Depois de décadas de má administração, corrupção e de seu uso como fundo de reserva pelo governo federal, a Pemex chegou ao fundo do poço. O declínio nas reservas petrolíferas, apesar dos recordes nos preços do petróleo, está levando o monopólio estatal a registrar um prejuízo de US$ 1,5 bilhão em 2007.
O presidente Felipe Calderón provocou uma convulsão entre os mexicanos ao sugerir que a solução seja a abertura da Pemex ao investimento privado estrangeiro, depois de seus 70 anos como empresa estatal. A empresa tem sido um símbolo do ufanismo nacionalista desde quando o então presidente Lázaro Cárdenas expropriou a indústria petrolífera mexicana das companhias americanas e européias em 1938. Foi uma ousada iniciativa da parte do nascente estado revolucionário do México e ainda é comum ouvir-se o refrão "o petróleo pertence a todos nós" no México. Nas últimas semanas, políticos da oposição realizaram grandes concentrações contra a privatização da Pemex e advertiram que qualquer tentativa de se fazer isso pode gerar violentos confrontos. O público mexicano não está preparado para aceitar mudanças radicais. Segundo pesquisas recentes, apenas 37% dos mexicanos são a favor da permissão para o investimento privado na Pemex.
Durante anos, a receita do petróleo representou quase 40% do orçamento federal do México, pagando por novas estradas, hospitais e programas de combate à pobreza. Lamentavelmente, o governo federal não deixou o suficiente à Pemex para que ela buscasse novas fontes de petróleo. Isso não era um problema, pois a empresa explorava campos petrolíferos imensos e de fácil acesso que jorravam sem grandes necessidades de perfuração.
A Pemex ruma para o desastre se algo não acontecer. As reservas comprovadas, a maior parte delas no mega-campo de Cantarell, no litoral da península de Yucatán, se esgotarão em nove anos e o México pode vir a tornar-se um importador de óleo bruto até 2011. Como a Pemex pouco investiu em refino, corre o risco de ter de importar quase 40% de sua gasolina refinada dos Estados Unidos, uma percentagem que tende a aumentar se o México não construir novas refinarias.
Como o investimento envolvido demora anos, décadas, para se concretizar, os EUA estão de olho, já que importam mais de 10 % do seu consumo do México. Todavia, o Partido da Revolução Democrática, de López Obrador, é radicalmente contra qualquer mudança na PEMEX e, dependendo do que o governo do de Calderón faça, ele poderá sair fortalecido para o próximo embate presidencial,
O campo petrolífero de Cantarell respondia por 63% da produção mexicana há quatro anos. Além de abundante era fácil de perfurar nas águas rasas da baia de Campeche. A Pemex se acomodou e quando acordou descobriu que não tinha nem tecnmologia nem capital para seguir adiante.
O presidente Felipe Calderón provocou uma convulsão entre os mexicanos ao sugerir que a solução seja a abertura da Pemex ao investimento privado estrangeiro, depois de seus 70 anos como empresa estatal. A empresa tem sido um símbolo do ufanismo nacionalista desde quando o então presidente Lázaro Cárdenas expropriou a indústria petrolífera mexicana das companhias americanas e européias em 1938. Foi uma ousada iniciativa da parte do nascente estado revolucionário do México e ainda é comum ouvir-se o refrão "o petróleo pertence a todos nós" no México. Nas últimas semanas, políticos da oposição realizaram grandes concentrações contra a privatização da Pemex e advertiram que qualquer tentativa de se fazer isso pode gerar violentos confrontos. O público mexicano não está preparado para aceitar mudanças radicais. Segundo pesquisas recentes, apenas 37% dos mexicanos são a favor da permissão para o investimento privado na Pemex.
Durante anos, a receita do petróleo representou quase 40% do orçamento federal do México, pagando por novas estradas, hospitais e programas de combate à pobreza. Lamentavelmente, o governo federal não deixou o suficiente à Pemex para que ela buscasse novas fontes de petróleo. Isso não era um problema, pois a empresa explorava campos petrolíferos imensos e de fácil acesso que jorravam sem grandes necessidades de perfuração.
A Pemex ruma para o desastre se algo não acontecer. As reservas comprovadas, a maior parte delas no mega-campo de Cantarell, no litoral da península de Yucatán, se esgotarão em nove anos e o México pode vir a tornar-se um importador de óleo bruto até 2011. Como a Pemex pouco investiu em refino, corre o risco de ter de importar quase 40% de sua gasolina refinada dos Estados Unidos, uma percentagem que tende a aumentar se o México não construir novas refinarias.
Como o investimento envolvido demora anos, décadas, para se concretizar, os EUA estão de olho, já que importam mais de 10 % do seu consumo do México. Todavia, o Partido da Revolução Democrática, de López Obrador, é radicalmente contra qualquer mudança na PEMEX e, dependendo do que o governo do de Calderón faça, ele poderá sair fortalecido para o próximo embate presidencial,
O campo petrolífero de Cantarell respondia por 63% da produção mexicana há quatro anos. Além de abundante era fácil de perfurar nas águas rasas da baia de Campeche. A Pemex se acomodou e quando acordou descobriu que não tinha nem tecnmologia nem capital para seguir adiante.
O motivo para explorar em águas profundas, mais cara e complicada, é a presença de grande reserva no Golfo do México, que se estende pela fronteira entre o Texas e o México.
Em 2000, os dois países concordaram em não explorar as reservas durante uma década.
Mas enquanto as empresas petrolíferas do lado dos EUA já estão prontas para a extração assim que a proibição expirar, o México pouco fez para se preparar.
Muitos no México agora temem o chamado "efeito-canudo" e receiam que a perfuração dos EUA venha a sugar também as reservas subterrâneas no território mexicano.
O imbroglio representa grande oportunidade para o Brasil.
Provavelmente, e apesar das grande resistência de um povo tão anticapitalista quanto a média dos latino-americanos, os mexicanos serão forçados a fazer joint-ventures com companhias que detenham capital e tecnologia para explorar as reservas nas águas profundas do Golfo do México.
Seria desvario pensar que uma parceria com outra empresa estatal, como a Petrobrás, sofreria menor resistência que contratos com os “malditos capitalistas ianques adoradores de dinheiro”?
A Petrobrás tem condições de ajudar o México a custo módico e lucrar em cima da rejeição de tudo que é americano no México.
E isto deve ser feito no plano diplomático, com acordo no mais alto nível.
O imbroglio representa grande oportunidade para o Brasil.
Provavelmente, e apesar das grande resistência de um povo tão anticapitalista quanto a média dos latino-americanos, os mexicanos serão forçados a fazer joint-ventures com companhias que detenham capital e tecnologia para explorar as reservas nas águas profundas do Golfo do México.
Seria desvario pensar que uma parceria com outra empresa estatal, como a Petrobrás, sofreria menor resistência que contratos com os “malditos capitalistas ianques adoradores de dinheiro”?
A Petrobrás tem condições de ajudar o México a custo módico e lucrar em cima da rejeição de tudo que é americano no México.
E isto deve ser feito no plano diplomático, com acordo no mais alto nível.
2 comentários:
Felicitações pela sua estréia como analista econômico, companheiro Feluc. Até que enfim uma boa notícia para o México, heim? Finalmente o petróleo deles está acabando e agora eles devem começar a produzir alguma coisa em vez de só disfarçar com aquelas "maquilas" na fronteira com os EUA.
Mas fiquei curioso para saber sobre esse programa de combate à pobreza dos mexicanos. Queria mais detalhes. Foi esse programa o responsável pelo envio de 12 milhões de mexicanos para os Estados Unidos? Abraços, Felix
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