor, como não haveria do outro lado, na relação entre o artista e a gravadora?

Uma banda hoje pode gravar suas músicas em casa, colocá-las num site especializado e ter uma divulgação virtual eficiente, a ponto de se perguntar por qual motivo banda precisaria de uma gravadora. Ou, ao menos, de uma major.

Com isso, tem muita gente já vendendo seu próprio disco pela internet e, mais importante, se mostrando ao seu público, se tornando conhecido e com isso ganhando dinheiro fazendo shows.

Não deixa de ser irônico que a tecnologia tenha avançado para mostrar que a melhor fórmula para o artista ganhar dinheiro sempre foi se apresentando ao vivo – tal como tinha que fazer antes do fonógrafo e do rádio – pois disco sempre deu dinheiro mesmo para os intermediários da música.

*MP3 é um formato de compressão de um arquivo de áudio, tornado disponível em meados dos anos 90. É como se a música fosse “zipada”, com a diferença que ela passa a ocupar cerca de 10% do espaço que ocuparia antes, no formato normal. Ou seja, uma música de 4 minutos vai de 40 megabytes para 4 megabytes de tamanho.

Transformada em arquivos relativamente pequenos, a música pode não só ser guardada em grande quantidade nos discos dos computadores, mas também enviada e recebida pela internet, mesmo pelas antigas conexões discadas.

Esse intercâmbio via internet era incipiente até que alguém percebeu que a melhor maneira de achar e pegar músicas não seria colocando os arquivos mp3 em websites e sim se todos disponibilizassem seus acervos pessoais, livremente, e cada um pudesse pegar músicas de todos os outros.

Esse alguém foi Shawn Fanning, um universitário americano que criou um programa que permitia que o usuário buscasse e pegasse músicas diretamente do computador de outro usuário. O seu software só faria a ligação de um computador ao outro, de um ponto ao outro – peer to peer, ou P2P. O nome desse programa era Napster.



como funciona a rede p2p


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O Urso e o Touro





É engraçado como o mercado é retratado pelos investidores.
Quando a tendência (movimento constante) é de subida, costuma-se dizer que se vive um bull market. Simplesmente porque o Touro (bull) tem como característica “dar uma chifrada”, impulsionando o mercado pra cima.
Por outro lado, quando a tendência é de queda, costuma-se dizer que se vive um bear market. Simplesmente porque o Urso (bear) tem como característica “dar uma patada”, empurrando o mercado pra baixo.
O engraçado é que, quando pensamos em um Touro, imaginamos um animal pacato, quietinho na sua pastagem, que reage apenas quando provocado (vide as touradas espanholas). Já sobre o Urso imaginamos um animal selvagem, que sempre ataca quando vê um animal menor que possa aplacar a sua grande fome (a imagem que vem à cabeça é a de um Urso gigantesco naquelas florestas da América do Norte).
Pois é. Resolveram provocar o Touro (duvidando das medidas econômicas a serem adotadas pelo então iminente Governo Lula, no segundo semestre de 2002, o que levou o dólar à casa dos 4 reais e o risco-país às alturas).
O que se seguiu, então ? Com a surpreendente responsabilidade fiscal de início do mandato do Sapo Barbudo (e, de quebra, com a ajuda dos baixos juros no mundo), a chifrada do Touro foi tão forte que impulsionou o mercado (especialmente no Brasil), pra uma tendência de alta bastante duradoura, de quase 5 anos.
Pouco antes dessa chifrada, o Urso tinha feito pequenos lanchinhos (com a turbulência asiática e russa do final de 1998, logo dissipada em 1999; e com a quebra da onda de exagero da internet no ano 2000, reconstruída já em 2002).
Desde então, o Touro fica quietinho na sua pastagem, sem ser incomodado. E o Urso, depois de rápidos e seguidos lanchinhos, resolveu tirar uma soneca.
Mas nesse ano de 2007 parece que o Urso está querendo acordar. Primeiro, em fevereiro/março, ele rolou na cama e mudou de lado, pra continuar dormindo (todos acharam que a demanda da China por commoditties iria diminuir, e, assim, reduzir o crescimento econômico de todo o mundo).
Nos últimos 30 dias, o Urso rolou na cama de novo, mas, desta vez, chegou a abrir os seus olhos. Rapidamente, mas chegou a abrir (um crash de crédito de nível mundial talvez esteja chegando).
Pode ser que o Urso volte a dormir mais um pouco. Pode ser (assim, talvez o IBOV volte a testar a casa dos 58 mil pontos, e o DJIA volte a testar a casa dos 14 mil pontos). Mas a verdade é que dois lanchinhos não podem segurar a sua fome por muito tempo, e está chegando a hora do Urso almoçar, como há muito tempo ele não faz. Quando abrir os olhos de vez, a patada vai ser MUITO forte ...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Agências (2)

Engenheiro Passos é um distrito do Município de Resende, no Rio de Janeiro, com menos de quatro mil habitantes. Lugar agradável, com cachoeiras, serra, hotéis-fazenda.

Com a emancipação de Itatiaia, outrora também distrito de Resende, Engenheiro Passos ficou isolada. É necessário pegar a Via Dutra para ir de Engenheiro Passos ao centro de Resende, à cerca de trinta quilômetros de distância. Para piorar, em Itatiaia foi instalado um pedágio pela concessionária NovaDutra, responsável pela rodovia.



A seta verde indica onde é Engenheiro Passos. Entre ela e Resende, Itatiaia e o pedágio

Os moradores de uma localidade teriam um gasto diário de quinze reais para ir até a outra cidade e voltar, todos os dias. Sem interesse da Prefeitura em criar uma estrada que servisse de alternativa à Dutra, associações de moradores de Resende e Engenheiro Passos entraram com ação na justiça do Estado para que fosse liberada a passagem de carros emplacados no município pelo pedágio.

Bem-sucedidos logo no pedido liminar, também conseguiram vencer a NovaDutra nos agravos interpostos no TJRJ e no STJ. Mas aí a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres – se manifestou favorável ao pedágio e entendeu que deveria ser parte nos autos, o que acabou levando a ação para a Justiça Federal, em decisão da 8ª Câmara Cível do TJ do Rio de Janeiro, no último mês de junho.

O prefeito de Resende diz não entender o interesse da ANTT em participar do processo, em defesa da NovaDutra e contra “direito de cada cidadão de poder ir e vir dentro da sua própria cidade, sem ter que arcar com pedágio” (palavras do Prefeito). Eu também não entendi.

JUSTIÇA EM DOBRO

Continua o nosso festival de justiça em dobro (nos dois sentidos, como se verá abaixo)














Schecter C-1 Plus. Não é uma Gibson Les Paul 1960, mas tem um braço com 24 3/4 de extensão como a Les Paul, captadores Seymour Duncan, corpo de mogno e braço de maple (ácer?) com escala em jacarandá. Com a Les Paul começando na casa dos dois mil dólares, a Schecter, que é encontrada no mercado americano por quinhentos dólares é uma opção interessante.




















Esta é a capa do "Nothing but the Blues" do nosso albino favorito, Johnny Winter. E, como podem ver ele empunha aquela caixa de metal chamada Dobro que faz guitarristas que vivem abaixo do Rio Grande virarem os olhos.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Agências

Antes da privatização do sistema de telefonia fixo no Brasil a taxa de assinatura básica residencial custava irrisórios R$ 0,66, tendo esse valor sido reajustado para R$ 10,00 em 1999.

De lá para cá a tarifa subiu quatro vezes, custando hoje em torno de R$ 40,00 simplesmente ter uma linha telefônica em casa, enquanto a inflação no mesmo período não chegou a 70%, segundo o IPC.

Pagar mais de 10% de um salário mínimo pelo privilégio de um telefone é o fator que vem provocando a redução do número de linhas ativas. A proporção de telefones em funcionamento para cada 100 habitantes no país caiu de 22,6 em 2002 para 20,6 em 2006.

A assinatura básica vem sendo criticada por institutos de defesa do consumidor há tempos, o que é natural. É também objeto de projetos de lei no Congresso que prevêem sua extinção, o mais antigo deles de 2001, ainda tramitando.

Decisões judiciais em Tribunais de Justiça de vários Estados já determinaram o fim da cobrança e a devolução dos valores pagos pelos consumidores, sob o argumento de que “as tarifas somente podem ser cobradas mediante a opção do respectivo usuário e efetiva utilização de um serviço, pagando o que foi utilizado, o que não corresponde ao pagamento sustentado na simples justificativa de manter uma estrutura meramente posta à disposição”(Processo 2007.07.1.0037252, Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Relator FÁBIO EDUARDO MARQUES, Publicação no DJU: 25/07/2007).

A ANATEL é a favor da assinatura básica. Se posiciona contra toda iniciativa de extingui-la, seja em projetos de lei, seja recorrendo de decisões judiciais ou apenas se manifestando, pública e oficialmente, pela continuidade da tarifa. Não há notícia de que sequer ofereça alguma alternativa que viabilizasse o acesso ao telefone fixo para a população de baixa renda.

Difícil acreditar que tal postura atenda seu objetivo de “oferecer à sociedade serviços adequados, diversificados e a preços justos”.

sábado, 4 de agosto de 2007

NOVOS MUNDOS




















PHOENIX – “Transsylvania” – Cultuado grupo de rock progressista romeno. Disco em inglês gravado em 1981. Alternância de linhas de guitarra e violinos. Destaque para as faixas “Wanting” e “Would You Follow Me” e a acústica, regionalista e Jethrotulliana, “Star Dance”.

Post Scriptum – Se você fala romeno, corra atrás do disco “Cantofabule”, de 1975, traduza as letras e depois me mande
























VAMPIRES’ SOUND INCORPORATION – “Psychedelic Dance Party” – Divertidíssimo e inclassificável disco de 1969, da dupla alemã Manfried Hübler e Siegfred Schwab. Alguns críticos o rotulam como Kraut Rock e outros como prog. A música “The Lions and The Cucumber”, aparece nos clássicos filmes “Vampyros Lesbos” do cultuado diretor Jesse Franco, e em “Jackie Brown”, de Quentin Tarantino.

Post Scriptum – Esqueça a capa, é apenas uma amostra do humor alemão do final dos anos 60... ha ha ha...



















ETRON FOU LELOUBLAN – “En Public Aux États-Unis d’Amérique” (1979) – Disco ao vivo do grupo de RIO (rock in opposition) francês. Se você gosta de Captain Beefheart, Frank Zappa, Soft Machine e outros, este é um caminho a seguir.

Post Scriptum - Se você quiser saber apenas do que se trata – Ouça: “Le fleuve et le manteau”.

O Tempo e as Musas

Obviamente não se poderia esperar que a Harriet escapasse incólume à ação do tempo. Mesmo assim, se você perguntasse ao vovô Fetter, aposto que ele diria que preferia se lembra sempre de como ela era na década de 50, e não na década de 90 (se ele teve a felicidade de viver tanto).

Mas não é preciso ir tão longe para verificar como o tempo pode ser cruel até mesmo para com divindades, veja só o que ocorreu com um das deusas que com certeza você venerou na adolescência:















Na segunda foto, tirada recentemente, ela está sem maquilagem, o que dá um quadro ainda mais realista de como é a aparência real da pessoa. Se você achou a diferença trágica sente só isso:














Eu tenho ainda mais coisas para falar sobre a Harriet, preferem que eu continue ou mude o assunto para o Johnny Winter (de quem eu sou fã, aliás)?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

ELIMINATÓRIAS PARA O DARWIN AWARDS 2007



















Se vocês ainda não conhecem, o Darwin Awards é conferido todo ano, a alguém que morreu de maneira absolutamente burra e estúpida, impedindo que seus genes fossem transmitidos a outras gerações e contribuindo assim para melhorar o nível geral de inteligência da espécie humana.

Há alguns anos, por exemplo, o prêmio foi conferido a um saltador de bungee jump que morreu na queda. Nada de mais até descobrirem que o saltador em pessoa havia preparado o elástico para amortecer o salto, e que o mesmo tinha preparado um elástico que era mais comprido do que a distância do salto que ia dar, tornando assim a sua própria morte inevitável.

O Darwin Awards de 2007 ainda não foi conferido, mas já temos dois candidatos fortes ao prêmio: são os boxeadores Guillermo Rigondeaux (25 anos) e Erislandy Lara (24 anos), de nacionalidade cubana, que ainda estão vivos, mas demostraram já serem merecedores ao menos de uma menção honrosa ao Darwin Awards tentando fugir de Cuba, justamente em um país onde o presidente é um dos maiores aliados de Fidel Castro, e onde o Chefe da Casa Civil até pouco tempo era um agente cubano (Zé Dirceu). Já convenientemente trancafiados e mantidos incomunicáveis pela polícia, os cubanos aguardam a deportação para o paraíso caribenho. É possível que algum Habeas Corpus porventura evite que sejam deportados e posteriormente agraciados com o Darwin Awards, mas não temos conhecimento de nenhum ato até o presente mês que seja capaz de disputar em mérito com o gesto tresloucado dos cubanos.


















Na foto, os dois candidatos ao Darwin Awards deste ano.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Na Mosca













Parabéns, companheiro Fetter. Além de acertar na mosca, ainda deu toda a biografia da atriz, faltou só o número do telefone e a placa do carro.
Como prêmio pelo seus conhecimentos excepcionais sobre cinema o Sr. acaba de ser contemplado com uma macarronada com carne moída na casa do Feluc, regado a azeite Laudemio.

Para o Feluc, que pelo menos tentou fazer um comentário vai o prêmio de consolação: um Miojo regado a azeite Gallo na casa do Fetter.

Ah, sim, antes que perguntem é a Harriet Andersson na foto.