sábado, 21 de fevereiro de 2009

Longa vida ao easy listening



É difícil definir o que o termo easy listening exatamente significa, mas basta escutar uma canção assim rotulada, para que entendamos do que se trata. Não é clássico, não é jazz, não é swing e também não é pop, mas sem dúvida nenhuma utiliza-se de elementos de todos estes ritmos para criar um tipo de música geralmente qualificada como fácil, melodiosa, light, "música de elevador", "música de consultório dentário", enfim, aquele tipo de música, marcadamente instrumental que nossos pais e avós costumam gostar muito, e cujos discos de vinil são facilmente encontráveis nas suas empoeiradas coleções.

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Alguns nomes são imediatamente relacionados ao easy listening: 101 Strings Orchestra (fundada em 1957), Billy Vaughn (1919-1991), Paolo Mantovani (1905-1990), Paul Muriat (1925-2006), Ray Conniff (1916-2002), Burt Bacharach (1928-) e Percy Faith (1908-1976), são talvez os mais citados.

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Lá fora vários artistas brasileiros são empacotados e vendidos como easy listening, embora provavelmente vários deles não se vejam assim. É o caso de bandas como Azymuth e Tamba Trio (veja a incrível capa do disco "DC-10" lá no alto), e artistas como os irmãos Valle e o multiplatinado Sérgio Mendes.

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Embora a maioria dos artistas citados já tenham falecido, seus discos continuam fazendo a alegria das múltiplas gravadoras e selos que possuem seus milhares de masters, a maioria já devidamente digitalizada (o que garante um bom ganho de volume e som), outros ainda em mono e com péssima qualidade sonora, o que não impede o sucesso de vendagens.

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Apenas para que se tenha uma idéia, segundo dados apurados no site allmusic, o selo Dot pôs no mercado, só em 2005, cerca de 30 cd's de Vaughn; Em 2004, 16 novos títulos de Percy foram para as lojas; e Mantovani, após a sua morte, já "lançou" cerca de 100 cd's.

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Mas o caso mais incrível é o da franquia 101 Strings Orchestra, fundada pelo produtor Dick Miller em 1957 e negociada com o selo Alshire em 1964, cuja discografia (já enorme) só vem crescendo ao longo dos anos, para a alegria dos entusiastas.

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No final dos 80 e começo dos 90, com o advento dos disquinhos ópticos, a gravadora fez a festa. Em 1990, foram mais de 130 (!!) cd's diferentes; e de 95 para cá, juntamente com outros selos, mais uns 120. Só em 2008 foram mais uns 20 lançamentos da 101 Strings. É muito violino, é muita harpa...

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