segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O "ditador" que perde eleição

Chávez é um personagem caricato, do tipo que é fácil tripudiar e ridicularizar. Assim como também é George W. Bush.

Sua biografia pré-presidência em pouco ou nada o qualificam como um exemplo de governante e estadista. Após se eleger, igualmente optou por bravatas e decisões que, facilmente, lhe deram a fama de "caudilho" ou de proto-ditador.

Mas eu gostaria de ter tido a opção, como os venezuelanos ontem tiveram, de votar contra a emenda da reeleição, mais ou menos uma década atrás, em um referendo - esse instrumento do populismo, que De Gaulle tanto gostava e usou.

O que Chávez propôs nessa última reforma da Constituição da Venezuela é abominável por estar mudando as regras no meio do mandato - basicamente o que FHC, Fujimori e Uribe também fizeram, para ficar apenas na América Latina. Possibilidade de mandatos de presidente sucessivos? Não gosto da idéia também, mas não esqueçamos que Roosevelt se elegeu quatro vezes presidente dos EUA.

Chávez ontem perdeu. Perdeu por uma margem de menos de 125 mil votos (em um universo de cerca de 9 milhões de eleitores). Perdeu e reconheceu a derrota de imediato. Eses mérito não dá para lhe negar.

Chávez, Bush, FHC, Fujimori, Uribe, De Gaulle. Às vezes a diferença está apenas na conveniência.

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